São Paulo, quarta, 6 de maio de 1998

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ANÁLISE 1
Seleção encontra o ponto de equilíbrio


CARLOS ALBERTO PARREIRA
especial para a Folha

Gostei muito da convocação de Zagallo. É ótima, pois tem os melhores. Não existe uma convocação perfeita, especialmente quando se trata de seleção brasileira, mas essa foi coerente.
É mais fácil recuperar o Márcio Santos, que tem experiência, que encontrar outro zagueiro.
Vi quatro jogos do Barcelona, e Giovanni está mesmo em uma fase excelente.
Só colocaria algumas restrições de cunho pessoal. Acredito que o Mauro Silva é um jogador forte, que já foi campeão do mundo e poderia muito bem estar no lugar do Doriva.
Acho que o Zagallo vai deixar o Dunga mais plantado, e Giovanni pode fazer a função do número "1".
Trabalhei com o Denílson no São Paulo, e ele nunca foi um organizador de jogadas. Ele é um atacante, um jogador de frente.
Sobre Cafu não ter um reserva, Flávio Conceição pode muito bem fazer a função de lateral-direito. Não era preciso levar o Zé Maria ou até o Zé Carlos, que nem jogou na seleção.
Em 94, Mazinho, Leonardo e Cafu podiam cumprir praticamente três funções.
No jogo contra os EUA, por exemplo, Mazinho começou como um ponta-direita que fechava o meio depois foi para a lateral-esquerda e terminou no meio-campo. Coloquei o Cafu quando estávamos com dez, e ele arrebentou.
Sobre Juninho, é melhor não arriscar um atleta que sofreu grave contusão. Campeonato é uma coisa. Copa é diferente.
Zagallo levou três goleiros e está certo. Eu vou levar dois para a seleção da Arábia Saudita, mas eu posso arriscar. Não estou dirigindo o Brasil.
A seleção brasileira está voltando aos trilhos. Estou confiante. O Brasil encontrou o ponto de equilíbrio.


Carlos Alberto Parreira, é técnico da Arábia Saudita e dirigiu o Brasil na Copa de 94


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