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ANÁLISE 1
Seleção encontra o ponto de equilíbrio
CARLOS ALBERTO PARREIRA
especial para a Folha
Gostei muito da convocação
de Zagallo. É ótima, pois tem os
melhores. Não existe uma convocação perfeita, especialmente
quando se trata de seleção brasileira, mas essa foi coerente.
É mais fácil recuperar o Márcio Santos, que tem experiência,
que encontrar outro zagueiro.
Vi quatro jogos do Barcelona,
e Giovanni está mesmo em uma
fase excelente.
Só colocaria algumas restrições de cunho pessoal. Acredito
que o Mauro Silva é um jogador
forte, que já foi campeão do
mundo e poderia muito bem estar no lugar do Doriva.
Acho que o Zagallo vai deixar
o Dunga mais plantado, e Giovanni pode fazer a função do
número "1".
Trabalhei com o Denílson no
São Paulo, e ele nunca foi um
organizador de jogadas. Ele é
um atacante, um jogador de
frente.
Sobre Cafu não ter um reserva, Flávio Conceição pode muito bem fazer a função de lateral-direito. Não era preciso levar
o Zé Maria ou até o Zé Carlos,
que nem jogou na seleção.
Em 94, Mazinho, Leonardo e
Cafu podiam cumprir praticamente três funções.
No jogo contra os EUA, por
exemplo, Mazinho começou como um ponta-direita que fechava o meio depois foi para a lateral-esquerda e terminou no
meio-campo. Coloquei o Cafu
quando estávamos com dez, e
ele arrebentou.
Sobre Juninho, é melhor não
arriscar um atleta que sofreu
grave contusão. Campeonato é
uma coisa. Copa é diferente.
Zagallo levou três goleiros e
está certo. Eu vou levar dois para a seleção da Arábia Saudita,
mas eu posso arriscar. Não estou dirigindo o Brasil.
A seleção brasileira está voltando aos trilhos. Estou confiante. O Brasil encontrou o
ponto de equilíbrio.
Carlos Alberto Parreira, é técnico da Arábia
Saudita e dirigiu o Brasil na Copa de 94
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