São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2004

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NATAÇÃO

Brasil recebe pela 1ª vez a decisiva etapa do circuito e vê astros das piscinas desdenharem de prêmios e do evento

Copa no RJ ganha brilho, mas não estrelas

GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O nome é de campeonato importante. Os prêmios também. Mas nem assim a derradeira etapa da Copa do Mundo vai conseguir trazer ao Rio, a partir de hoje, os principais astros das piscinas.
O Brasil recebe provas do circuito desde 1998, mas só neste ano conseguiu fechar o evento -os outros sete estágios já foram realizados. A organização, então, decidiu apostar alto. Batizou o torneio de "Superfinal da Copa" e esperava ver um boom de nadadores de elite. Não foi bem assim.
Só dois atletas que conquistaram medalhas de ouro no Mundial de Barcelona, realizado em agosto do ano passado, vão competir no complexo esportivo Miécimo da Silva, localizado no bairro de Campo Grande -a ucraniana Yana Klochkova e a norte-americana Amanda Beard.
Mesmo assim, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes, crê que o nível técnico do campeonato será satisfatório.
"Ninguém vem aqui para brincar. Podemos não ter astros como Ian Thorpe e Michael Phelps, mas o Rio vai ver nadadores bem posicionados no ranking mundial, que vão competir em busca de um ótimo prêmio", disse o dirigente.
Cada etapa da Copa distribui um total de US$ 102 mil aos atletas. Há também uma premiação extra para os competidores que obtiverem a melhor performance somando os resultados dos sete estágios anteriores. No total, a cifra chega a US$ 1 milhão.
"O problema deste ano é que a última etapa não vai definir muita coisa, já que são poucos os atletas que lutam pelo título de melhores do circuito", contou Pedro Adrega, porta-voz da Federação Internacional de Natação.
Há também o agravante da Olimpíada. A maioria dos nadadores de ponta treina visando as seletivas de seus países para os Jogos, que serão disputadas em piscina longa (50 m). As provas da Copa do Mundo são realizadas em piscina curta (25 m).
O grande objetivo da CBDA em 2004 era convencer o atleta de maior destaque no ano passado a nadar no Brasil. Michael Phelps, 18, cinco ouros e quatro recordes no último Mundial, chegou a ser contatado. Só que o norte-americano declinou o convite.
Sua empresária, Marissa Gagnon, deu o recado. "O Michael não pretende nadar etapas da Copa em fevereiro. Ele vai treinar para as seletivas olímpicas."
Os Jogos também são empecilho para os brasileiros. O Brasil vai ter em ação no Rio a maioria dos seus atletas que estiveram no Pan de Santo Domingo, no ano passado. O foco de todos, porém, estará voltado para a Grécia.
"Não treinei visando esta etapa do Rio porque estou com a cabeça centrada na Olimpíada. Só que pretendo fazer o maior número possível de competições internacionais e esta é uma delas", contou a velocista Flávia Delaroli, que já tem índice para nadar os 50 m livre nos Jogos de Atenas-2004.
Sem nadadores em plena forma, o público brasileiro pode deixar de assistir a algo comum em provas da Copa do Mundo: recordes mundiais. Desde 1989, foram quebradas 122 marcas, quatro delas registradas nas sete primeiras etapas do circuito 2003/2004. Nenhuma delas foi lograda no Brasil.

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