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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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AÇÃO

Bem das pernas

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Qualquer um, amante do esporte ou não, adora histórias comoventes de atletas que chegam ao topo, despencam por problemas pessoais, de saúde ou outro drama qualquer e voltam.
O esquiador austríaco Hermann Maier, para muitos o melhor velocista que o esporte já viu, é a comoção da vez. Maier, 30, está de volta às pistas após 675 dias. E retorna em grande estilo, no Mundial de esqui, em St. Moritz, Suíça, até o dia 15 de fevereiro.
Ele, que de 97 a 2001 faturou 40 etapas do Mundial, quatro ouros olímpicos e três títulos mundiais, é também conhecido como Herminator (alusão ao personagem interpretado pelo compatriota Arnold Schwarzenegger nos cinemas), apelido que ganhou depois de sofrer uma queda tão espetacular quanto arrepiante durante a Olimpíada de inverno de 98.
Na ocasião, o austríaco, que todos esperavam estar, na melhor das hipóteses, desmaiado, levantou, recolheu os esquis, desceu a pista andando e, dois dias depois, conquistou dois ouros. Mas o destino tinha outras provações reservadas ao incomparável Maier, na época conhecido por muitos competidores como um dos mais arrogantes atletas do circuito.
Em 24 de agosto de 2001, quando voltava de moto de um treino de preparação para os Jogos de 2002, sofreu um grave acidente que esmagou suas pernas. "Meu primeiro pensamento foi: "Deus, me permita andar novamente'", disse ao site mountainzone.com.
Mas logo após o acidente, voltar a andar não era a preocupação -amputação era o tema. Durante duas semanas, os médicos aguardaram para ver se precisariam ou não amputar. Quando soube que não seria preciso, prometeu para si mesmo que voltaria a competir, embora os médicos dissessem que seria impossível.
Maier nunca desistiu de tentar e finalmente, reaparece nas pistas de St.Moritz. Sair de lá com medalha seria colocar a cereja no topo da torta, mas, bem mais humilde e atencioso com a mídia do que antes, garante que se obter um ponto já seria suficiente. Seja como for, por uma dessas ironias da vida, Maier pôde, por mais de um ano, cantarolar as célebres palavras do compatriota Terminator, e entoava "I'll be back".
 
A Itália vai inovar. Os italianos vão, pioneiramente, dividir suas pistas entre praticantes de snowboard e de esqui.
Uma lei proposta no mês passado alega que acidentes entre as duas tribos têm sido frequentes (um aumento de 15% entre as temporadas de 2001 e 2002 serviu para chamar a atenção das autoridades) e que só a segregação poderá evitar maiores danos.
A lei foi proposta imediatamente depois que uma colisão entre um snowboarder e uma esquiadora de 36 anos, em Cortina d'Ampezzo, resultou na morte de uma mulher, no dia 12 de janeiro.
Além dessa, outras mudanças devem ser implantadas, como o uso obrigatório de capacetes e a separação de pistas para adultos e para crianças.
Nos EUA, berço da criação de leis desse tipo, três resorts proíbem o uso de snowboards (Alta, Deer Valley e Taos), embora o número de praticantes do esporte ainda esteja em franco crescimento (são, hoje, mais de 5,3 milhões de snowboarders, contra apenas 1,6 milhão em 92). Mas também por lá acidentes fatais são registrados regularmente.

WQS Havaí
Etapa de somente uma estrela em Sunset Beach abriu o Campeonato Mundial de surfe de 2003. Shane Beschen venceu, e Yuri Sodré, único brasileiro a representar o país na competição, ficou na terceira colocação.

Pequena grande promessa
Com somente 12 anos, a surfista paranaense Bruna Schimidtz se transformou na mais jovem atleta a vencer uma etapa do circuito catarinense da modalidade. Competindo entre 24 garotas, Schimidtz venceu todas as baterias da competição disputada em São Francisco do Sul.

Fase de crescimento
O interesse por corridas de aventura não pára. Para os iniciantes no esporte e com recorde de inscritos será realizado neste fim de semana em Natividade da Serra o primeiro Adventure Camp 2003.

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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