São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Isto é Qatar

Dono de uma fortuna de 50 bilhões de libras e de loja ícone de Londres, sede da Copa de 2022 acelera sua expansão

DE SÃO PAULO

Uma população só um pouco maior do que a de Recife, o segundo maior PIB per capita do mundo (US$ 121 mil em 2009), a terceira maior reserva comprovada de gás natural do planeta, um rei dono de 50 bilhões de libras e uma rainha fashion e engajada.
Esse é o Qatar, país desértico fincado no Golfo Pérsico, com população de 1,6 milhão de habitantes e, desde a última quinta-feira, sede da Copa do Mundo de 2022.
Rico graças à exploração de petróleo e gás natural (abriga 14% das reservas de gás do planeta), o país pretende, ao abrigar o primeiro Mundial no Oriente Médio, dar mais um passo rumo à internacionalização.
Dono de uma fortuna estimada em 50 bilhões de libras, o emir Hamad bin Khalifa Al Thani, monarca do país, comprou neste ano a Harrods, a mais famosa loja de departamentos de Londres, e uma fatia de 5% do banco Santander no Brasil.
Possui participação em grupos como Volkswagen, Barclays, Credit Suisse e no Banco de Agricultura chinês.
Também está de olho na Christie's, uma das mais famosas casas de leilão do mundo. E, durante visita ao Brasil, no começo do ano, manifestou interesse em comprar ações da Petrobras e do Banco do Brasil.
No poder desde 1995, quando derrubou seu pai em um golpe de Estado, Al Thani alterna, no governo -uma monarquia baseada nas leis islâmicas-, medidas reformistas e normas que restringem os direitos dos cidadãos.
Não há eleições no Qatar. O consumo de bebida alcoólica é proibido -a lei é flexível para estrangeiros. As mulheres sofrem restrições.
Por outro lado, o país dá certos sinais de liberalização. Um dos símbolos disso é a Al Jazira, rede de TV bancada pelo emir e que se tornou referência de liberdade de imprensa no Oriente Médio.
A segunda das mulheres do emir, sheika Mozah, vista nos principais eventos de moda, é conhecida também por seu engajamento pela educação das mulheres.
Diferentemente de alguns de seus vizinhos, o Qatar é aberto a investimentos estrangeiros e mantém boa relações com o Ocidente.
E, com o Mundial, mostra que também pretende expandir seus domínios para outras partes do mundo.
Tanto que, na candidatura do país à Copa do Mundo de 2022, a campanha do Qatar prometeu utilizar, após o encerramento do Mundial, estruturas modulares de seus estádios -nove serão construídos, e três, reformados- para erguer 22 arenas em países em desenvolvimento.

Com as agências de notícias


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