São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Seleções sub-23 e principal, com campanhas bem diferentes em 2003, mostram pontos fracos e fortes distintos

Brasil de Gomes faz sombra ao de Parreira

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN

As diferenças entre a seleção brasileira sub-23 e a principal vão muito além da idade dos jogadores e da estrutura que recebem.
Os técnicos Ricardo Gomes, do time mais jovem, e Carlos Alberto Parreira, da equipe pentacampeã, optam por esquemas diferentes, exploram pontos fortes diferentes e sofrem com deficiências diferentes de suas seleções.
Os garotos que tentarão no Pré-Olímpico uma vaga para os Jogos de Atenas vêm treinando no esquema 4-3-3, e a seleção principal raramente muda seu tradicional 4-4-2. Diferentemente do que sugerem alguns, não há uma reprodução do time principal naquela que é uma equipe de base.
"O time principal é meu modelo. Ronaldo, Cafu, todos eles. Acho que os esquemas são diferentes pelas características dos jogadores", diz Diego, o único jogador da sub-23 que já se acostumou a frequentar o time maior.
No ano passado, ambas as equipes nacionais fizeram 12 jogos e só a sub-23 pôde se orgulhar dos resultados obtidos na temporada. Venceu amistosos contra times principais, saiu invicta do Torneio do Qatar e foi vice-campeã da Copa Ouro, principal competição de seleções da Concacaf.
A equipe de Parreira foi mal em amistosos, caiu na primeira fase da Copa das Confederações e está irregular nas eliminatórias.
"São situações bem diferentes. Acho que a seleção principal sofre mais com a grande responsabilidade que são as eliminatórias da Copa. Aqui é um pouco mais tranquilo", afirmou Diego.
Se a zaga formada por Lúcio e Roque Júnior no time maior é bastante criticada, a dupla Edu Dracena/Alex é exaltada. O primeiro é capitão da sub-23 e campeão nacional, e o segundo é tido como o melhor zagueiro do país, possível reforço do Real Madrid.
"O Pré-Olímpico é um passo para chegarmos à seleção principal. O Lúcio e os outros zagueiros da seleção maior estão entre os melhores da Europa e não foram pentacampeões por acaso. Mas eu e o Alex vamos tentar um espaço", disse Edu Dracena.
Alex está confiante de que sua chance com Parreira está próxima. "Se eu jogasse no Real Madrid, estaria mais perto da seleção. Mas posso chegar também atuando pelo Santos", afirmou.
Os experientes Cafu e Roberto Carlos são peças mais que importantes na seleção adulta e mantêm a tradição brasileira de forçar o jogo pelas laterais. Na sub-23, ao contrário, as laterais estão em um segundo plano. Maicon e Maxwell não têm reservas.
O primeiro é reserva em seu clube, o Cruzeiro, e o segundo, é pouco conhecido no Brasil por atuar no Ajax, da Holanda. "Já joguei no Ajax como ponta e no meio-campo, mas minha responsabilidade maior lá é a marcação. Saí cedo para a Holanda, e espero ser mais conhecido no Brasil agora", declarou Maxwell.
Maicon tem ficado na sombra de Maurinho, um dos candidatos a ser reserva de Cafu em 2004. "O Ricardo Gomes passou que a minha primeira função é a marcação mesmo", diz o cruzeirense.


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