São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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Excesso devolve Maradona à UTI

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona, 43, desrespeitou sua dieta médica e foi internado outra vez na madrugada de ontem. Depois de ter deixado na quinta-feira passada, sem alta médica, a clínica em que esteve internado por 11 dias, o jogador voltou à unidade de terapia intensiva da Clínica e Maternidade Suíço-Argentina, em Buenos Aires.
Maradona, campeão mundial em 1986 e ídolo em seu país, passou mal quando se preparava para voltar a Cuba, para onde viajaria hoje. O boletim, assinado por seu médico particular, Alfredo Cahe, diz que a nova internação foi conseqüência de uma "transgressão alimentar".
Hospedado na chácara de um amigo, a 51 km de Buenos Aires, o ex-craque ignorou a dieta prescrita como parte do tratamento de recuperação de um quadro cardiorrespiratório grave que o levou à primeira internação, dia 18.
Às 2h de ontem, Cahe chamou uma ambulância. Às 5h, o médico voltou a chamar o serviço de urgência, desta vez para interná-lo. Segundo Cahe, o ex-atleta "sofre de fadiga e insuficiência ao respirar", mas insistiu que só decidiu pela internação para que Maradona passasse por um check-up antes de regressar a Cuba, a fim de seguir tratamento para superar sua dependência química.
O boletim também diz que o estado de Maradona é estável e que ele deve ficar internado até sexta. A imprensa argentina, porém, afirma que o médico do ex-jogador decidiu levá-lo de volta à clínica para forçá-lo a seguir a dieta correta e pela dificuldade dos parentes em lidar com Maradona.
Desde que o argentino deixou a clínica, a televisão local tem mostrado imagens suas jogando golfe. Desobedecendo às orientações de seu médico, ele comeu churrasco, bife à milanesa, massa e tomou vinho nos últimos dias.
Na porta da clínica, os fãs voltaram a se aglomerar. Desta vez, porém, o número de admiradores do ídolo diminuiu. Há menos fotos e cartazes do lado de fora.
Os fãs de Maradona também foram à Justiça. A organização não-governamental "Ariel Somes Nós", que promove o combate à violência, iniciou uma ação para que seja identificado o responsável pelo que chama de "abandono de pessoa". Segundo a ONG, a clínica não deveria ter permitido que o jogador deixasse o local.
Segundo o advogado Enrique Pigagini, fundador da ONG, Maradona não está em condições de tomar decisões, portanto é preciso designar um responsável.
Maradona entrou na Suíço-Argentina pela primeira vez há 18 dias, com uma crise de hipertensão e miocardiopatia. Posteriormente, foi detectada uma pneumonia aspirativa bilateral.


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