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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Único piloto a subir ao pódio nos dois GPs do ano, finlandês diz estar surpreso com liderança do Mundial

Líder, Kimi-Matias não quer ser popular

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2000, ele não imaginava chegar à F-1. Em 2001, com apenas 19 corridas de monopostos no currículo, correu em Interlagos pela Sauber, sob desconfiança dos comissários da FIA e portando uma licença provisória. Em 2002, ainda se adaptando à McLaren, não conseguiu terminar o GP.
E a trajetória meteórica continua. Único piloto a subir ao pódio nas duas corridas deste ano, Kimi-Matias Raikkonen, 23, vencedor do GP da Malásia, há duas semanas, corre hoje em São Paulo -larga na quarta posição do grid-como o atual líder da temporada. Cenário que surpreende pela precocidade, ele admite.
Em entrevista à Folha, o piloto da McLaren justificou o apelido que recebeu do chefe, Ron Dennis. Até ensaiou alguns sorrisos. Mas, entre uma resposta e outra, disse não ter religião, não ter um ídolo no automobilismo, não ter um único amigo na categoria.
O apelido dele é "Iceman". Kimi Raikkonen é o homem de gelo da F-1. (FÁBIO SEIXAS)
 

Folha - O que mudou na sua vida nas duas últimas semanas?
Kimi Raikkonen
- Não mudou nada. Liderar o campeonato é legal, mas ainda estamos apenas na segunda corrida do ano.

Folha - A condição de líder veio mais cedo do que você esperava ?
Raikkonen
- Nossa meta sempre é chegar ao topo, marcar o máximo possível de pontos. Até agora, chegamos perto disso. Na Austrália o David [Coulthard" venceu e eu fui terceiro. Na Malásia, ganhei. Mas reconheço que este início é melhor do que esperava.

Folha - Chegar à F-1 após 17 GPs de F-Renault foi uma surpresa?
Raikkonen
- Foi, claro que foi. Ainda não havia terminado minha primeira temporada completa na F-Renault quando fechei com a Sauber. Todo dia agradeço ao meu empresário [risos".

Folha - Você é considerado um piloto muito frio. A tensão de uma corrida não mexe com você?
Raikkonen
- Não. Apesar de todo o trabalho, de todas as reuniões antes de uma corrida, não deixo isso me influenciar. Algumas vezes até tiro uma soneca. Só preciso me controlar para acordar antes da largada [risos".

Folha - Nestes dois anos de F-1 você fez amigos entre os pilotos?
Raikkonen
- Não. Meus amigos não estão aqui, estão na Finlândia.

Folha - Aparentemente você não gosta muito de entrevistas, de participar de eventos promocionais...
Raikkonen
- Faz parte do trabalho... Mas não tenho interesse nenhum em ser mais popular.

Folha - Você compara seu estilo com o de algum outro piloto?
Raikkonen
- Eu não me comparo com ninguém. É difícil fazer esse tipo de comparação. Acho que talvez quem esteja de fora tenha melhores condições de dizer isso.

Folha - Qual é seu maior ídolo no automobilismo?
Raikkonen
- Nunca tive ídolos. É claro que sempre acompanhei mais os pilotos finlandeses, mas eles nunca foram meus ídolos.

Folha - Você nunca sai do sério? Nunca explode?
Raikkonen
- É claro que sim. Todo mundo fica nervoso às vezes.

Folha - No que você acha que ainda precisa melhorar?
Raikkonen
- Nos treinos oficiais. Eu tive azar algumas vezes, mas sei que vou melhorar quando conseguir acertar algumas coisas.

Folha - Você já falou com o Schumacher fora de um autódromo?
Raikkonen
- Não, nunca conversamos. Não posso dizer que conheço o Schumacher. Achei legal ele ter me elogiado após minha vitória na Malásia, mas isso não muda nada. Não mesmo.



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