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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Fora da pista, Ferrari tenta brecar pirataria

DA REPORTAGEM LOCAL

Se nas pistas a Ferrari busca parar a arrancada da McLaren e da Renault na temporada, fora dela a marca italiana quer brecar os avanços de uma outra equipe rival: a dos piratas.
Uma caça policial a produtos falsificados que exploram o logotipo e o nome da mais badalada das escuderias está em curso desde a última segunda-feira. E vai ganhar reforço hoje, já que a pole conquistada por Rubens Barrichello deve estimular um derrame de bonés (a R$ 10 pré-GP e R$ 5 pós-GP), camisetas (R$ 15 pré, R$ 10 pós) sem precedentes nos arredores de Interlagos.
A chamada "Operação Ferrari", montada pelo Deic -Departamento Estadual de Investigações Criminais- e solicitada pelo escritório brasileiro de advocacia que defende os interesses da marca, tem apreendido material e processado criminalmente ambulantes e até lojas de shopping center que vendem ilegalmente camisetas, bonés, bolsas e perfumes com a estampa da equipe de Schumacher e Barrichello.
"Nos últimos anos, nos GPs Brasil, somos solicitados para efetuar essa operação para a Ferrari. Desde segunda-feira já conseguimos pegar muito material falso nas ruas", afirmou o delegado Paulo Fleury, do Deic, que na tarde de sexta-feira não tinha ainda os números da operação.
"Costumamos apreender cerca de 10 mil peças Ferrari falsas por ano, em média. Esses produtos chegam do interior e até de outros Estados", disse Fleury, sem contar os produtos cujas grifes fazem jogo de letras para se confundir com a famosa marca italiana, como Ferrari e Ferari, por exemplo.
Mas a reportagem da Folha verificou, em uma volta pelo lado de fora do autódromo, nas tardes de sexta e de ontem, que ambulantes circulavam em bandos por Interlagos faturando em cima da Ferrari, mesmo antes de a escuderia cravar a pole position graças à performance do piloto brasileiro.
Uma bolsa vermelha, estilo sacola, com o logo do cavalo preto característico da empresa italiana, que dobrada se transformava ainda em uma minibolsa, era vendida por R$ 20.
"Faço por R$ 15. Vai, R$ 10", facilitava o ambulante, que em uma mão segurava a bolsa aberta e, na outra, a versão míni, fechada.
Se os piratas da Ferrari estão com a vida dificultada em Interlagos, alguns poucos ambulantes que "representavam" outras equipes circulavam à solta ontem nas imediações do autódromo. Foram vistas à venda até camisetas pólo piratas da Jaguar, equipe do piloto brasileiro Antonio Pizzonia. (LR)


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