São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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Gilmar, espião da seleção, se prepara para observar a Itália, provável rival da 2ª fase caso time não vença o Grupo A
Brasil já admite o 2º lugar

dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

Pense nesta hipótese: a seleção decepciona e fica em segundo lugar na primeira fase da Copa do Mundo. Pode ser triste, mas o torcedor não precisa ficar "tão preocupado" com essa possibilidade.
Segundo Gilmar Rinaldi, observador da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ex-goleiro da equipe na Copa de 94, a entidade já reservou bilhetes de trem para ele viajar pela França e observar os possíveis adversários que o Brasil irá enfrentar na sequência do Mundial, se a equipe não for a primeira colocada em seu grupo.
Gilmar chegou ontem em Ozoir-la-Ferrière, após assistir a partida entre Marrocos e Chile, que acabou empatada em 1 a 1.
Com essa partida, o espião encerra observações preliminares de Marrocos e Noruega (adversários da seleção na primeira fase do Mundial). O espião também estudou Itália e Chile, principais candidatos a enfrentarem o Brasil na segunda fase da Copa.
A Escócia, primeira adversária do Brasil no Mundial, está sendo observada por Jairo dos Santos, que executou essa mesma função na Olimpíada de Atlanta.
Se conquistar a primeira colocação de seu grupo, a seleção vai enfrentar o segundo colocado do Grupo B.
Na hipótese de ser vice, a seleção vai jogar contra o primeiro colocado do Grupo B, que tem Itália e Chile como favoritos.
A Noruega é a equipe que mais impressionou o observador durante suas pesquisas. Esse é o único time, segundo o ex-goleiro, que pode apresentar um sistema de jogo diferente na Copa.
"Eles adotam um sistema de jogo que deve ser único neste Mundial, com quatro jogadores na defesa, cinco no meio-campo e um no ataque", disse Gilmar.

Sem surpresa
Porém o coordenador afirmou que esse sistema não faz da Noruega um time pouco ofensivo.
"Os jogadores são muito fortes e habilidosos. Eles trocam de posição o tempo todo, dificultando a equipe adversária", disse.
Gilmar não acredita que a Noruega possa surpreender o Brasil na Copa do Mundo.
"Já assisti tantos jogos da Noruega que não creio em surpresas", disse. O espião assistiu dois jogos ao vivo da Noruega, além de quatro vídeos de outras partidas da equipe.
Marrocos também mereceu elogios do espião. Segundo Gilmar, a equipe marroquina tem atletas muito habilidosos.
Gilmar deve apresentar suas observações para o técnico Zagallo apenas três dias antes da partida em que analisou o adversário.
O espião leva entre 40 e 60 minutos para relatar suas observações, dependendo da edição dos vídeos das partidas. "Falo diretamente com a comissão técnica, não com os jogadores. Quem faz essa ponte é o Zagallo", disse Gilmar.
Quando assiste aos jogos ao vivo, Gilmar grava em áudio suas observações e depois as transcreve em um computador pessoal.
(AGz, JCA, MD e MM)


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