São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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Santos bate Palmeiras e larga na frente nas semifinais do Paulista

MARCELO DAMATO
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

Num jogo de muita correria, jogadas aéreas e faltas violentas, o Santos derrotou o Palmeiras por 2 a 1, ontem à noite no estádio do Morumbi, na abertura da semifinal do Campeonato Paulista.
Se não perder o segundo jogo, na terça-feira, o Santos disputará, pela primeira vez em 15 anos, uma final do Paulista. Para disputar a decisão, o Palmeiras precisa vencer por qualquer resultado.
Contra um Palmeiras sem sete titulares -Marcos, Arce, César Sampaio, Alex, Zinho e Paulo Nunes, poupados, além de Cléber, que está contundido- o Santos, desfalcado de Andrei, suspenso, e Marcos Assunção, machucado, dominou o primeiro tempo, mas foi acuado no segundo.
O jogo começou com muita velocidade. O Santos atacava mais, e o Palmeiras tentava aproveitar o espaço criado na defesa adversária.
Como o confronto era entre duas equipes que marcam forte, as faltas, que começaram com uma pancada do volante palmeirense Galeano no meia Jorginho aos 2min, se sucediam com frequência, muitas vezes com rispidez, sem que o juiz Flávio de Carvalho ao menos advertisse os jogadores.
Taticamente, os dois times exibiam deficiências. No Santos, os laterais Ânderson e Gustavo não voltavam para marcar com a rapidez exigida pelo técnico Leão.
No Palmeiras, o meio-campo com Rodrigo Taddei, Galeano, Tiago e Jackson não conseguia criar quase nenhuma jogada, deixando os atacantes Euller e Oséas isolados na frente.
Aos 18min, depois de perder duas chances, com finalizações de Viola e Paulo Rink, o Santos abriu o placar na jogada mais característica do Palmeiras -jogada aérea.
O lateral-direito Ânderson (não Arce) cobrou falta da lateral direita, e o zagueiro Argel (em vez de Júnior Baiano ou Roque Júnior) cabeceou. A bola bateu na trave e voltou para ele, que marcou.
Depois do gol, o Palmeiras foi para o ataque e descobriu que sobravam buracos na defesa santista. Aos 20min, Oséas ajeitou de peito para Rogério, que chutou fora.
Aos 28min, foi Jackson que criou nova chance, desta vez explorando erro de marcação de Ânderson, e cruzou rasteiro. Mas Euller chegou atrasado, repetindo a maior falha do time no ataque: a finalização.
Do lado do Santos, o atacante Paulo Rink mostrava que havia valido a pena o Santos fazer a manobra contratual para conseguir inscrever o jogador no Paulista.
Quando o Santos tinha a bola, só ele recuava para armar o jogo -orientação que Leão havia feito também a Viola e Alessandro.
Aos 36min, o Santos venceu novamente a batalha aérea na área palmeirense. Num cruzamento de Ânderson, Narciso mergulhou por trás da defesa, mas testou sem força, e Sérgio pegou sem dificuldade.
Aos 45min, o Palmeiras perdeu seu técnico. Luiz Felipe Scolari reclamou do juiz e foi expulso.
Na saída para o vestiário, o técnico Emerson Leão afirmou que o time havia marcado o Palmeiras com "sabedoria".
No segundo tempo, o Palmeiras voltou com mais disposição. Logo aos 2min, criou uma chance num chute de Rodrigo Taddei.
Aos 7min, o Palmeiras não empatou por um triz. Numa cobrança de escanteio, Zetti saiu mal. A bola caiu com Oséas, que, desequilibrado, não consegui acertar o gol.
Aos 9min, Júnior entrou livre na área -Ânderson estava longe- e chutou cruzado, mas fraco.
Mas, em seguida, o Santos ampliou -desta vez em jogada rasteira. Numa jogada pelo meio do ataque, Jorginho tocou para Paulo Rink, que com um passe curto deixou Viola na frente de Sérgio. O chute, de bico, pôs a bola no canto.
O Palmeiras continuou no ataque e, aos 18min, o zagueiro Júnior Baiano descontou na primeira vez que os palmeirenses venceram a batalha aérea na área santista.
O meia defensivo Rogério cruzou da direita, e o zagueiro venceu Jean pelo alto.
Aos 30min, Leão tomou uma vaia ao trocar Paulo Rink pelo volante Marcos Bazílio, na tentativa de reequilibrar a disputa no meio.
A substituição não conteve o ímpeto palmeirense, mas os poucos momentos de ataque do Santos.
Aos 39min, Claudiomiro acertou Alex e levou o segundo cartão amarelo -e o vermelho.
Leão pôs mais um zagueiro (Valdir) e tirou o atacante Alessandro, mas o Santos, perdido, se transformou num bando.
Aos 45min, no ápice da pressão do Palmeiras, Viola deitou-se no chão reclamando de dores e forçando a entrada da maca -entrou Rodrigão.


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