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FUTEBOL
Paulistas fazem pacto com donos da casa para superar os fãs atleticanos
São-paulinos e colorados se unem contra rivais no Sul
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A CURITIBA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA E PORTO ALEGRE
A torcida do São Paulo pretende transformar o Beira-Rio em
sua casa no primeiro jogo decisivo da Libertadores. Para isso, realizou um pacto com as principais
torcidas organizadas do Internacional, o anfitrião da final.
Nos últimos dias, os colorados
se transformaram em embaixadores da Tricolor Independente, a
principal torcida organizada do
clube do Morumbi.
A Camisa 12, principal organizada do Inter, ficou responsável
por adquirir os 2.000 ingressos
para os paulistas -eles começam
a ser vendidos apenas hoje, a partir das 9h30, em Porto Alegre.
Os bilhetes serão comercializados na bilheteria F do estádio Beira-Rio. Boa parte poderá ser comprada na rede de lojas Multissom,
na capital gaúcha.
Miguel Bagnino, vice-presidente da Camisa 12, disse que a torcida vai preparar um churrasco para os são-paulinos na quadra da
escola Imperadores do Samba.
"Muita gente está me ligando de
São Paulo para saber qual é a distância, como fazer para vir para cá
e pedindo para que eu compre os
ingressos", contou Bagnino, que
recepcionaria ontem à noite os dirigentes da Tricolor Independente no aeroporto Salgado Filho.
Outras torcidas do Inter, como
a Fico, também prometem apoio
ao time da capital paulista.
"Vamos apoiar o São Paulo,
porque eles sendo campeões da
Libertadores vão abrir mais uma
vaga para o torneio no Brasileiro.
Não gostamos do Atlético-PR.
São muito fanáticos", disse Marcelo Kapka, fundador da torcida.
Segundo ele, são esperados de
18 mil a 20 mil torcedores do Inter
para se juntar aos seguidores do
São Paulo no Beira-Rio.
Cerca de mil torcedores da Independente deixaram ontem a
capital paulista rumo a Porto Alegre em 20 ônibus. Outros 600 torcedores foram em dois aviões.
Segundo o diretor de marketing
da Independente, Marcos Lopes,
os ônibus vão fazer uma parada
perto de Curitiba e têm chegada
prevista para as 18h em Porto Alegre. "É uma parada estratégica para evitarmos o encontro com a
torcida do Atlético-PR", disse o
dirigente, que assegurou não haver problemas com os torcedores
do rival paranaense. "Não temos
antipatia nem rejeição por eles."
Mesmo assim, as secretarias de
Segurança do Sul crêem que a alteração do local da partida representa perigo. E planejam providências para que torcidas rivais
não se encontrem no caminho.
O coronel Múncio, da Brigada
Militar e responsável pela segurança, afirmou que a decisão terá
esquema de Gre-Nal e classificou
o jogo como "de risco".
Os torcedores do Atlético-PR
organizaram caravanas para Porto Alegre. O clube fretou até avião
no mutirão para tentar colocar
público expressivo no Beira-Rio
para incentivar o time nesta noite.
A previsão era que as três torcidas organizadas do time reunissem até cem ônibus. A tentativa
de atrair o maior número possível
de torcedores incluiu até a redução do preço dos ingressos. A arquibancada foi vendida a R$ 5, e a
cadeira custou R$ 15. Até o final
da tarde de ontem, porém, só
4.000 bilhetes haviam sido vendidos em Curitiba, segundo o clube.
A saída dos ônibus com os atleticanos seria às 3h de hoje. A viagem de 700 km deve durar 12 horas -irá se estender porque metade do trajeto, pela BR-101, ligação litorânea entre SC e RS, será
feita em pista simples, que começa pouco depois de Florianópolis.
Chegando a Porto Alegre, os
torcedores serão conduzidos pela
Brigada Militar ao estádio. O
comboio será acompanhado pelas polícias de PR, SC e RS.
Já a diretoria da equipe paranaense optou pelo fretamento de
dois Boeings-737, com 120 lugares
cada um, para levar torcedores
que tenham condições de desembolsar a quantia de R$ 450, que
pode ser paga em até três vezes.
Os gremistas demonstram
apoio aos atleticanos, tanto que o
time foi saudado no RS por caminhão azul com bandeiras do Grêmio e do Atlético-PR.
(EDUARDO ARRUDA, TONI ASSIS, MÁRVIO DOS ANJOS,
DIMITRI DO VALLE E LÉO GERCHMANN)
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