UOL


São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo e Portuguesa Santista apostam nas jogadas individuais para obter vaga na decisão

Paulista vê a semifinal do "deixa que eu decido"

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Me dá a bola que eu resolvo.
Para São Paulo e Portuguesa Santista, que iniciam hoje, às 21h, no estádio do Morumbi, a disputa por uma vaga na final do Campeonato Paulista-2003, gol é com bola rolando e, principalmente, em jogadas individuais.
Na contramão de um campeonato recheado de gols de cabeça e em cobranças de faltas, escanteios e pênaltis, lusos, que levam a vantagem do empate na série, e são-paulinos, segundo os números do Datafolha, preferem um drible, uma tabela ou um chute de longa distância para balançar as redes.
Mesmo com um elenco modesto, o time do litoral tem a artilharia em que a criatividade mais pesa. Foram seis gols anotados em jogadas individuais, ou 40% do total do time. Como comparação, o rico Corinthians só anotou duas vezes dessa forma.
No São Paulo, só dois dos 19 gols do time foram feitos em lances de bola parada -ambos em cobranças de escanteio.
Somados, os duelistas de hoje só anotaram 11,8% de seus gols em cobranças de pênaltis, faltas ou escanteios, contra 31,7% de toda a concorrência do Paulista.
Dando mais espaço para a criatividade de seus jogadores, o são-paulino Oswaldo de Oliveira e o luso Pepe tiveram ótimo retorno.
Seus times ostentam os ataques mais produtivos dos semifinalistas -são 19 gols da equipe da capital e 15 dos santistas.
"A característica das duas equipes é essa. Jogamos com mais velocidade, diferentemente de Corinthians e Palmeiras. Isso [o alto número de gols com a bola rolando] está ocorrendo pela proposta que nós colocamos", diz Oswaldo de Oliveira, o técnico são-paulino, que ontem, devido às chuvas que atingiram a capital paulista, pouco conseguiu fazer no último treino da equipe, que começou com uma hora de atraso.
Mesmo jogando fora de casa e contra um grande, a Santista não vê motivos para mudar seu estilo.
"Com todo o respeito ao São Paulo, vamos para lá para vencer", declarou o atacante Rico, artilheiro do Paulista com sete gols e ex-atleta do clube do Morumbi.
Para diminuir a dependência da bola parada, São Paulo e Portuguesa Santista contam com jogadores de grande habilidade.
Cada time tem dois jogadores na lista dos 12 maiores dribladores. As equipes também têm jogadores com facilidade para chutar de qualquer parte do campo.
Prova disso é o alto número de gols marcados em chutes de fora da área -foram quatro para o São Paulo e três para a Santista.
A segunda partida da série entre os clubes acontece no próximo domingo, em Santos, em local a ser conformado pela FPF.
A diretoria do clube do litoral não aceitou a proposta são-paulina para realizar o confronto decisivo também no Morumbi.
"Vou fazer o quê? A Portuguesa Santista deixou de ganhar um bom dinheiro. Agora espero que a federação tenha o bom senso de marcar o jogo para a Vila Belmiro", lamenta Marcelo Portugal Gouvêa, presidente são-paulino.


Colaboraram Fausto Siqueira, da Agência Folha, em Santos, e Eduardo Arruda, da Reportagem Local

NA TV - ESPN Brasil e Sportv, ao vivo, às 21h


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: São Paulo tenta provar valor do melhor ataque
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.