São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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FUTEBOL

"Reeleito", Del Nero vê o fim de sua era na FPF

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Por 15 anos, Eduardo José Farah dirigiu a Federação Paulista de Futebol em confronto com a CBF e com mão-de-ferro dentro do Estado. Seu substituto, Marco Polo Del Nero, que hoje será reeleito para o segundo mandato (2006 a 2010), preferiu se aliar à confederação e se aproximar dos clubes.
Com isso, Del Nero obteve a assinatura de 109 clubes e ligas amadoras à sua candidatura, número superior ao de seu antecessor. Mas disse que não vai se eternizar na FPF como Farah. A princípio, fica mais três anos e deixa o cargo.
"Acho que sim [saio depois deste mandato]. Estarei cumprindo meu papel. Nem sei se estarei vivo daqui a três anos", brincou ele.
Farah prometeu sair da FPF algumas vezes, mas voltou atrás. Del Nero, porém, já se diferenciou do antecessor em outros aspectos.
A imagem que quer passar de sua gestão é representada pela porta de sua sala. Cartolas dizem que não ela tem tranca. "Del Nero democratizou a federação", disse o vice do Santos, Norberto Silva.
Mas a abertura representou inchaço no Paulista, que adotou os pontos corridos em 19 datas, com 20 clubes. E deu seqüência à distribuição de dinheiro de Farah, com empréstimos a clubes e a ajuda extra-oficial a cartolas, entre eles o corintiano Alberto Dualib.
A política de Del Nero se expandiu para o interior, onde Farah tinha menos atuação. Ele instalou três subsedes e faz viagens constantes para buscar apoio de prefeitos aos clubes de fora da capital.
Aumentou o investimento na Série A-2, cujo número de times subiu neste ano. Por isso, ganhou apoio maciço de 35 dos 40 clubes.
Na CBF, reatou com o presidente Ricardo Teixeira, a quem Farah queria substituir. Não só evita críticas ao superior como se tornou seu articulador político perante outras federações, dizem cartolas.
"Tenho linha direta com o Marco Antônio Teixeira e com todos da CBF." Mas dificilmente terá aval para aumentar o Paulista.
O ponto fraco, disse Del Nero, é a arbitragem, na qual investiu o dobro após o escândalo de 2005. "Isso vai refletir aos poucos."


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