|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
À frente de Palmeiras e Santos, Candinho e Oswaldo de Oliveira se cruzam na tentativa de voltar à elite dos bancos
Clássico confronta técnicos fora de moda
MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Palmeiras e Santos se enfrentam
hoje, às 16h, no Parque Antarctica, pondo em rota de colisão dois
técnicos que chegaram desacreditados aos seus clubes.
Antes considerados treinadores
da elite e hoje em baixa, Candinho
e Oswaldo de Oliveira retornaram
e tentam provar que a descrença
em seus trabalhos é infundada.
A volta por cima que eles buscam dar em suas carreiras começou de maneira semelhante para
ambos. Tanto um como o outro
não eram os preferidos de Santos
e Palmeiras quando os clubes foram atrás de novos técnicos.
Para desembarcar de helicóptero em Santos para assinar seu
contrato com o time da Vila Belmiro e substituir Vanderlei Luxemburgo, mesmo depois de
campanhas pífias em 2004 à frente de Corinthians e Vitória, Oliveira teve a ajuda de Ricardinho.
O meia e capitão santista foi
quem convenceu o presidente
Marcelo Teixeira a apostar na
competência do amigo pessoal
-com quem já trabalhara no Corinthians e no São Paulo. Tite e
Carlos Bianchi eram os sonhos de
consumo do cartola.
Já Candinho, que em 1996 levou
a Portuguesa ao vice-campeonato
do Brasileiro e no ano seguinte
salvou o Corinthians do rebaixamento no Nacional, chegou ao
Parque Antarctica como a última
opção de uma lista de cinco nomes. Virou o preferido depois que
Muricy Ramalho (o "plano A"),
Geninho, Péricles Chamusca e
Zetti foram descartados.
Apesar da desconfiança com
que foram recebidos em seus
atuais times, Oliveira e Candinho
tiveram seus nomes ligados até
mesmo à seleção brasileira.
O treinador palmeirense, 58, foi
o auxiliar técnico do time nacional durante a passagem de Luxemburgo, de 1998 a 2000 -chegou a dirigir o time em uma goleada sobre a Venezuela (6 a 0).
Oliveira, que também já foi o
braço direito do atual treinador
do Real Madrid, fora cogitado para suceder Luiz Felipe Scolari na
seleção -cargo que acabou com
Carlos Alberto Parreira.
Apesar de estar longe dos holofotes há um bom tempo, Candinho diz que já voltou a se acostumar com a rotina de entrevistas e
cobranças. "Mas na Arábia era até
pior do que aqui", compara, ao citar seu último trabalho, no comando do Al Ittihad.
"Ele é um treinador que pensa
grande. Está mostrando que é técnico de time grande", elogia o zagueiro Gláuber, que virou titular
após a chegada de Candinho.
Do lado santista, Oliveira aproveita o bom momento do time depois da vitória sobre o Danubio
na última quinta, pela Libertadores. "Não sinto essa contestação
da torcida. Eu me sinto totalmente à vontade no Santos, estou muito tranqüilo no clube."
O técnico recordou que, ao chegar à Vila Belmiro, fora tratado
como "extraterrestre", por sua
maneira de se expressar. À ocasião, disse que o Santos tinha um
"cast [elenco, em inglês] dileto".
"Há pessoas que têm um vocabulário de 2.000 palavras, outras
de 5.000 palavras, outras de cinco
e outras de duas. Tenho 54 anos,
como vou mudar algo que já tenho sedimentado?", questionou.
Oliveira também falou de Candinho. "É um cara muito legal, conheço-o há bastante tempo e temos uma relação amistosa, apesar
das rivalidades do futebol."
Rivalidade que hoje põe os dois
frente a frente, cada um à sua maneira, tentando subir um degrau
na volta ao topo. E empurrando o
outro um pouquinho mais para
baixo. De novo.
Texto Anterior: Tevez diz que não briga mais Próximo Texto: O personagem: Após nove meses, Flávio encara um dos grandes de SP Índice
|