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NATAÇÃO
Brasil recebe pela 1ª vez a decisiva etapa do circuito e vê astros das piscinas desdenharem de prêmios e do evento
Copa no RJ ganha brilho, mas não estrelas
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O nome é de campeonato importante. Os prêmios também.
Mas nem assim a derradeira etapa
da Copa do Mundo vai conseguir
trazer ao Rio, a partir de hoje, os
principais astros das piscinas.
O Brasil recebe provas do circuito desde 1998, mas só neste ano
conseguiu fechar o evento -os
outros sete estágios já foram realizados. A organização, então, decidiu apostar alto. Batizou o torneio
de "Superfinal da Copa" e esperava ver um boom de nadadores de
elite. Não foi bem assim.
Só dois atletas que conquistaram medalhas de ouro no Mundial de Barcelona, realizado em
agosto do ano passado, vão competir no complexo esportivo Miécimo da Silva, localizado no bairro de Campo Grande -a ucraniana Yana Klochkova e a norte-americana Amanda Beard.
Mesmo assim, o presidente da
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Coaracy Nunes, crê que o nível técnico do
campeonato será satisfatório.
"Ninguém vem aqui para brincar. Podemos não ter astros como
Ian Thorpe e Michael Phelps, mas
o Rio vai ver nadadores bem posicionados no ranking mundial,
que vão competir em busca de um
ótimo prêmio", disse o dirigente.
Cada etapa da Copa distribui
um total de US$ 102 mil aos atletas. Há também uma premiação
extra para os competidores que
obtiverem a melhor performance
somando os resultados dos sete
estágios anteriores. No total, a cifra chega a US$ 1 milhão.
"O problema deste ano é que a
última etapa não vai definir muita
coisa, já que são poucos os atletas
que lutam pelo título de melhores
do circuito", contou Pedro Adrega, porta-voz da Federação Internacional de Natação.
Há também o agravante da
Olimpíada. A maioria dos nadadores de ponta treina visando as
seletivas de seus países para os Jogos, que serão disputadas em piscina longa (50 m). As provas da
Copa do Mundo são realizadas
em piscina curta (25 m).
O grande objetivo da CBDA em
2004 era convencer o atleta de
maior destaque no ano passado a
nadar no Brasil. Michael Phelps,
18, cinco ouros e quatro recordes
no último Mundial, chegou a ser
contatado. Só que o norte-americano declinou o convite.
Sua empresária, Marissa Gagnon, deu o recado. "O Michael
não pretende nadar etapas da Copa em fevereiro. Ele vai treinar para as seletivas olímpicas."
Os Jogos também são empecilho para os brasileiros. O Brasil
vai ter em ação no Rio a maioria
dos seus atletas que estiveram no
Pan de Santo Domingo, no ano
passado. O foco de todos, porém,
estará voltado para a Grécia.
"Não treinei visando esta etapa
do Rio porque estou com a cabeça
centrada na Olimpíada. Só que
pretendo fazer o maior número
possível de competições internacionais e esta é uma delas", contou a velocista Flávia Delaroli, que
já tem índice para nadar os 50 m
livre nos Jogos de Atenas-2004.
Sem nadadores em plena forma, o público brasileiro pode deixar de assistir a algo comum em
provas da Copa do Mundo: recordes mundiais. Desde 1989, foram
quebradas 122 marcas, quatro delas registradas nas sete primeiras
etapas do circuito 2003/2004. Nenhuma delas foi lograda no Brasil.
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