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Excesso devolve Maradona à
UTI
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona, 43, desrespeitou sua dieta médica e foi internado outra vez na madrugada
de ontem. Depois de ter deixado
na quinta-feira passada, sem alta
médica, a clínica em que esteve
internado por 11 dias, o jogador
voltou à unidade de terapia intensiva da Clínica e Maternidade Suíço-Argentina, em Buenos Aires.
Maradona, campeão mundial
em 1986 e ídolo em seu país, passou mal quando se preparava para voltar a Cuba, para onde viajaria hoje. O boletim, assinado por
seu médico particular, Alfredo
Cahe, diz que a nova internação
foi conseqüência de uma "transgressão alimentar".
Hospedado na chácara de um
amigo, a 51 km de Buenos Aires, o
ex-craque ignorou a dieta prescrita como parte do tratamento de
recuperação de um quadro cardiorrespiratório grave que o levou
à primeira internação, dia 18.
Às 2h de ontem, Cahe chamou
uma ambulância. Às 5h, o médico
voltou a chamar o serviço de urgência, desta vez para interná-lo.
Segundo Cahe, o ex-atleta "sofre
de fadiga e insuficiência ao respirar", mas insistiu que só decidiu
pela internação para que Maradona passasse por um check-up antes de regressar a Cuba, a fim de
seguir tratamento para superar
sua dependência química.
O boletim também diz que o estado de Maradona é estável e que
ele deve ficar internado até sexta.
A imprensa argentina, porém,
afirma que o médico do ex-jogador decidiu levá-lo de volta à clínica para forçá-lo a seguir a dieta
correta e pela dificuldade dos parentes em lidar com Maradona.
Desde que o argentino deixou a
clínica, a televisão local tem mostrado imagens suas jogando golfe.
Desobedecendo às orientações de
seu médico, ele comeu churrasco,
bife à milanesa, massa e tomou vinho nos últimos dias.
Na porta da clínica, os fãs voltaram a se aglomerar. Desta vez, porém, o número de admiradores
do ídolo diminuiu. Há menos fotos e cartazes do lado de fora.
Os fãs de Maradona também foram à Justiça. A organização não-governamental "Ariel Somes
Nós", que promove o combate à
violência, iniciou uma ação para
que seja identificado o responsável pelo que chama de "abandono
de pessoa". Segundo a ONG, a clínica não deveria ter permitido
que o jogador deixasse o local.
Segundo o advogado Enrique
Pigagini, fundador da ONG, Maradona não está em condições de
tomar decisões, portanto é preciso designar um responsável.
Maradona entrou na Suíço-Argentina pela primeira vez há 18
dias, com uma crise de hipertensão e miocardiopatia. Posteriormente, foi detectada uma pneumonia aspirativa bilateral.
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