São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2005

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FUTEBOL

Paulistas fazem pacto com donos da casa para superar os fãs atleticanos

São-paulinos e colorados se unem contra rivais no Sul

DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A CURITIBA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA E PORTO ALEGRE


A torcida do São Paulo pretende transformar o Beira-Rio em sua casa no primeiro jogo decisivo da Libertadores. Para isso, realizou um pacto com as principais torcidas organizadas do Internacional, o anfitrião da final.
Nos últimos dias, os colorados se transformaram em embaixadores da Tricolor Independente, a principal torcida organizada do clube do Morumbi.
A Camisa 12, principal organizada do Inter, ficou responsável por adquirir os 2.000 ingressos para os paulistas -eles começam a ser vendidos apenas hoje, a partir das 9h30, em Porto Alegre.
Os bilhetes serão comercializados na bilheteria F do estádio Beira-Rio. Boa parte poderá ser comprada na rede de lojas Multissom, na capital gaúcha.
Miguel Bagnino, vice-presidente da Camisa 12, disse que a torcida vai preparar um churrasco para os são-paulinos na quadra da escola Imperadores do Samba.
"Muita gente está me ligando de São Paulo para saber qual é a distância, como fazer para vir para cá e pedindo para que eu compre os ingressos", contou Bagnino, que recepcionaria ontem à noite os dirigentes da Tricolor Independente no aeroporto Salgado Filho.
Outras torcidas do Inter, como a Fico, também prometem apoio ao time da capital paulista.
"Vamos apoiar o São Paulo, porque eles sendo campeões da Libertadores vão abrir mais uma vaga para o torneio no Brasileiro. Não gostamos do Atlético-PR. São muito fanáticos", disse Marcelo Kapka, fundador da torcida.
Segundo ele, são esperados de 18 mil a 20 mil torcedores do Inter para se juntar aos seguidores do São Paulo no Beira-Rio.
Cerca de mil torcedores da Independente deixaram ontem a capital paulista rumo a Porto Alegre em 20 ônibus. Outros 600 torcedores foram em dois aviões.
Segundo o diretor de marketing da Independente, Marcos Lopes, os ônibus vão fazer uma parada perto de Curitiba e têm chegada prevista para as 18h em Porto Alegre. "É uma parada estratégica para evitarmos o encontro com a torcida do Atlético-PR", disse o dirigente, que assegurou não haver problemas com os torcedores do rival paranaense. "Não temos antipatia nem rejeição por eles."
Mesmo assim, as secretarias de Segurança do Sul crêem que a alteração do local da partida representa perigo. E planejam providências para que torcidas rivais não se encontrem no caminho.
O coronel Múncio, da Brigada Militar e responsável pela segurança, afirmou que a decisão terá esquema de Gre-Nal e classificou o jogo como "de risco".
Os torcedores do Atlético-PR organizaram caravanas para Porto Alegre. O clube fretou até avião no mutirão para tentar colocar público expressivo no Beira-Rio para incentivar o time nesta noite.
A previsão era que as três torcidas organizadas do time reunissem até cem ônibus. A tentativa de atrair o maior número possível de torcedores incluiu até a redução do preço dos ingressos. A arquibancada foi vendida a R$ 5, e a cadeira custou R$ 15. Até o final da tarde de ontem, porém, só 4.000 bilhetes haviam sido vendidos em Curitiba, segundo o clube.
A saída dos ônibus com os atleticanos seria às 3h de hoje. A viagem de 700 km deve durar 12 horas -irá se estender porque metade do trajeto, pela BR-101, ligação litorânea entre SC e RS, será feita em pista simples, que começa pouco depois de Florianópolis.
Chegando a Porto Alegre, os torcedores serão conduzidos pela Brigada Militar ao estádio. O comboio será acompanhado pelas polícias de PR, SC e RS.
Já a diretoria da equipe paranaense optou pelo fretamento de dois Boeings-737, com 120 lugares cada um, para levar torcedores que tenham condições de desembolsar a quantia de R$ 450, que pode ser paga em até três vezes.
Os gremistas demonstram apoio aos atleticanos, tanto que o time foi saudado no RS por caminhão azul com bandeiras do Grêmio e do Atlético-PR. (EDUARDO ARRUDA, TONI ASSIS, MÁRVIO DOS ANJOS, DIMITRI DO VALLE E LÉO GERCHMANN)

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