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Aumento de taxas vira ameaça para "Liga das Estrelas"
Decisão de governo espanhol de subir de 24% para 43% alíquota de imposto em janeiro afetará atletas estrangeiros
Contrários à medida, clubes irão se reunir amanhã para decidir se farão uma greve no Campeonato Espanhol
como forma de protesto
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos últimos anos, a Espanha
virou uma espécie de paraíso
fiscal entre os países da elite da
bola, devido às convidativas taxas de imposto, quando comparadas com as de outras nações.
Mas esse "doping" financeiro
está com os dias contados e já
gera chiadeira no futebol local.
É que o governo espanhol decidiu modificar a chamada "Lei
Beckham", aumentando a alíquota de impostos sobre ganhos de jogadores estrangeiros.
A partir de 1º de janeiro de
2010, a taxa será de 43% para
vencimentos iguais ou acima
de 600 mil anuais- faixa que
atinge em cheio o bolso dos
principais craques mundiais
que desejam jogar na chamada
"Liga das Estrelas" para justamente reduzir a incidência de
impostos sobre seus ganhos.
O aumento de 19 pontos percentuais causou revolta na Liga
Espanhola, associação responsável pela organização do Campeonato Espanhol da primeira
divisão, e em seus associados.
Uma reunião da entidade está marcada para amanhã e,
conforme a ameaça de seus dirigentes, pode determinar uma
greve que paralisaria uma das
competições nacionais mais
badaladas do planeta por pelo
menos uma rodada.
A maioria dos clubes com
quem temos falado já está de
acordo", ameaçou Javier Tebas, vice-presidente da LFP, a
liga espanhola de futebol.
As ameaças, no entanto, não
foram recebidas com temor pelo governo espanhol.
"Uma greve agora seria uma
medida que nenhum contribuinte entenderia neste momento", apostou Elena Salgado, ministra da Economia.
"A liga espanhola perderá
potência em relação às outras e
deixará de ser a melhor do
mundo", disse José Luis Astiazarán, presidente da LFP. "É
um prejuízo irreparável para o
futebol do país", afirma.
A afirmação, no entanto, não
comoveu a ministra da Economia. "Estes argumentos serão
contrastados com a realidade.
Continuará sendo uma liga estupenda", disse Elena Salgado.
Apesar de toda a reclamação,
a nova alíquota de imposto não
será aplicada retroativamente.
Isso significa que os contratos em vigência ainda obedecem à regra dos 24% de imposto. Kaká, Cristiano Ronaldo,
Benzema, Ibrahimovic e outros tantos estrangeiros que
trocaram outros países para jogar na Espanha motivados
também pela mordida menos
voraz em seus ganhos estão salvos pelos próximos cinco anos
ou até o término de seus contratos atuais, segundo o projeto
aprovado na Espanha.
Apesar da chiadeira dos cartolas espanhóis, a regra do Imposto de Renda espanhol para
estrangeiros é mais branda que
em outros centros da bola.
Na Itália, a taxação de 43% já
é utilizada para ganhos anuais
a partir de 75 mil. Na Alemanha, são 45% de quem ganha
anualmente 250 mil vai para
os cofres do o governo.
Mas, se dentro da Espanha a
decisão causou protestos dos
clubes, em outros países europeus ela foi comemorada.
"Agora parece que os espanhóis e os estrangeiros estarão
igualados, exatamente como os
estrangeiros que vêm à Itália",
elogiou o vice-presidente do
Milan, Adriano Galliani, que
perdeu seu principal jogador
para o Real Madrid.
Com agências internacionais
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