São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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Pé-frio, veterano não perde status

COPA AMÉRICA
Hoje, contra a Colômbia, Zanetti, 37, completa 140 jogos com a Argentina


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Ninguém jogou mais do que ele na história da Argentina. Poucos foram tão curingas como ele. Mas títulos pela seleção principal, que é bom, ele não tem nenhum.
Hoje, contra a Colômbia, em Santa Fé, Zanetti completará 140 jogos pela Argentina trocando a lateral direita pela esquerda. O "Cafu argentino", apesar da ausência de glórias por seu país, não é contestado e talvez seja mais querido do que o capitão do penta, em 2002, é no Brasil.
O último título da seleção principal argentina foi na Copa América de 1993. Zanetti estreou na equipe em 1994.
Desde então, são quase 17 anos de serviços prestados à equipe e apenas uma medalha de ouro, de segunda linha, no Pan-Americano de 1995, em Mar del Plata.
São cinco Copas Américas no currículo, e foi nesse período que o arquirrival Brasil construiu um domínio continental, com quatro títulos.
"Agora [em casa], temos uma boa chance", afirmou o lateral de 37 anos, que pode atuar no meio também.
Com Zanetti, a Argentina perdeu o ouro olímpico em 1996 numa final contra a Nigéria. Sem ele, o país ficou duas vezes (2004 e 2008) no posto mais alto do pódio.
Sua dificuldade em ganhar títulos com a seleção também era vista na Europa, onde foi celebrado por 16 anos na Itália. Custou até que sua Inter saísse da fila.
Até 2006, quando já era veterano, Zanetti havia ganhado um único título de peso: a Copa da Uefa de 1998. A partir de 2006, integrou vitorioso elenco que se sagrou pentacampeão italiano.
Em 2010, Zanetti conseguiu enfim tocar o céu com a Inter. Venceu a Copa dos Campeões e o Mundial de Clubes, mas, pela segunda Copa seguida, ficou de fora da lista de convocados.
"Sempre foi uma honra vestir esta camisa [da Argentina]. Por razões circunstanciais, não fui para os dois últimos Mundiais depois de servir a equipe por muito tempo", disse o lateral.
Se a Copa América é um desafio para Messi conquistar a torcida argentina, talvez seja a última oportunidade para Zanetti triunfar, enfim, com a camisa de seu país numa competição relevante.
A pressão que há em ambos, no entanto, é bem diferente. O vitorioso melhor do mundo carrega quase toda a responsabilidade da equipe na Copa América deste ano, e Zanetti muda de lado no time sem mudar seu status.
Segundo a AFA (Associação de Futebol da Argentina), são 139 jogos (Cafu tem 150), só quatro gols (o brasileiro fez cinco), nenhum título pelo time principal (nada a ver com Cafu) e muito respeito dos torcedores do país.
O "Cafu da Argentina", se defendesse o Brasil, talvez fosse alvo de piadas, como se fosse um "Rubens Barrichello da seleção brasileira".


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