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BOXE
Larry Holmes dos anos 90/00
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-campeão Larry Holmes, que dominou a categoria dos pesados na primeira metade da década de 80, poderia
muito bem ter chamado o inglês
Lennox Lewis em um canto e comentado: "Eu sou você amanhã".
Ambos têm várias coisas em comum: o fato de não terem caído
nas graças do público apesar de
terem dominado suas épocas,
além de terem sido subestimados.
Holmes foi vítima do fato de seu
reinado como campeão ter seguido àquele do mais carismático de
todos os campeões, seu mentor,
Muhammad Ali, a quem surrou
quando já estava com 38 anos.
Jamais foi perdoado por isso.
Para piorar, fora Ali e Holmes,
já veteranos, em sua época não
havia grandes nomes, só os Tims
Whiterspoons, Carls Williams e
Davids Bays. Sem adversários brilhantes, não havia como demonstrar que era um fora-de-série.
Mas esse era um detalhe que fugia totalmente ao seu controle.
Além disso, Holmes, dono de estilo limpo e possivelmente do melhor jab (golpe preparatório de esquerda) da história dos pesados,
era um pugilista técnico, não um
pegador brutal ou um brigador.
Agora, a exemplo do que ocorria com Holmes, Lewis é ignorado
pelo público, apesar de ter conquistado vitórias sobre Riddick
Bowe (na Olimpíada-88), Evander Holyfield, Mike Tyson, Vitali
Klitshko, Tommy Morrison etc.
Tá certo que os nomes não são
espetaculares como aqueles da
década de 70 e que Holyfield e
Tyson já estavam um pouco desgastados quando os pegou. No entanto, como acontecia com Holmes, isso não é culpa de Lewis.
Porém há o credo de que, como
aconteceu quando Holmes bateu
Ali, Lewis ganhou de um "Iron"
Tyson já bem enferrujado quando finalmente se enfrentaram.
Eu mesmo creio que Tyson venceria Lewis caso o tivesse enfrentado quando estava no auge da
forma, com movimentação de cabeça e cintura, fintas, velocidade
de punhos e golpes em combinações, ingredientes que ficaram cada vez mais raros depois que demitiu Kevin Rooney, em 1988.
Rooney era um treinador fantástico? Não. O fato de nunca mais
ter dirigido pugilistas top do top
mostra isso -seu melhor boxeador pós-Tyson foi Vinnie Pazienza. Mas era o técnico certo para
Tyson, pois entendia o estilo criado por Cus D'Amato, que tão bem
funcionou com Tyson.
Voltando a Holmes e Lewis, um
fator que os diferencia bem é a
qualidade (ou falta de) do "queixo". Holmes levantou-se de quedas contra Earnie Shavers, talvez
o maior pegador da história dos
pesados, e Renaldo Snipes, recuperou-se e venceu. Já quando Oliver "Atomic Bull" McCall e Hasim "The Rock" Rahman conectaram com o queixo de Lewis...
Assim, se anunciar sua aposentadoria hoje conforme foi divulgado pela rádio BBC ontem e for
se incluir entre os cinco melhores
pesos-pesados de todos os tempos
em seu ranking pessoal, como
analisou a esta coluna durante
uma teleconferência no ano passado, o britânico Lewis teria de ficar atrás de Holmes nessa lista.
Mas não amargaria má colocação. Holmes é tido por muitos um
dos cinco melhores pesados.
Brasil 1
Apesar de ter ido para a Venezuela para conversar sobre a possibilidade de disputar o título dos leves da AMB, vago, Popó apenas deve
unificar só depois que for definido o campeão. Segundo membro da
equipe do lutador baiano, ""faz mais sentido comercialmente".
Brasil 2
Maguila dará aulas a jovens carentes em Osasco. A academia, cuja
inauguração será no dia 18, funcionará em convênio com a prefeitura.
Nos EUA
Uma curiosidade: o co-promotor da programação que a ESPN International exibe na madrugada de sábado é o americano Bobby Hitz,
ex-oponente do ex-campeão mundial "Big" George Foreman.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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