São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Preto no branco
PAULO COBOS DA REPORTAGEM LOCAL Decisão alvinegra entre um clube que joga para fechar o ano perfeito contra outro que tenta renascer com um time cheio de garotos. Corinthians e Santos, na 32ª final diferente em 32 edições do Nacional já realizadas, vão decidir o Campeonato Brasileiro com objetivos bem diferentes. Os dois clubes garantiram a vaga ontem. O time do Parque São Jorge venceu, de virada, no Morumbi, o Fluminense por 3 a 2, com dois gols do atacante Guilherme, e mais uma vez mostrou sua força em mata-matas. Já o time da Vila Belmiro, depois de uma folgada vitória de 3 a 0 na primeira perna das semifinais, perdeu para o Grêmio em Porto Alegre por 1 a 0, mas não teve maiores problemas para garantir sua classificação à decisão. O título nacional terá significados bem diferentes para cada uma das equipes finalistas. No caso corintiano, será o fecho de ouro de uma temporada quase perfeita -o time ganhou a Copa do Brasil e o Rio-São Paulo no primeiro semestre. Agora tenta ser o primeiro clube a conquistar os dois títulos nacionais mais importantes em um mesmo ano. Campeão em 1990, 1998 e 1999, o Corinthians, se também triunfar agora, irá igualar-se a Flamengo, Palmeiras e Vasco, recordistas de títulos brasileiros. Para o Santos, que já garantiu sua volta à Libertadores, que não disputava desde a década de 80, o título irá valer a volta aos tempos de glória. Desde 1984, quando foi campeão paulista, o time não ganha um campeonato de primeira linha. Entre os sócios fundadores do Clube dos 13, nenhum teve desempenho tão pífio desde que a entidade foi criada, em 1987. Seria também a vitória de uma mudança radical. Depois de seguidos fracassos com times recheados de estrelas veteranas, o clube optou por um time jovem -média de 22 anos de idade. Nas duas vezes anteriores em que jogou a final do Brasileiro, em 1983 e 1995, o Santos fracassou. Só que, diferentemente de agora, quando vai fazer uma decisão caseira, enfrentou rivais cariocas. Apesar de contarem com times jovens, Corinthians e Santos não tiveram trajetórias e estilos parecidos durante o Brasileiro. Atacando e defendendo com eficiência -lidera os rankings de desarmes e finalizações feitos pelo Datafolha-, o time do litoral paulista empolgou no torneio. Nas finais, passou pelo São Paulo, dono da melhor campanha e do ataque mais letal. Depois, nas semifinais, eliminou o Grêmio, time com a defesa menos vazada. Na campanha, teve como destaques Robinho, 18, e Diego, 17, maiores revelações do certame. Já o Corinthians, que manteve Carlos Alberto Parreira desde o início da temporada, vai à final trocando passes até cansar os adversários -nas quartas-de-final, havia eliminado o Atlético-MG. O primeiro jogo da decisão acontece no domingo, em Santos ou em São Paulo. A dúvida se deve ao tamanho da Vila Belmiro, que não teria a capacidade mínima exigida pela CBF (25 mil lugares) -Virgílio Elísio, diretor técnico da entidade, sinalizou ontem à noite, após a rodada, que o estádio santista deverá ser vetado. A partida da volta, no Morumbi, será realizada no próximo dia 15. Por ter feito melhor campanha na fase de classificação, o Corinthians, terceiro colocado na fase anterior, será campeão se houver empate em pontos e gols. Beneficiado pela ida do Corinthians à final, o Grêmio, que terminou em terceiro lugar, também garantiu vaga na Libertadores. Com os seis gols marcados ontem, o Brasileiro deste ano, que já tinha a melhor média da história, tem assegurada, desde já, média superior a três gols por partida. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Futebol: Meninos da Vila colocam o Santos na Libertadores Índice |
|