São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Técnico brasileiro credita o empate à pressão holandesa no 2º tempo
Luxemburgo diz que time aceitou marcação do rival

do enviado a Salvador

Aceitar a pressão na marcação exercida pelos jogadores holandeses no segundo tempo da partida de ontem, no estádio da Fonte Nova, em Salvador, foi o fator que determinou o empate em 2 a 2, segundo o técnico da seleção, Wanderley Luxemburgo. A equipe brasileira terminou a primeira etapa vencendo facilmente por 2 a 0.
"Nós aceitamos a marcação da Holanda. Com isso, eles começaram a jogar em nosso campo de defesa, facilitando a marcação dos gols", afirmou Luxemburgo.
Segundo levantamento do Datafolha, os holandeses passaram 14min29s articulando jogadas em seu campo de ataque. A seleção brasileira jogou apenas 11min57s no território holandês. No total, a Holanda teve a posse de bola por 30min43s, contra 26min46s do time de Wanderley Luxemburgo.
A Holanda também foi mais dura nas faltas. No total, cometeu 30 infrações (15 em cada tempo), contra 11 dos brasileiros (apenas três na segunda etapa).
Além de aceitar a marcação do rival, o treinador disse que os jogadores brasileiros deram muito espaço na segunda etapa para os meias Seedorf e Davids articularem as jogadas holandesas. "São dois atletas muito habilidosos."
No segundo tempo, os holandeses finalizaram dez vezes a gol, contra seis dos brasileiros, segundo o Datafolha. No primeiro tempo, a seleção teve uma performance melhor nesse quesito: dez chutes, contra cinco da Holanda.
"Tivemos muitas dificuldades na criação de jogadas ofensivas no segundo tempo. Vamos melhorar até a Copa América", disse o atacante Amoroso, autor do primeiro gol brasileiro.
Mesmo assim, Luxemburgo afirmou que a performance da seleção o deixou animado para a disputa do torneio sul-americano, no Paraguai, onde a equipe faz a sua estréia no dia 30, contra a Venezuela, em Ciudad del Este.
"Já temos o desenho tático da equipe definido. E o melhor é que os jogadores parecem já ter assimilado as instruções. Agora é dar ênfase aos treinamentos para a Copa América", disse o técnico.
Luxemburgo não quis adiantar se fará modificações na equipe titular para a partida da próxima terça-feira, novamente contra a Holanda, agora em Goiânia.
O treinador elogiou o meia-atacante Giovanni, autor do segundo gol da seleção brasileira, que acabou sendo substituído na segunda etapa por Denílson. Durante a semana passada, Luxemburgo havia afirmado que estava na hora de Giovanni "acordar", dando a entender que os amistosos contra a Holanda seriam a última chance dele na seleção brasileira.
"Ele (Giovanni) não estava jogando no Barcelona, por isso sentiu um pouco o ritmo. Mas o importante foi a disposição que ele mostrou em campo", disse.
No primeiro tempo, Giovanni foi o jogador mais acionado da seleção, com 28 bolas recebidas.
O treinador isentou o lateral-direito Evanílson pelo segundo gol da Holanda. No lance, Van Vossen deu um drible por baixo das pernas do atleta brasileiro. "Foi um gol maravilhoso. O Evanílson não teve culpa, foi o adversário que executou uma jogada preciosa."
Evanílson, 23, disse que não pôde fazer nada para deter Van Vossen. Porém afirmou ter avaliado como positiva a sua estréia na seleção. "Segurei-me nos 15 minutos iniciais. Depois, me soltei e, na minha opinião, fiz uma boa estréia."
Para o meia Leonardo, o empate "ficou com um gosto de derrota". "Foram dois jogos totalmente distintos. Na segunda etapa falhamos na marcação e cometemos dois erros fatais, disse o meia.
Segundo o atacante holandês Zenden, a mudança efetuada pelo técnico Frank Rijkaard foi fundamental para a equipe chegar ao empate. "Adiantamos a marcação. Fica muito difícil alcançar um bom resultado dando espaço para os brasileiros articularem as suas jogadas de ataque", disse.
Segundo o meia Davids, da Holanda, sua equipe sentiu muito o calor durante o primeiro tempo. Com a chuva que caiu no intervalo, a temperatura diminuiu, facilitando a performance holandesa. "Durante essa semana, tive uma gripe e problemas estomacais. Ficou mais fácil jogar no segundo tempo com a queda da temperatura."
(ALEXANDRE GIMENEZ)




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