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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Até microfone ameaça Geninho em jogo do Corinthians no Paraná

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Vencer o Atlético-PR hoje, às 16h, em Curitiba, não será suficiente para aliviar a pressão sobre o técnico Geninho. Ele precisará de habilidade nas entrevistas para não melindrar os dirigentes do Corinthians. Caso contrário, sua situação ficará mais complicada.
Os diretores e conselheiros do clube estão descontentes com o treinador por causa de suas declarações e acreditam que, se ele não mudar de comportamento, irá criar a qualquer momento uma situação insustentável. Por enquanto, os dirigentes evitam falar sobre o assunto publicamente.
Porém o treinador reconhece a pressão. "Mas não posso me influenciar por coisas que acontecem fora do campo. Preciso estar com a cabeça tranquila para trabalhar bem", disse Geninho.
Nos bastidores, os dirigentes culpam o técnico por ter criado um clima tenso na última semana, apesar da vitória sobre o Fluminense, no domingo passado.
Primeiro, ele disse que o lateral Fininho sentiu a pressão de jogar pela primeira vez no Pacaembu, diante da torcida corintiana. Na terça-feira, o jogador desmentiu o técnico e, veladamente, a diretoria o acusou de "queimar" o atleta.
No mesmo dia, o treinador reclamou de Leandro ter recebido o oitavo amarelo no Brasileiro, o que revoltou o atacante. O atleta respondeu que quem o critica deveria reconhecer sua importância para o time na marcação. Leandro recebeu o apoio de seus colegas.
A situação desagradou à diretoria. O clube quer evitar a todo custo bate-boca público entre jogadores e comissão técnica.
Outro mal-estar foi criado quando Geninho declarou que seria muito bom conquistar um ponto contra o Atlético, em Curitiba. Para os dirigentes, ele agiu como técnico de time pequeno.
O vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, disse apenas que empatar esse jogo é uma idéia que não passa pela sua cabeça.
Apesar da repercussão negativa da declaração de Geninho, conquistar pelo menos um ponto na Arena da Baixada tem sido difícil para os rivais do Atlético-PR, time pelo qual o treinador corintiano foi campeão brasileiro em 2001.
A equipe paranaense é a que tem melhor aproveitamento em casa. Conquistou 83% dos pontos disputados em seu território. Foram cinco vitórias e só uma derrota. Ao mesmo tempo, o Corinthians só conquistou 33% dos pontos que disputou como visitante. Venceu um jogo, empatou quatro e perdeu dois.
Apesar dos últimos atritos, o descontentamento da cúpula corintiana com as declarações de Geninho não é recente. Tanto que o clube limitou o número de entrevistas dadas por ele -sem contar os dias de jogos, ele só fala às terças e sextas-feiras.
Em meio à sua maior crise no clube, Geninho passou a se preocupar em evitar que os atritos prejudiquem a atuação do time. "O que está ocorrendo aqui é normal no futebol. Mas, se o técnico perder a tranquilidade, vai perder o rumo e cometer um erro fatal: deixar de trabalhar."
Segundo o atacante Gil, os jogadores da equipe tiveram uma conversa para discutir o assunto.
"Temos que procurar não entrar nessas brigas, precisamos nos policiar nas entrevistas para evitar mais problemas", disse ele.


NA TV - Globo (só para SP) e Record (só para São Paulo e Porto Alegre), ao vivo, às 16h


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