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FUTEBOL
"Reeleito", Del Nero vê o fim de sua era na FPF
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Por 15 anos, Eduardo José Farah
dirigiu a Federação Paulista de
Futebol em confronto com a CBF
e com mão-de-ferro dentro do Estado. Seu substituto, Marco Polo
Del Nero, que hoje será reeleito
para o segundo mandato (2006 a
2010), preferiu se aliar à confederação e se aproximar dos clubes.
Com isso, Del Nero obteve a assinatura de 109 clubes e ligas amadoras à sua candidatura, número
superior ao de seu antecessor.
Mas disse que não vai se eternizar
na FPF como Farah. A princípio,
fica mais três anos e deixa o cargo.
"Acho que sim [saio depois deste mandato]. Estarei cumprindo
meu papel. Nem sei se estarei vivo
daqui a três anos", brincou ele.
Farah prometeu sair da FPF algumas vezes, mas voltou atrás.
Del Nero, porém, já se diferenciou
do antecessor em outros aspectos.
A imagem que quer passar de
sua gestão é representada pela
porta de sua sala. Cartolas dizem
que não ela tem tranca. "Del Nero
democratizou a federação", disse
o vice do Santos, Norberto Silva.
Mas a abertura representou inchaço no Paulista, que adotou os
pontos corridos em 19 datas, com
20 clubes. E deu seqüência à distribuição de dinheiro de Farah,
com empréstimos a clubes e a ajuda extra-oficial a cartolas, entre
eles o corintiano Alberto Dualib.
A política de Del Nero se expandiu para o interior, onde Farah tinha menos atuação. Ele instalou
três subsedes e faz viagens constantes para buscar apoio de prefeitos aos clubes de fora da capital.
Aumentou o investimento na
Série A-2, cujo número de times
subiu neste ano. Por isso, ganhou
apoio maciço de 35 dos 40 clubes.
Na CBF, reatou com o presidente Ricardo Teixeira, a quem Farah
queria substituir. Não só evita críticas ao superior como se tornou
seu articulador político perante
outras federações, dizem cartolas.
"Tenho linha direta com o Marco Antônio Teixeira e com todos
da CBF." Mas dificilmente terá
aval para aumentar o Paulista.
O ponto fraco, disse Del Nero, é
a arbitragem, na qual investiu o
dobro após o escândalo de 2005.
"Isso vai refletir aos poucos."
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