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AÇÃO
Bem das pernas
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Qualquer um, amante do
esporte ou não, adora histórias comoventes de atletas que
chegam ao topo, despencam por
problemas pessoais, de saúde ou
outro drama qualquer e voltam.
O esquiador austríaco Hermann Maier, para muitos o melhor velocista que o esporte já viu,
é a comoção da vez. Maier, 30, está de volta às pistas após 675 dias.
E retorna em grande estilo, no
Mundial de esqui, em St. Moritz,
Suíça, até o dia 15 de fevereiro.
Ele, que de 97 a 2001 faturou 40
etapas do Mundial, quatro ouros
olímpicos e três títulos mundiais,
é também conhecido como Herminator (alusão ao personagem
interpretado pelo compatriota
Arnold Schwarzenegger nos cinemas), apelido que ganhou depois
de sofrer uma queda tão espetacular quanto arrepiante durante
a Olimpíada de inverno de 98.
Na ocasião, o austríaco, que todos esperavam estar, na melhor
das hipóteses, desmaiado, levantou, recolheu os esquis, desceu a
pista andando e, dois dias depois,
conquistou dois ouros. Mas o destino tinha outras provações reservadas ao incomparável Maier, na
época conhecido por muitos competidores como um dos mais arrogantes atletas do circuito.
Em 24 de agosto de 2001, quando voltava de moto de um treino
de preparação para os Jogos de
2002, sofreu um grave acidente
que esmagou suas pernas. "Meu
primeiro pensamento foi: "Deus,
me permita andar novamente'",
disse ao site mountainzone.com.
Mas logo após o acidente, voltar
a andar não era a preocupação
-amputação era o tema. Durante duas semanas, os médicos
aguardaram para ver se precisariam ou não amputar. Quando
soube que não seria preciso, prometeu para si mesmo que voltaria
a competir, embora os médicos
dissessem que seria impossível.
Maier nunca desistiu de tentar
e finalmente, reaparece nas pistas
de St.Moritz. Sair de lá com medalha seria colocar a cereja no topo da torta, mas, bem mais humilde e atencioso com a mídia do
que antes, garante que se obter
um ponto já seria suficiente. Seja
como for, por uma dessas ironias
da vida, Maier pôde, por mais de
um ano, cantarolar as célebres
palavras do compatriota Terminator, e entoava "I'll be back".
A Itália vai inovar. Os italianos
vão, pioneiramente, dividir suas
pistas entre praticantes de snowboard e de esqui.
Uma lei proposta no mês passado alega que acidentes entre as
duas tribos têm sido frequentes
(um aumento de 15% entre as
temporadas de 2001 e 2002 serviu
para chamar a atenção das autoridades) e que só a segregação poderá evitar maiores danos.
A lei foi proposta imediatamente depois que uma colisão entre
um snowboarder e uma esquiadora de 36 anos, em Cortina
d'Ampezzo, resultou na morte de
uma mulher, no dia 12 de janeiro.
Além dessa, outras mudanças
devem ser implantadas, como o
uso obrigatório de capacetes e a
separação de pistas para adultos e
para crianças.
Nos EUA, berço da criação de
leis desse tipo, três resorts proíbem
o uso de snowboards (Alta, Deer
Valley e Taos), embora o número
de praticantes do esporte ainda
esteja em franco crescimento (são,
hoje, mais de 5,3 milhões de
snowboarders, contra apenas 1,6
milhão em 92). Mas também por
lá acidentes fatais são registrados
regularmente.
WQS Havaí
Etapa de somente uma estrela em Sunset Beach abriu o Campeonato Mundial de surfe de 2003. Shane Beschen venceu, e Yuri Sodré, único brasileiro a representar o país na competição, ficou na
terceira colocação.
Pequena grande promessa
Com somente 12 anos, a surfista paranaense Bruna Schimidtz se
transformou na mais jovem atleta a vencer uma etapa do circuito
catarinense da modalidade. Competindo entre 24 garotas, Schimidtz venceu todas as baterias da competição disputada em São
Francisco do Sul.
Fase de crescimento
O interesse por corridas de aventura não pára. Para os iniciantes
no esporte e com recorde de inscritos será realizado neste fim de
semana em Natividade da Serra o primeiro Adventure Camp 2003.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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