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FUTEBOL
Time leva gol no início, não se desespera, mantém estratégia de toque de bola, vira e decide Brasileiro com o Santos
Corinthians avança no ritmo de Parreira
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
EM SÃO PAULO
O Corinthians confirmou sua
condição de especialista em mata-mata e, com o matador Romário
vencido por uma lesão, bateu o
Fluminense por 3 a 2 no Morumbi
e vai decidir o Campeonato Brasileiro-2002 com o Santos.
Bem ao estilo do técnico Carlos
Alberto Parreira, o Corinthians
teve paciência para bater o rival
carioca, que tinha a vantagem do
empate -o Fluminense já havia
obtido três vitórias sobre a equipe
corintiana nesta temporada.
Apesar desse retrospecto, a confiança dos corintianos na classificação era enorme. Sem muita cerimônia, a equipe de Parreira foi à
frente e conseguiu três escanteios
nos primeiros minutos de jogo.
O atacante Guilherme, vilão no
jogo passado por ter perdido um
pênalti, mostrava-se bastante descontraído, fazendo gestos para a
torcida empurrar o time.
A euforia corintiana era tanta
que por duas vezes a torcida comemorou gol de Deivid em lances
em que o atacante mandou a bola
próxima da meta defendida pelo
goleiro Kléber -no primeiro
"gol virtual" do jogo, Guilherme
chegou a correr para comemorar.
O Fluminense se defendia como
podia. O zagueiro César jogou
quase o tempo todo com uma faixa na cabeça após sofrer pancada.
O temor maior dos corintianos,
Romário, deu razão para o otimismo do time paulista. Em seu
primeiro toque na bola, errou. E
acabou saindo de campo na metade do primeiro tempo após sentir
uma "fisgada" na coxa.
Antes de sair, porém, participou
com sua estrela do lance do gol de
seu time. Era para ele o passe de
Zada que encontrou Roni nas
costas de Scheidt. Romário não
alcançou a bola, que acabou indo
para o companheiro.
Mas o Corinthians pouco se
abalou com o gol adversário.
Continuou tocando a bola tranquilamente. No primeiro tempo,
o time manteve o domínio da bola
por 19min30s, segundo o Datafolha (teve 65,7% do tempo de posse
de bola) -o Fluminense teve a
bola nessa etapa por 13min12s.
O empate viria, naturalmente,
ainda no primeiro tempo.
Parreira, que renovou seu contrato com o Corinthians anteontem, estava tão tranquilo que escalou Scheidt, zagueiro mais criticado pela torcida, no lugar de Anderson, recuperado de lesão.
O calor forte que derreteu o Corinthians no Maracanã virou garoa no Morumbi. Uma chuva fina
chegou ao estádio no começo da
segunda etapa. O clima agora estava mesmo para virada.
O Fluminense, que já havia perdido sua maior estrela, ficou também sem o goleiro Kléber, que
tanto ajudou o time carioca em
sua campanha no Brasileiro. Murilo entrou em seu lugar, para ser
vazado duas vezes por Guilherme.
Como não é normal os times de
Parreira empolgarem, o Fluminense ainda conseguiu descontar
no final. A vantagem por um gol
de diferença, uma marca corintiana neste campeonato, era tudo
que o Corinthians precisava. Os 3
a 2 no placar confirmaram a eficiência da equipe na temporada.
Nos minutos finais, os jogadores administraram o resultado, e
os torcedores ficavam de olho no
placar eletrônico acompanhando
o Santos, o rival da final que quase
nada tem de burocrático.
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