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BASQUETE
Indy 1
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
O Brasil estréia no dia 29
contra uma seleção baixa,
tão fraca que a federação nacional chegou a apelar à internet à
procura de reforços.
A rigor, o Líbano possui somente um jogador "digno" de um
Mundial: o ala Fadi El Katib, 23,
1,96 m, cestinha do Asiático, bom
no drible e excelente em arremessos rápidos ("catch and shoot").
No grupo que disputou o Asiático de 2001, havia apenas um atleta com mais de 2 metros. E, de novo, o trabalho sujo do garrafão repousará nos ombros do norte-americano naturalizado Joseph
Vogel, pivô letárgico de 2,10 m.
A campanha no qualificatório
surpreendeu a crítica. Afinal, foi
só por causa de um erro de arbitragem que os libaneses bateram
os Emirados Árabes Unidos e
avançaram à segunda rodada.
Mas, açulado pelo folclórico
norte-americano Johnny Neumann, o time embalou, atropelando nas rodadas seguintes as
potências continentais Japão e
Coréia do Sul. O técnico agora terá a recompensa pela aventura
quixotesca: voltará a Indianápolis, cujo time defendeu na extinta
ABA e na NBA nos anos 70.
No dia 30, a equipe de Hélio Rubens pega uma das sensações do
basquete internacional em 2001.
Catapultada pela fanática torcida, a Turquia arrancou à final
do Campeonato Europeu. Deixou
pelo caminho forças como Espanha, Croácia e Alemanha e só parou diante da todo-poderosa Iugoslávia. Foi a melhor colocação
dos turcos na competição -e,
mais importante, sua primeira
classificação para um Mundial.
A seleção levará como base atletas altos e versáteis. Três têm passagens pela NBA: Hidayet Turkoglu (2,03 m, Sacramento), Mehmet Okur (2,10 m, Detroit) e Mirsad Turkcan (2,05 m, ex-Milwaukee). Há ainda o ótimo alinha
Ibrahim Kutluay, 1,98 m, campeão da Euroliga pelo Panathinaikos (Grécia) e talvez o melhor
arremessador da Europa.
Foi sorte o Brasil ter enfrentado
os turcos -e vencido os dois confrontos- antes do Mundial. Os
reveses no torneio de Istambul, semana passada, deixaram o oponente em crise. O técnico Aydin
Ors já questiona a convocação de
estrelas. De todo modo, o time
não poderá ser subestimado.
No dia 31, o Brasil se depara
com um rival histórico, que, à semelhança dos brasileiros, busca
gradualmente recuperar a competitividade na América Latina.
A fórmula dos porto-riquenhos
é a mesma adotada por Hélio Rubens: combinar jovens talentos
com veteranos bem rodados. Mas
com uma nuance importante: os
caribenhos têm mais experiência
no basquete norte-americano, o
mais competitivo do planeta.
Assim, estarão em Indianápolis
o legendário pivô José "Piculín"
Ortiz, 38, ex-Utah, o pivô Daniel
Santiago, 25, ex-Phoenix, e o hábil armador Carlos Arroyo, 23, futuro colega de Nenê no Denver.
Mas o sonho de redenção pode
ser minado pela bagunça administrativa. O Nacional termina
duas semanas antes do Mundial.
O time só treinará dez dias. Para
piorar, parece que o treinador Júlio Toro adoeceu e pode nem viajar (tomara que não chamem o
Flor Melendez, que conhece bem
o basquete hélio-rubensiano...).
Estas serão as três primeiras
partidas. Para ter chances de progredir no Mundial, o Brasil precisa vencer duas. É que os rivais do
segundo "round" da fase classificatória serão mais difíceis. Na semana que vem, o raio X deles.
Pré-Mundial 1
O Brasil levou o bronze. Mas atenção: 1) A Turquia não usou dois
titulares (Turkcan e Kutluay) no jogo final; 2) Angola e China têm
times frágeis -e, ainda assim, os africanos caíram só na prorrogação; 3) A seleção perdeu para outro rival do Mundial, o Canadá.
Pré-Mundial 2
Mas há aspectos animadores: 1) O Brasil também não contou com
dois titulares (Demétrius e Nenê); 2) Parece ter voltado à forma nos
tiros de três pontos (49%), com destaque para Marcelinho (56%);
3) A equipe teve três entre os dez principais reboteiros -Guilherme (7,8, o melhor da competição), Anderson e Sandro Varejão.
Pré-Mundial 3
Hélio Rubens rodou bastante o elenco. Ninguém atuou 30 minutos
por jogo. Renato, Michel e Alex, que foram a Istambul, e Luís Fernando e Splitter disputam as duas últimas vagas em Indianápolis.
E-mail melk@uol.com.br
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