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FUTEBOL
Técnico brasileiro credita o empate à pressão holandesa no 2º tempo
Luxemburgo diz que time aceitou marcação do rival
do enviado a Salvador
Aceitar a pressão na marcação
exercida pelos jogadores holandeses no segundo tempo da partida
de ontem, no estádio da Fonte Nova, em Salvador, foi o fator que determinou o empate em 2 a 2, segundo o técnico da seleção, Wanderley Luxemburgo. A equipe brasileira terminou a primeira etapa
vencendo facilmente por 2 a 0.
"Nós aceitamos a marcação da
Holanda. Com isso, eles começaram a jogar em nosso campo de defesa, facilitando a marcação dos
gols", afirmou Luxemburgo.
Segundo levantamento do Datafolha, os holandeses passaram
14min29s articulando jogadas em
seu campo de ataque. A seleção
brasileira jogou apenas 11min57s
no território holandês. No total, a
Holanda teve a posse de bola por
30min43s, contra 26min46s do time de Wanderley Luxemburgo.
A Holanda também foi mais dura nas faltas. No total, cometeu 30
infrações (15 em cada tempo), contra 11 dos brasileiros (apenas três
na segunda etapa).
Além de aceitar a marcação do rival, o treinador disse que os jogadores brasileiros deram muito espaço na segunda etapa para os
meias Seedorf e Davids articularem as jogadas holandesas. "São
dois atletas muito habilidosos."
No segundo tempo, os holandeses finalizaram dez vezes a gol,
contra seis dos brasileiros, segundo o Datafolha. No primeiro tempo, a seleção teve uma performance melhor nesse quesito: dez chutes, contra cinco da Holanda.
"Tivemos muitas dificuldades na
criação de jogadas ofensivas no segundo tempo. Vamos melhorar
até a Copa América", disse o atacante Amoroso, autor do primeiro
gol brasileiro.
Mesmo assim, Luxemburgo afirmou que a performance da seleção
o deixou animado para a disputa
do torneio sul-americano, no Paraguai, onde a equipe faz a sua estréia no dia 30, contra a Venezuela,
em Ciudad del Este.
"Já temos o desenho tático da
equipe definido. E o melhor é que
os jogadores parecem já ter assimilado as instruções. Agora é dar ênfase aos treinamentos para a Copa
América", disse o técnico.
Luxemburgo não quis adiantar
se fará modificações na equipe titular para a partida da próxima
terça-feira, novamente contra a
Holanda, agora em Goiânia.
O treinador elogiou o meia-atacante Giovanni, autor do segundo
gol da seleção brasileira, que acabou sendo substituído na segunda
etapa por Denílson. Durante a semana passada, Luxemburgo havia
afirmado que estava na hora de
Giovanni "acordar", dando a entender que os amistosos contra a
Holanda seriam a última chance
dele na seleção brasileira.
"Ele (Giovanni) não estava jogando no Barcelona, por isso sentiu um pouco o ritmo. Mas o importante foi a disposição que ele
mostrou em campo", disse.
No primeiro tempo, Giovanni foi
o jogador mais acionado da seleção, com 28 bolas recebidas.
O treinador isentou o lateral-direito Evanílson pelo segundo gol
da Holanda. No lance, Van Vossen
deu um drible por baixo das pernas do atleta brasileiro. "Foi um
gol maravilhoso. O Evanílson não
teve culpa, foi o adversário que
executou uma jogada preciosa."
Evanílson, 23, disse que não pôde fazer nada para deter Van Vossen. Porém afirmou ter avaliado
como positiva a sua estréia na seleção. "Segurei-me nos 15 minutos
iniciais. Depois, me soltei e, na minha opinião, fiz uma boa estréia."
Para o meia Leonardo, o empate
"ficou com um gosto de derrota".
"Foram dois jogos totalmente distintos. Na segunda etapa falhamos
na marcação e cometemos dois erros fatais, disse o meia.
Segundo o atacante holandês
Zenden, a mudança efetuada pelo
técnico Frank Rijkaard foi fundamental para a equipe chegar ao
empate. "Adiantamos a marcação.
Fica muito difícil alcançar um bom
resultado dando espaço para os
brasileiros articularem as suas jogadas de ataque", disse.
Segundo o meia Davids, da Holanda, sua equipe sentiu muito o
calor durante o primeiro tempo.
Com a chuva que caiu no intervalo,
a temperatura diminuiu, facilitando a performance holandesa. "Durante essa semana, tive uma gripe e
problemas estomacais. Ficou mais
fácil jogar no segundo tempo com
a queda da temperatura."
(ALEXANDRE GIMENEZ)
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