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Cuidados com os cavalos ainda espantam cavaleiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Hiroshi Hoketsu ainda precisa vestir fraque, cartola e luvas
para montar seu cavalo. Ainda
torce um pouco o nariz para a
rotina livre com música inserida nas competições, mas já está
acostumado à novidade.
O tratamento dispensado às
montarias, no entanto, continua a espantar o cavaleiro.
Hoketsu afirma que a cocheira e os cuidados com os cavalos
foram os aspectos que mais
evoluíram no hipismo desde
que ele disputou a longínqua
Olimpíada de Tóquio-1964.
"Hoje, eles são tratados melhor do que nós. A quantidade
de recursos é algo enorme",
brinca Hoketsu.
"O tipo de cavalo que usamos
hoje é diferente do que o que eu
montava. A estrutura melhorou bastante, gasta-se mais dinheiro com essas questões. A
competição continua praticamente a mesma, mas o entorno
mudou muito", completa.
O competidor japonês comemora que uma das peculiaridades da modalidade continua intocada: há espaço para pessoas mais velhas competirem.
"Na natação, cada vez os
competidores vão ficando mais
jovens. É mais difícil continuar
na ativa. No nosso esporte, não
é assim", festeja ele.
Hoketsu é bastante dedicado
a suas montarias e cria uma relação estreita com elas.
No último fim de semana,
sempre simpático, mas um
pouco carrancudo, o veterano
interrompeu a sessão de fotos
para esta reportagem, em um
haras em Aachen, na Alemanha, e pediu que o fotógrafo
voltasse no dia seguinte.
De acordo com o japonês, como já estava ficando tarde,
Whisper não estava mais com
desejo de treinar e fotografar.
A ligação entre o cavaleiro e
seus cavalos é um dos pontos
mais elogiados pelo presidente
do Comitê Olímpico Japonês,
Tsunekazu Takeda.
"Hoketsu compete com
montarias que ele mesmo treina. Durante décadas, ele tem
levantado às cinco da manhã
para treinar, é tudo o que um
cavaleiro tem que ser", afirma o
dirigente japonês.
"Os mais jovens precisam a
aprender a se dedicar como
ele", completa.
(ML)
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