São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Time leva gol no início, não se desespera, mantém estratégia de toque de bola, vira e decide Brasileiro com o Santos

Corinthians avança no ritmo de Parreira

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
EM SÃO PAULO

O Corinthians confirmou sua condição de especialista em mata-mata e, com o matador Romário vencido por uma lesão, bateu o Fluminense por 3 a 2 no Morumbi e vai decidir o Campeonato Brasileiro-2002 com o Santos.
Bem ao estilo do técnico Carlos Alberto Parreira, o Corinthians teve paciência para bater o rival carioca, que tinha a vantagem do empate -o Fluminense já havia obtido três vitórias sobre a equipe corintiana nesta temporada.
Apesar desse retrospecto, a confiança dos corintianos na classificação era enorme. Sem muita cerimônia, a equipe de Parreira foi à frente e conseguiu três escanteios nos primeiros minutos de jogo.
O atacante Guilherme, vilão no jogo passado por ter perdido um pênalti, mostrava-se bastante descontraído, fazendo gestos para a torcida empurrar o time.
A euforia corintiana era tanta que por duas vezes a torcida comemorou gol de Deivid em lances em que o atacante mandou a bola próxima da meta defendida pelo goleiro Kléber -no primeiro "gol virtual" do jogo, Guilherme chegou a correr para comemorar.
O Fluminense se defendia como podia. O zagueiro César jogou quase o tempo todo com uma faixa na cabeça após sofrer pancada.
O temor maior dos corintianos, Romário, deu razão para o otimismo do time paulista. Em seu primeiro toque na bola, errou. E acabou saindo de campo na metade do primeiro tempo após sentir uma "fisgada" na coxa.
Antes de sair, porém, participou com sua estrela do lance do gol de seu time. Era para ele o passe de Zada que encontrou Roni nas costas de Scheidt. Romário não alcançou a bola, que acabou indo para o companheiro.
Mas o Corinthians pouco se abalou com o gol adversário. Continuou tocando a bola tranquilamente. No primeiro tempo, o time manteve o domínio da bola por 19min30s, segundo o Datafolha (teve 65,7% do tempo de posse de bola) -o Fluminense teve a bola nessa etapa por 13min12s.
O empate viria, naturalmente, ainda no primeiro tempo.
Parreira, que renovou seu contrato com o Corinthians anteontem, estava tão tranquilo que escalou Scheidt, zagueiro mais criticado pela torcida, no lugar de Anderson, recuperado de lesão.
O calor forte que derreteu o Corinthians no Maracanã virou garoa no Morumbi. Uma chuva fina chegou ao estádio no começo da segunda etapa. O clima agora estava mesmo para virada.
O Fluminense, que já havia perdido sua maior estrela, ficou também sem o goleiro Kléber, que tanto ajudou o time carioca em sua campanha no Brasileiro. Murilo entrou em seu lugar, para ser vazado duas vezes por Guilherme.
Como não é normal os times de Parreira empolgarem, o Fluminense ainda conseguiu descontar no final. A vantagem por um gol de diferença, uma marca corintiana neste campeonato, era tudo que o Corinthians precisava. Os 3 a 2 no placar confirmaram a eficiência da equipe na temporada.
Nos minutos finais, os jogadores administraram o resultado, e os torcedores ficavam de olho no placar eletrônico acompanhando o Santos, o rival da final que quase nada tem de burocrático.


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