São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2005

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OLIMPÍADA

Paris, favorita no pleito de hoje, aposta em documentário, enquanto Londres ataca e rivais tentam seguir vivas

Duelo final por 2012 reúne arte e conflito

GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Arte e sutileza pela manutenção da preferência. Agressividade para garimpar votos. Oportunismo como trunfo pela eliminação de adversários. Tradição esportiva e influência política para enxergar uma luz no fim do túnel.
O panorama da eleição que coloca hoje ponto final na mais acirrada disputa pelo direito de abrigar uma edição da Olimpíada reúne estratagemas diferentes.
A meta dos protagonistas, contudo, é a mesma. Paris, Londres, Nova York, Madri e Moscou pretendem fisgar membros do Comitê Olímpico Internacional momentos antes de ser feita a escolha da sede do evento em 2012. A cerimônia ocorre em Cingapura, e o resultado sai por volta das 8h30.
Cada candidata tem direito a uma apresentação de uma hora antes de os votantes tomarem sua decisão. Apontada como favorita desde o início da contenda, em 2003, Paris é a primeira a bradar que é preciso impressionar na hora agá. Na exibição, além de contar com discurso do presidente francês, Jacques Chirac, organizadores apostam na arte: vão exibir curta-metragem do diretor Luc Besson, mesclando imagens atuais com momentos históricos de 1924, quando a cidade abrigou os Jogos pela última vez.
Chirac desembarcou ontem em Cingapura e preferiu não dar continuidade à polêmica lançada pela candidatura inglesa, que criticou abertamente o projeto parisiense.
Londres, aliás, manteve postura aguerrida desde que sua delegação desembarcou no país asiático.
Tony Blair, premiê inglês, entrou na trincheira e promoveu reuniões com o intuito de mostrar apoio do Estado à competição. A estratégia para os derradeiros instantes segue a mesma toada.
Cada defensor do projeto londrino recebeu calhamaço com foto dos 116 membros do COI. A idéia é abordá-los em todos os cantos, convencer eventuais indecisos e minar créditos franceses.
"Londres tem um programa melhor que o de Paris. Eles poderiam reforçar suas qualidades, mas atacaram. É uma postura ousada", conta à Folha Robert Livingstone, especialista canadense em candidaturas olímpicas.
Seu diagnóstico indica um pleito centrado em dois pólos. Outras candidatas, porém, ainda não ergueram a bandeira branca.
Nova York, por exemplo, crê que pode arrebanhar apoio de europeus. O motivo é simples: se Paris ou Londres triunfarem, dificilmente outra cidade do velho continente voltará a abrigar o torneio em 2016. Quem tem pretensão de lutar pelo evento deve optar, assim, pela via americana.
Madri, que compõe o pelotão intermediário ao lado dos norte-americanos, conta com um lobby poderoso: Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do COI.
Seu trabalho nos bastidores animou os compatriotas. "Estamos no páreo", afirma José Luis Zapatero, primeiro-ministro espanhol.
A capital russa, no fim da fila, se apega à tradição esportiva. Na defesa final de seu programa, quer emplacar a tese de que nenhuma das concorrentes tem tanta ligação com o esporte como Moscou.


Com agências internacionais

NA TV - Bandsports, às 6h15, ESPN Brasil e Sportv, às 7h30, ao vivo


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