São Paulo, sábado, 06 de maio de 2000


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"Pelé" do pólo aquático disputa sua sexta Olimpíada

GUSTAVO CHACRA
da Reportagem Local

Pouco conhecido no Brasil, o espanhol Manuel Estiarte é considerado o melhor jogador de pólo aquático de todos os tempos.
Campeão olímpico nos Jogos de Atlanta, em 1996, Estiarte, 38, disputará em Sydney a sua sexta Olimpíada. "Depois disso, encerro a minha carreira", disse o atleta, em entrevista à Folha.
O jogador começou a treinar pólo aquático aos 11 anos, na cidade de Manresa, na Catalunha. Medindo 1,74 m, pesando 70 kg -bem abaixo da média no pólo aquático- e atuando pela Espanha, país sem nenhuma tradição na modalidade, Estiarte, aos 18 anos, foi o artilheiro da Olimpíada de Moscou, em 1980.
Superou jogadores mais velhos e, principalmente, com uma força física muito superior. As seleções da Iugoslávia, da Hungria e da Rússia, países com ampla tradição no pólo aquático, são compostas por atletas de mais de 1,90 m de altura.
Quatro anos mais tarde, em Los Angeles, Estiarte foi outra vez o goleador da Olimpíada, feito que se repetiria em 1988, em Seul, e em 1992, em Barcelona. Em todas essas ocasiões, Estiarte atuou todos os minutos de todos os jogos, algo incomum na modalidade, que exige muito preparo físico.
Mas a primeira medalha olímpica demorou para chegar. Veio apenas nos Jogos de Barcelona.
A partida final foi contra a Itália. A certeza da vitória era tanta que o rei da Espanha, Juan Carlos, fanático pelo esporte, compareceu à piscina para assistir à decisão. O monarca estava incumbido de entregar a medalha aos vencedores.
No segundo dos quatro quartos de sete minutos, Estiarte perdeu um pênalti, o primeiro de sua carreira. No último quarto, quando faltavam 38 segundos para o final e a partida estava empatada, o juiz marcou outra penalidade.
Era a chance de garantir o ouro. Estiarte arremessou e marcou. Mas a Itália deu a saída e acabou empatando com apenas 10 segundos para o fim do jogo e provocou a prorrogação, de dois tempos de três minutos.
De novo houve um empate, e os times foram para a segunda prorrogação, que terminou com vitória dos italianos.
"Apesar da derrota, a prata significou a maior conquista espanhola no pólo aquático até aquele dia", afirmou o jogador.
Estiarte disputou a Olimpíada seguinte, em Atlanta, já com 34 anos. E a Espanha, então, não era uma das favoritas ao ouro.
Mas após uma fraca campanha na primeira fase, a seleção espanhola chegou à final, contra a Croácia. Mais experientes, em 1996 os espanhóis souberam vencer: 7 a 5. Estiarte não conseguiu ser artilheiro, mas conquistou finalmente o ouro.
Para esta Olimpíada, ele acredita nas chances da Espanha.
"A partir de 1990, a seleção espanhola cresceu muito. Este ano, já como uma seleção consagrada, temos as mesmas chances de Hungria, Iugoslávia, Croácia, Rússia e Itália", analisou Estiarte.


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