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Pentacampeão abre mão de petrodólares, despreza Rio e aumenta poder de fogo do Cruzeiro
Por vitrine e Luxemburgo, Rivaldo volta para o Brasil
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Rivaldo, 31, está de volta ao Brasil após oito anos para atuar no time mais badalado do país. O
meia-atacante acertou sua ida para o Cruzeiro por um ano e vitaminou ainda mais o poderoso
elenco mineiro, que manteve o
meia Alex e quase todos os jogadores que conquistaram o primeiro Brasileiro da história do
clube e a Copa do Brasil em 2003.
A decisão do pentacampeão
mundial foi tomada no último sábado, quando ele se encontrou
com o técnico Wanderley Luxemburgo no Rio. Amigo pessoal do
atleta, o treinador articulou a ida
de Rivaldo para Minas.
Anteontem, o procurador do jogador e a diretoria cruzeirense
acertaram as bases do acordo.
Para defender o Cruzeiro, o ex-atleta do Milan, que se apresenta
na quinta-feira, vai receber R$ 180
mil mensais, sendo R$ 100 mil
bancados pela Energil C, patrocinadora do clube. O valor é muito
aquém dos 6 milhões anuais
que Rivaldo recebia na Itália.
E também ficou bem abaixo das
ofertas do futebol árabe (US$ 4
milhões anuais) e do Botafogo
(R$ 540 mil mensais).
"Sem dúvida o aspecto financeiro não pesou. O que trouxe o Rivaldo foi a estrutura do Cruzeiro,
que é inigualável no Brasil", disse
o homem-forte do futebol cruzeirense, Zezé Perrella.
O procurador do jogador, Carlos Arine, afirmou que o que motivou Rivaldo a aceitar a proposta
mineira foi a possibilidade de
vencer a Libertadores, título que
ainda não possui, e o fato de voltar a trabalhar com Luxemburgo.
"Ele passou os melhores momentos da carreira ao lado do Luxemburgo, e o Cruzeiro hoje oferece uma excelente estrutura para
o jogador trabalhar", afirmou
Arine, referindo-se à época em
que Rivaldo e Luxemburgo trabalharam juntos no Palmeiras e na
seleção brasileira na década de 90.
Para o técnico cruzeirense, a má
fase de Rivaldo no Milan deve ser
atribuída a Carlo Ancellotti, treinador do time italiano, que não
soube explorar o talento do atleta.
Segundo Luxemburgo, Rivaldo
continua sendo um dos principais
atletas do país.
Pesou também para Rivaldo escolher o atual campeão brasileiro
o fato de que jogará ao lado de estrelas, como o meia Alex. No Botafogo, por exemplo, Rivaldo teria
de carregar o peso de ser o único
atleta consagrado do time, que
voltará este ano para a primeira
divisão do Brasileiro.
Já na Árabia Saudita, Rivaldo ficaria mais distante da seleção brasileira. Ontem, em entrevista à rádio Itatiaia, o técnico do time nacional, Carlos Alberto Parreira,
disse ter ficado "muito satisfeito"
com a ida do atleta para o Cruzeiro. "O Rivaldo vai estar em forma", afirmou o treinador.
A última partida oficial disputada por Rivaldo ocorreu em 19 de
novembro pelas eliminatórias da
Copa-2006 no empate do Brasil
por 3 a 3 com o Uruguai.
Outro fator para o meia-atacante voltar ao futebol brasileiro foi o
fato de querer ficar perto do filho,
que vive em Mogi-Mirim (162 km
de São Paulo).
Mas Rivaldo pode deixar o Brasil em seis meses, caso receba proposta de um clube europeu, como
prevê cláusula contratual. Para ter
o atleta, o Cruzeiro desistiu de renovar com o meia Zinho e o atacante Aristizábal, destaques da
equipe em 2003. "Tivemos de fazer isso para não onerar nossa folha", disse Zezé Perrella.
Colaborou Thiago Guimarães, da
Agência Folha, em Belo Horizonte
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