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Cuca condena oba-oba da diretoria
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira derrota do São Paulo
na temporada provocou o primeiro mal-estar entre o técnico
Cuca e a diretoria do clube.
A Folha apurou que ele ficou irritado com o "inchaço" da delegação são-paulina que foi ao Equador para acompanhar o confronto com a LDU, pela Libertadores.
Na avaliação de Cuca, a presença de jornalistas, torcedores e
conselheiros do clube, convidados pela diretoria, atrapalhou a
concentração dos atletas.
Em ano de eleição para a presidência do São Paulo, que será realizada na segunda quinzena de
abril, uma das estratégias da atual
situação é explorar o sucesso da
equipe, que até anteontem estava
invicta na temporada.
A derrota para a LDU, por 3 a 0,
fez vir à tona um fantasma que
ronda o clube há anos: a falta de
conquistas. Após o revés em Quito, os dirigentes são-paulinos demonstravam muito abatimento.
Isolado em um canto do aeroporto de Quito, à espera do embarque para São Paulo, Cuca também era o retrato da desolação.
Pouco antes, porém, ainda nos
vestiários do estádio Casa Blanca,
o treinador, inconformado com o
resultado, desafiava o rival, que
colocou sua equipe na roda sob os
gritos de "olé" de seus torcedores.
"Não vi essa superioridade toda.
Na quarta-feira, eles [LDU] terão
oportunidade de ir ao Morumbi
para mostrar se são superiores como acham e falam que são", disse.
Cuca, que chamou a atenção de
alguns jogadores no intervalo do
jogo, também teve de engolir a
presença de um torcedor na preleção da equipe.
Publicamente, porém, o técnico
são-paulino assumiu a responsabilidade pelo tropeço em Quito,
embora tenha dito que faltou
"mobilização" a seus atletas.
"Nós não entramos no espírito
de decisão que deveríamos ter para esse jogo. Tudo o que aconteceu no Equador serviu como lição. Não adianta ficar achando
outros culpados. Podem ter certeza de que eu vou trabalhar para
corrigir todos esses erros", disse o
treinador, que reclamou das
chances perdidas por sua equipe
quando a partida estava 0 a 0.
"Nós jogamos muito mal e estávamos desconcentrados", disse o
goleiro e capitão Rogério, cujo
principal passatempo na concentração do time foi tocar e cantar
com o músico Nando Reis, ex-Titãs, um dos convidados do clube
na viagem ao Equador.
Enquanto Cuca atribui o fracasso à falta de concentração de seus
atletas, reservadamente, a diretoria são-paulina encontrou outro
vilão: o lateral Gustavo Nery.
Os dirigentes acreditam que o
atleta, que já acertou sua transferência para o futebol alemão, tem
comprometido nas partidas. Cuca, porém, não admite sacar Nery.
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