São Paulo, quarta, 6 de maio de 1998

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Taffarel, 32, Aldair, 32, Romário, 32, e Dunga, 34, fazem time titular ser quase um ano mais velho que o de 94
Zagallo envelhece seleção ao renová-la

da Reportagem Local

Após quatro anos de testes para renovar a seleção brasileira, o técnico Mario Zagallo vai usar na Copa da França uma equipe titular mais velha do que o time que conquistou o tetracampeonato mundial nos EUA.
Em 1994, embora o técnico Carlos Alberto Parreira tivesse usado como base a equipe que dera vexame quatro anos antes, na Itália (dez jogadores foram chamados de novo), só havia dois jogadores com mais de 30 anos (o goleiro Gilmar e o zagueiro Ricardo Rocha), e nenhum deles fez parte do time titular.
Na França, a seleção brasileira terá seis jogadores com pelo menos 31 anos, e entre eles quatro são titulares: o goleiro Taffarel, o zagueiro Aldair, o volante Dunga e o atacante Romário, todos remanescentes das Copas de 1990 e 1994.
Mais de 30 anos também têm o atacante Bebeto (outro que está no seu terceiro Mundial) e o zagueiro Gonçalves, estreante aos 32 anos.
Comparando a média de idade dos 11 titulares de ambas as equipes, verifica-se que o time de Zagallo é quase um ano mais velho: 28,4 anos contra 27,7 anos.
A importância dessa diferença cresce ao se levar em consideração que em 1994 não havia nenhum jogador com menos de 24 anos. Agora, há Ronaldinho, que tem apenas 21 e puxa a média para baixo. Se ele se machucar e entrar Bebeto, a média sobe para 29,6 anos.
Mas, se forem comparados os dois grupos de 22 jogadores, o resultado é quase um empate: 27,4 anos em 1994, e 27,3 anos agora.
Outra evidência de que o processo de renovação de Zagallo não saiu como ele esperava é que dos mais de 70 jogadores que o técnico introduziu na seleção brasileira nesses quatro anos, apenas dois serão titulares na abertura da Copa do Mundo: o zagueiro Júnior Baiano, que estreou na seleção apenas no ano passado, e o meia Giovanni, que fez seu primeiro jogo em dezembro de 1995 -e o último em junho de 1997.
Entre as "descobertas" do treinador, estão também sete reservas: os goleiros Carlos Germano e Dida, o lateral Zé Roberto, o zagueiro Gonçalves, os volantes Flávio Conceição e Doriva e o meia Denílson. Roberto Carlos, Edmundo, César Sampaio e Rivaldo, embora não tenham disputado a Copa de 1994, já tinham sido convocados antes.
Outro dado curioso é que, apesar da má campanha da equipe brasileira na Olimpíada-96, sete jogadores daquela equipe titular estarão na França: Dida, Aldair, Roberto Carlos, Flávio Conceição, Rivaldo, Bebeto e Ronaldinho.
Rivaldo e Aldair, apontados como os maiores responsáveis pelo fracasso brasileiro, terão outra chance na equipe titular.
Números
Comparada à equipe da última Copa, essa seleção é um centímetro mais alta (1,79 x 1,78 m) e dois quilos mais leve (74 kg x 76 kg).
Na Copa de 1994, havia seis jogadores atuando em equipe paulistas e três, em equipes cariocas. Nesta equipe, há seis jogadores em atividade no Rio e apenas dois no futebol paulista, Denílson e Márcio Santos, ambos do São Paulo.
Curiosamente há mais jogadores nascidos no Estado de São Paulo (oito) do que em qualquer outro.
A comparação desta equipe brasileira com as das Copas anteriores revela o crescimento do prestígio do futebol brasileiro.
Dos dez convocados que atuam na Europa, sete atuam em equipes de ponta: Roberto Carlos (Real Madrid), Leonardo (Milan), Ronaldinho (Internazionale), Rivaldo e Giovanni (Barcelona). (MD)



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