São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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TOSTÃO

Não há mais bobos


Brasil, Uruguai e Argentina empataram na estreia. Não há mais bobos. Nem grandes times


SE EU FOSSE, hoje, jogador de futebol, teria gostado da folga de um dia dada por Mano Menezes após o empate contra a Venezuela. Ainda mais que o próximo jogo será no sábado. Depois de uma decepção, nada melhor que passear e se distrair, cada um de seu jeito.
No segundo tempo, a seleção foi muito mal. No primeiro, o time, coletivamente, jogou bem. Marcou mais à frente, tomou a bola com facilidade, trocou muitos passes e criou três ótimas chances de gol. Faltou, principalmente, mais talento individual.
Esse é o caminho, que pode demorar ou nunca chegar a ótimos resultados. Vale a pena tentar. Se a equipe acertar com esse estilo, vai vencer e convencer. Não era a falta de encanto que reclamávamos do time de Dunga, mesmo na vitória? Temos de decidir o que queremos.
O mau resultado foi bom para acabar com o oba- -oba e com o tal de quarteto mágico.
Quando jovens com grande talento, como Neymar e Ganso, chegavam à seleção, havia craques consagrados para ajudá-los. Aos poucos, eles conseguiam seu lugar. Agora, os dois são tratados como se já fossem estrelas da seleção, antes de terem sido.
Pato e Robinho continuam irregulares, em um mesmo jogo e entre um jogo e outro. Fred, Lucas Leiva, Sandro, Elano, Elias, Ramires e Jadson são apenas bons jogadores, iguais a tantos de outras seleções, até as medianas, de todo o mundo. Não há outros melhores. Lucas, do São Paulo, é ainda uma interrogação.
Assim como não exalto os técnicos por condutas óbvias, já abandonei, há muito tempo, o chavão, o discurso de que o Brasil está repleto de craques e que, quando joga mal e/ou não vence, a culpa é sempre do treinador. Os craques da seleção estão na zaga, na lateral direita e no gol.
Enquanto o meio-campo for dividido entre dois volantes, que entram para marcar, e um único meia, responsável por toda a criação de jogadas, o Brasil terá grandes dificuldades.
Ganso será, com frequência, anulado. Ainda mais contra fortes equipes. Melhor seria ter um volante e dois armadores, que marcam, avançam, atacam e que jogam de uma intermediária à outra. A armação das jogadas deveria começar no campo do Brasil.
Após a primeira rodada, a melhor equipe, na parte coletiva, foi o Chile. É a herança de "Louco" Bielsa. O time merecia ter dado uma goleada na equipe sub-22 do México.
O consolo do Brasil foi que, coletivamente, o time foi melhor que Argentina e Uruguai. Não há mais times bobos. Nem grandes times.


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