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A ilustre lista precisa de treino e bom senso
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Taffarel, Carlos Germano e
Dida -um trio previsível, assim como Júnior Baiano, Aldair e Gonçalves, embora o zagueiraço do Flamengo seja um
risco, menos pelo seu futebol
vigoroso e muito mais por seu
temperamento instável.
Já Márcio Santos, no lugar
de Cléber, se não chega a ser
uma injustiça, pelo que vem
jogando o beque campeão do
mundo, é, no mínimo, uma
surpresa. Nesse caso, valeria a
pena levar também Mauro
Galvão, em vez de Gonçalves.
Mas isso tudo é cosmético,
diante da imprevidência de
convocar apenas um lateral-direito (Cafu) e dois esquerdos (Roberto Carlos e Zé
Roberto), sobretudo se levarmos em conta que, enquanto
Zé Roberto atravessa péssima
forma e tem em Leonardo,
chamado para o meio-campo,
um substituto óbvio, pois foi
lateral-esquerdo quase toda a
vida, Zé Carlos, pela direita,
está tinindo.
Zagallo pode argumentar
que Flávio Conceição cumpre
eventualmente essa função.
Cumpre, mal.
Em contrapartida, lá estamos congestionados de cabeças-de-bagre (ôps, cabeças-de-área) à frente da zaga:
Doriva, Dunga, César Sampaio
e o próprio Conceição. Para
que tantos, se, mais à frente,
teremos escassez?
Explico: num estalo, Zagallo
resolveu definir Giovanni e Rivaldo como os meias titulares.
Está na cara que essa não é
uma decisão sua. Por certo, é
resultado da tal reunião de
anteontem, que o solerte Mário Magalhães nos advertiu ter
sido, de fato, uma intervenção
do presidente Teixeira.
Mesmo porque Zagallo, na
véspera do jogo contra a Argentina, me deixou claro que,
para ele, Giovanni era uma
possibilidade remota e assim
mesmo entre os 22 eleitos.
De repente, Zagallo, não só
convoca Giovanni, como ainda por cima lhe dá o título de
titular. Nada contra -ao contrário, há tempos venho defendendo tal postura. Mas, certamente, não era a convicção do
treinador, que, de súbito, abre
mão de um dos seus raros titulares absolutos -Denílson-,
para promover Rivaldo.
No mínimo, estranho.
Por fim, o ataque já anunciado repetidamente: Romário, Ronaldo, Bebeto e Edmundo. Ah, a ausência de Muller...
Um crime.
Mas não é um desastre, longe
disso. Trata-se de uma ilustre
lista de jogadores, um grupo
capaz de nos trazer o penta,
até mesmo com o brilho que
faltou no tetra, desde que bem
treinado e escalado com critério e bom senso.
Na verdade, o maior problema de nossa seleção não está
na escolha dos jogadores, embora a insistência de Zagallo
em escalar canhotos incorrigíveis na meia-direita tenha
atrasado demais a nossa preparação, tanto que aí está:
Giovanni, depois de longo período de hibernação, reaparece, não como um candidato
descartável, mas como titular.
Nosso problema maior é a
absoluta falta de treinamentos
específicos, sobretudo na armação da defesa, na saída de
bola do meio-campo e na conexão entre ataque e sistema
de armação.
Tudo isso, porém, é reversível. Desde que haja empenho
por parte da comissão técnica
e dos jogadores. Será?
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, segundas e quartas
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