São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011 |
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PAULO VINICIUS COELHO Guerra e paz
O PALMEIRAS pagou na quinta-feira a última parcela dos direitos de imagem atrasados. O que explica a boa fase do time de Felipão não é salário em dia. Mas o compromisso cumprido evidencia que uma das diferenças está no vestiário. Antes, os jogadores ouviam entrevistas em que diretores diziam que o time era muito ruim e muito caro. "Dizem que ganho muito, mas eu não recebo", rebateu o zagueiro Danilo. Depois da vitória sobre o Ituano, a primeira das cinco no Paulistão, o novo vice-presidente de futebol, Roberto Frizzo, foi ao vestiário e disse apenas uma palavra: "Parabéns!". Depois, deixou clara a intenção de resolver os problemas do passado. O Palmeiras décimo colocado do Brasileirão de 2010 vivia em pé de guerra. O Palmeiras líder do Paulistão de 2011 joga em paz. O Corinthians, não. Ano passado, o "day after" da eliminação para o Flamengo registrou gritos contra Mano Menezes dentro do Parque São Jorge. O técnico tomou duas atitudes. Primeiro, conversou com os agitadores. Depois, mandou fechar o portão do campo de treino. Dois meses depois, era líder do Brasileirão. Aquele Corinthians não repetiu a campanha de 1999, quando fugiu do trauma da eliminação na Libertadores com calma e com vitórias que levaram ao título brasileiro. Os primeiros sinais de 2011 lembram o ano 2000, ano em que o Corinthians caiu na Libertadores e em um furacão. Edílson foi escorraçado do Parque São Jorge, no dia seguinte à eliminação contra o Palmeiras, por um grupo de torcedores fora de si. Agressão tão grave quanto os carros depredados nesta semana. O paralelo palmeirense é a agressão a Vagner Love num banco, na reta de chegada do Brasileirão de 2009. O salto suicida, da liderança à quinta colocação, teve como impulso a guerra com a torcida. O Corinthians começou a rodada em 11º lugar, a mesma classificação do Palmeiras no final do Paulistão passado. Mas não tem um time menos talentoso do que o rival. Felipão montou a parte defensiva em 2010. Agora, ajusta o ataque aos poucos, à medida que recebe jogadores, e esses jogadores confiam em quem trabalha com eles. A paz no Palmeiras só não é completa por culpa da aflição de parte do batalhão de choque de Mustafá Contursi. "É preciso entender que nosso grupo não estava no comando havia muito tempo", diz o presidente Arnaldo Tirone. O problema é quando a pressa para impor decisões rápidas cria insegurança onde ela não pode existir: o campo de treino. pvc@uol.com.br Texto Anterior: Torcida recebe com pedradas ônibus do time Próximo Texto: Juca Kfouri: O preço da derrota Índice | Comunicar Erros |
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