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FUTEBOL
Pré-temporada de luxo
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Várias razões poderiam ser
dadas para o título acima.
Figo, jogador de US$ 56 milhões, ficou no banco do Real Madrid na semana que passou em
jogo com o Manchester United,
mas isso, é lógico, não seguirá.
Ajax e Bayern de Munique, dois
dos mais famosos clubes do mundo, organizam pomposos torneios
antes da temporada em comemoração aos seus centenários, mas,
já em 2001, tais disputas perderão
historicamente em glamour.
O inflacionado mercado do futebol bateu nos últimos dias recordes em cifras, seja na contratação de jogadores, seja no salário
dos mesmos, mas isso se transformou em uma bola de neve que
parece não parar de aumentar.
Clubes brasileiros, como o Corinthians e a Lusa, se preparam
para o segundo semestre fazendo
amistosos com equipes de ponta
na Europa, mas isso não é novidade, já que até pré-temporada
na Itália o Palmeiras (então da
Parmalat) fez no ano passado.
A pré-temporada de luxo mesmo foi anunciada pela Fifa para o
ano que vem: a segunda edição
do Mundial de Clubes, em 2001.
Por mais que a máxima entidade do futebol tente formar um calendário mundial, a Europa, que
possui a nata do esporte, continua só vendo seu cronograma.
No começo de agosto, período
em que será realizado na Espanha o próximo Mundial de Clubes, os times europeus estão voltando das férias. E nem mesmo
uma competição oficial da Fifa
irá mudar esse panorama.
Enquanto equipes dos outros
continentes, como o japonês Jubilo Iwata, representante asiático
classificado por ter vencido a Supercopa da Ásia deste ano, já encara a competição desde agora,
Real Madrid, Barcelona e Manchester United, potenciais europeus na disputa, talvez não pensem no torneio devidamente nem
durante a realização do mesmo.
Para alavancar o segundo
Mundial de Clubes da história, a
Fifa deve apelar às duas superpotências do futebol espanhol.
O Real Madrid, vencedor da
Copa dos Campeões deste ano e,
talvez, do próximo Mundial interclubes, poderá ter mais de um
requisito técnico para jogar. Já o
Barcelona, se não triunfar na próxima Copa dos Campeões, pode
representar o país-sede, assim como o Corinthians fez no Brasil.
Com Real Madrid e Barcelona
como anfitriões (é possível a presença até de um terceiro time espanhol), o evento ganharia em
atração, mas seguirá sendo só secundário para os europeus.
O Manchester United, que jogou a primeira edição em nome
da candidatura inglesa a sede da
Copa de 2006, deve voltar a atuar,
já que venceu o último Mundial
interclubes, mas, como terá que
viajar e alterar suas datas novamente, poderá repetir o desdém
que exibiu em janeiro no Rio.
Para os times do Brasil, o Mundial será de novo a chance maior
de glória, ainda mais com a desvalorização dos Estaduais, a baderna do Brasileiro e a disputa
sendo no exterior (Palmeiras,
campeão da Libertadores-99, e
Corinthians, atual campeão nacional, são esperados).
Os europeus, que ganharam o
torneio desta vez, aproveitarão
para fazer a pré-temporada em
jogos chancelados pela Fifa.
Simplesmente um luxo!
Argentina
Alguns fãs da Argentina detonaram minha coluna passada. Pela primeira vez, fui
criticado por defender o futebol brasileiro (por tratar de
futebol internacional, é comum acontecer o contrário).
O fato é que o século acabou
para o clássico Argentina x
Brasil, e os argentinos não fecharam o período em vantagem (até os anos 70, isso parecia certo). As estatísticas
podem gerar discussão, mas
os números do sério pesquisador Duílio Martino, adotados pela Folha, colocam pela
primeira vez a seleção brasileira em vantagem. A Argentina pode (e deve) empatar a
disputa em 2001 em Buenos
Aires, já que, como escrevi logo após Wanderley Luxemburgo assumir a seleção, ele
tem péssimo retrospecto no
exterior. Agora quem chama
o Brasil de ""freguês da Argentina" só vive do passado ou
não quer ver o presente.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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