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Até microfone ameaça Geninho
em jogo do Corinthians no Paraná
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencer o Atlético-PR hoje, às
16h, em Curitiba, não será suficiente para aliviar a pressão sobre
o técnico Geninho. Ele precisará
de habilidade nas entrevistas para
não melindrar os dirigentes do
Corinthians. Caso contrário, sua
situação ficará mais complicada.
Os diretores e conselheiros do
clube estão descontentes com o
treinador por causa de suas declarações e acreditam que, se ele não
mudar de comportamento, irá
criar a qualquer momento uma
situação insustentável. Por enquanto, os dirigentes evitam falar
sobre o assunto publicamente.
Porém o treinador reconhece a
pressão. "Mas não posso me influenciar por coisas que acontecem fora do campo. Preciso estar
com a cabeça tranquila para trabalhar bem", disse Geninho.
Nos bastidores, os dirigentes
culpam o técnico por ter criado
um clima tenso na última semana, apesar da vitória sobre o Fluminense, no domingo passado.
Primeiro, ele disse que o lateral
Fininho sentiu a pressão de jogar
pela primeira vez no Pacaembu,
diante da torcida corintiana. Na
terça-feira, o jogador desmentiu o
técnico e, veladamente, a diretoria
o acusou de "queimar" o atleta.
No mesmo dia, o treinador reclamou de Leandro ter recebido o
oitavo amarelo no Brasileiro, o
que revoltou o atacante. O atleta
respondeu que quem o critica deveria reconhecer sua importância
para o time na marcação. Leandro
recebeu o apoio de seus colegas.
A situação desagradou à diretoria. O clube quer evitar a todo custo bate-boca público entre jogadores e comissão técnica.
Outro mal-estar foi criado
quando Geninho declarou que seria muito bom conquistar um
ponto contra o Atlético, em Curitiba. Para os dirigentes, ele agiu
como técnico de time pequeno.
O vice-presidente de futebol do
Corinthians, Antonio Roque Citadini, disse apenas que empatar
esse jogo é uma idéia que não passa pela sua cabeça.
Apesar da repercussão negativa
da declaração de Geninho, conquistar pelo menos um ponto na
Arena da Baixada tem sido difícil
para os rivais do Atlético-PR, time
pelo qual o treinador corintiano
foi campeão brasileiro em 2001.
A equipe paranaense é a que
tem melhor aproveitamento em
casa. Conquistou 83% dos pontos
disputados em seu território. Foram cinco vitórias e só uma derrota. Ao mesmo tempo, o Corinthians só conquistou 33% dos
pontos que disputou como visitante. Venceu um jogo, empatou
quatro e perdeu dois.
Apesar dos últimos atritos, o
descontentamento da cúpula corintiana com as declarações de
Geninho não é recente. Tanto que
o clube limitou o número de entrevistas dadas por ele -sem
contar os dias de jogos, ele só fala
às terças e sextas-feiras.
Em meio à sua maior crise no
clube, Geninho passou a se preocupar em evitar que os atritos prejudiquem a atuação do time. "O
que está ocorrendo aqui é normal
no futebol. Mas, se o técnico perder a tranquilidade, vai perder o
rumo e cometer um erro fatal:
deixar de trabalhar."
Segundo o atacante Gil, os jogadores da equipe tiveram uma
conversa para discutir o assunto.
"Temos que procurar não entrar nessas brigas, precisamos nos
policiar nas entrevistas para evitar
mais problemas", disse ele.
NA TV - Globo (só para SP) e
Record (só para São Paulo e
Porto Alegre), ao vivo, às 16h
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