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FUTEBOL
Seleções sub-23 e principal, com campanhas bem diferentes em 2003, mostram pontos fracos e fortes distintos
Brasil de Gomes faz sombra ao de Parreira
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN
As diferenças entre a seleção
brasileira sub-23 e a principal vão
muito além da idade dos jogadores e da estrutura que recebem.
Os técnicos Ricardo Gomes, do
time mais jovem, e Carlos Alberto
Parreira, da equipe pentacampeã,
optam por esquemas diferentes,
exploram pontos fortes diferentes
e sofrem com deficiências diferentes de suas seleções.
Os garotos que tentarão no Pré-Olímpico uma vaga para os Jogos
de Atenas vêm treinando no esquema 4-3-3, e a seleção principal
raramente muda seu tradicional
4-4-2. Diferentemente do que sugerem alguns, não há uma reprodução do time principal naquela
que é uma equipe de base.
"O time principal é meu modelo. Ronaldo, Cafu, todos eles.
Acho que os esquemas são diferentes pelas características dos jogadores", diz Diego, o único jogador da sub-23 que já se acostumou a frequentar o time maior.
No ano passado, ambas as equipes nacionais fizeram 12 jogos e só
a sub-23 pôde se orgulhar dos resultados obtidos na temporada.
Venceu amistosos contra times
principais, saiu invicta do Torneio do Qatar e foi vice-campeã
da Copa Ouro, principal competição de seleções da Concacaf.
A equipe de Parreira foi mal em
amistosos, caiu na primeira fase
da Copa das Confederações e está
irregular nas eliminatórias.
"São situações bem diferentes.
Acho que a seleção principal sofre
mais com a grande responsabilidade que são as eliminatórias da
Copa. Aqui é um pouco mais
tranquilo", afirmou Diego.
Se a zaga formada por Lúcio e
Roque Júnior no time maior é
bastante criticada, a dupla Edu
Dracena/Alex é exaltada. O primeiro é capitão da sub-23 e campeão nacional, e o segundo é tido
como o melhor zagueiro do país,
possível reforço do Real Madrid.
"O Pré-Olímpico é um passo
para chegarmos à seleção principal. O Lúcio e os outros zagueiros
da seleção maior estão entre os
melhores da Europa e não foram
pentacampeões por acaso. Mas eu
e o Alex vamos tentar um espaço", disse Edu Dracena.
Alex está confiante de que sua
chance com Parreira está próxima. "Se eu jogasse no Real Madrid, estaria mais perto da seleção. Mas posso chegar também
atuando pelo Santos", afirmou.
Os experientes Cafu e Roberto
Carlos são peças mais que importantes na seleção adulta e mantêm
a tradição brasileira de forçar o jogo pelas laterais. Na sub-23, ao
contrário, as laterais estão em um
segundo plano. Maicon e Maxwell
não têm reservas.
O primeiro é reserva em seu clube, o Cruzeiro, e o segundo, é
pouco conhecido no Brasil por
atuar no Ajax, da Holanda. "Já joguei no Ajax como ponta e no
meio-campo, mas minha responsabilidade maior lá é a marcação.
Saí cedo para a Holanda, e espero
ser mais conhecido no Brasil agora", declarou Maxwell.
Maicon tem ficado na sombra
de Maurinho, um dos candidatos
a ser reserva de Cafu em 2004. "O
Ricardo Gomes passou que a minha primeira função é a marcação
mesmo", diz o cruzeirense.
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