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Universal quer equipe de fiéis
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
A Igreja Universal do Reino de
Deus decidiu apostar no futebol
para aumentar seu rebanho e o
mercado de trabalho de seus fiéis.
Desde o início do mês passado,
a igreja arrendou o modesto Internacional de Jacarepaguá, clube
da zona oeste do Rio, que disputará a segunda divisão do Estadual
do Rio no próximo ano.
""A decisão de investir no time
de futebol do Internacional de Jacarepaguá foi uma forma encontrada pela igreja para evangelizar
em massa", afirmou Marco Antônio Neves, o novo diretor de futebol do clube.
""Queremos montar um time
forte, mesmo assim diferente,
pois as pessoas vão poder levar
seus filhos às partidas da equipe.
O Internacional de Jacarepaguá
terá como um de seus objetivos
levar a paz aos estádios de futebol", disse o diretor de futebol,
que frequenta a Igreja Universal
desde 1984.
Segundo o dirigente, esse exemplo de busca pela paz também poderia ajudar a aumentar o ""rebanho" da igreja.
""Com isso, também podemos
aproximá-los (os torcedores) da
palavra de Deus", acrescentou
Neves.
De acordo com os cálculos do
dirigente, cerca de 15% da população do Estado do Rio frequenta
a Universal.
Além de se aproximar dos fiéis,
o projeto da Igreja Universal de
formar um time pretende também dar trabalho aos jogadores
que frequentam os seus cultos.
Misto
Porém no momento, devido à
proximidade do início do campeonato, a equipe é formada tanto por atletas fiéis quanto por jogadores que seguem outras doutrinas.
""Atualmente, teremos que fazer
um time misto porque o campeonato vai começar em janeiro.
Mesmo assim, o projeto de um time exclusivamente de fiéis vai
acontecer", disse Neves.
Na semana passada, o Internacional venceu um time formado
por Atletas de Cristo, grupo de jogadores que frequentam igrejas
evangélicas.
A equipe dos representantes da
Igreja Universal venceu o time adversário por 3 a 0.
A investida no futebol é apenas
mais um ponto na estratégia da
igreja para aumentar o número
de fiéis.
A Igreja Universal é dona de dezenas de rádios, emissoras de televisão, uma gravadora e um jornal.
A igreja também tem um forte
lobby político (formado por vereadores, deputados estaduais e
federais).
O projeto de investir no futebol
partiu do bispo Sérgio Corrêa, ex-jogador do Campo Grande, clube
de pequeno porte do Rio.
Inicialmente, o bispo está preocupado em formar uma equipe e
reformar as instalações do estádio
do Internacional.
Na semana passada, a Universal
realizou um torneio de futebol no
Rio que reuniu fiéis de vários Estados do país.
A comissão técnica do clube selecionou dois jogadores, um proveniente do Ceará e outro de Minas Gerais.
A partir do próximo ano, a igreja também formará times nas categorias inferiores, onde fará também a evangelização.
Apesar da mudança no comando, pouca coisa pode ser percebida até agora no Internacional.
Nenhuma citação da Bíblia,
muito menos um culto foi realizado pelos bispos com os jogadores.
A única mudança aparente é em
relação às cores da camisa da
equipe.
Antes, o Internacional usava as
cores vermelha e branca.
Com a intervenção dos bispos
na administração do time, a camisa do clube passará a ser parecida
com a do espanhol Barcelona
(grená, azul e branca), levando as
cores da igreja.
Os bispos também estão tentando alterar o nome do clube.
Eles desejam que passe a ser
chamado de Universal.
Profissional
Para profissionalizar o Internacional, a igreja convidou o técnico
Jair Pereira, campeão paulista pelo Corinthians em 1988.
Pereira será uma espécie de
coordenador-técnico.
""O bispo Sérgio me convidou a
pedido do bispo Macedo (Edir
Macedo, principal líder da Igreja
Universal), e aceitei trabalhar na
estruturação do clube", disse ele.
""Mesmo assim, estou aqui por
pouco tempo. Como sou treinador de times grandes, tenho um
acordo pelo qual posso deixar o
Internacional, caso receba algum
convite", acrescentou.
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