São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2000


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FUTEBOL

Pré-temporada de luxo


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Várias razões poderiam ser dadas para o título acima.
Figo, jogador de US$ 56 milhões, ficou no banco do Real Madrid na semana que passou em jogo com o Manchester United, mas isso, é lógico, não seguirá.
Ajax e Bayern de Munique, dois dos mais famosos clubes do mundo, organizam pomposos torneios antes da temporada em comemoração aos seus centenários, mas, já em 2001, tais disputas perderão historicamente em glamour.
O inflacionado mercado do futebol bateu nos últimos dias recordes em cifras, seja na contratação de jogadores, seja no salário dos mesmos, mas isso se transformou em uma bola de neve que parece não parar de aumentar.
Clubes brasileiros, como o Corinthians e a Lusa, se preparam para o segundo semestre fazendo amistosos com equipes de ponta na Europa, mas isso não é novidade, já que até pré-temporada na Itália o Palmeiras (então da Parmalat) fez no ano passado.
A pré-temporada de luxo mesmo foi anunciada pela Fifa para o ano que vem: a segunda edição do Mundial de Clubes, em 2001.
Por mais que a máxima entidade do futebol tente formar um calendário mundial, a Europa, que possui a nata do esporte, continua só vendo seu cronograma.
No começo de agosto, período em que será realizado na Espanha o próximo Mundial de Clubes, os times europeus estão voltando das férias. E nem mesmo uma competição oficial da Fifa irá mudar esse panorama.
Enquanto equipes dos outros continentes, como o japonês Jubilo Iwata, representante asiático classificado por ter vencido a Supercopa da Ásia deste ano, já encara a competição desde agora, Real Madrid, Barcelona e Manchester United, potenciais europeus na disputa, talvez não pensem no torneio devidamente nem durante a realização do mesmo.
Para alavancar o segundo Mundial de Clubes da história, a Fifa deve apelar às duas superpotências do futebol espanhol.
O Real Madrid, vencedor da Copa dos Campeões deste ano e, talvez, do próximo Mundial interclubes, poderá ter mais de um requisito técnico para jogar. Já o Barcelona, se não triunfar na próxima Copa dos Campeões, pode representar o país-sede, assim como o Corinthians fez no Brasil.
Com Real Madrid e Barcelona como anfitriões (é possível a presença até de um terceiro time espanhol), o evento ganharia em atração, mas seguirá sendo só secundário para os europeus.
O Manchester United, que jogou a primeira edição em nome da candidatura inglesa a sede da Copa de 2006, deve voltar a atuar, já que venceu o último Mundial interclubes, mas, como terá que viajar e alterar suas datas novamente, poderá repetir o desdém que exibiu em janeiro no Rio.
Para os times do Brasil, o Mundial será de novo a chance maior de glória, ainda mais com a desvalorização dos Estaduais, a baderna do Brasileiro e a disputa sendo no exterior (Palmeiras, campeão da Libertadores-99, e Corinthians, atual campeão nacional, são esperados).
Os europeus, que ganharam o torneio desta vez, aproveitarão para fazer a pré-temporada em jogos chancelados pela Fifa.
Simplesmente um luxo!

Argentina Alguns fãs da Argentina detonaram minha coluna passada. Pela primeira vez, fui criticado por defender o futebol brasileiro (por tratar de futebol internacional, é comum acontecer o contrário). O fato é que o século acabou para o clássico Argentina x Brasil, e os argentinos não fecharam o período em vantagem (até os anos 70, isso parecia certo). As estatísticas podem gerar discussão, mas os números do sério pesquisador Duílio Martino, adotados pela Folha, colocam pela primeira vez a seleção brasileira em vantagem. A Argentina pode (e deve) empatar a disputa em 2001 em Buenos Aires, já que, como escrevi logo após Wanderley Luxemburgo assumir a seleção, ele tem péssimo retrospecto no exterior. Agora quem chama o Brasil de ""freguês da Argentina" só vive do passado ou não quer ver o presente.



E-mail rbueno@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata




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