FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Gustavo Kuerten só vai definir se disputa o Masters Series de Cincinnati momentos antes de sua estréia na competição.
Após abandonar a partida contra o romeno Andrei Pavel, na semana passada, em Toronto, alegando cansaço e fraqueza nas pernas, Guga e seu técnico, Larri Passos, decidiram só entrar em quadra hoje se o tenista estiver 100%.
Larri disse que, ao desistir do confronto, Kuerten "não teve atitude de campeão". "Se estava com problemas, Guga podia me chamar e dizer que não queria jogar."
Se decidir entrar em quadra, Kuerten terá sua estréia mais dura em quase quatro anos.
O adversário de hoje, às 12h, é o britânico Tim Henman, quarto no ranking de entradas da ATP.
Sem contar Masters ou a antiga Copa do Mundo, que reúne os melhores do ano, Guga não enfrenta na estréia um oponente tão bem colocado no ranking desde o Torneio de Long Island, no final de agosto de 1998, quando encarou e venceu o chileno Marcelo Ríos, que era então o vice-líder.
Desde então, o brasileiro disputou 79 torneios, incluindo 14 Grand Slams, e nunca teve como primeiro adversário alguém tão bem classificado como Henman.
O que faz Kuerten, atual campeão do torneio, enfrentar uma pedreira logo de cara é o fato de ele não ser, pela segunda vez consecutiva, cabeça-de-chave.
Com a artroscopia no quadril, em fevereiro, o brasileiro não manteve o mesmo nível de 2001 e perdeu 2.430 pontos em relação ao que tinha em janeiro, quando era o segundo do ranking.
Além de estar bem colocado no ranking, Henman é um especialista em quadras duras. Campeão em Adelaide, em janeiro, ele é o segundo com mais vitórias nesse tipo de quadra em neste ano: 23.
"Se você não é cabeça-de-chave, como eu, tem 50% de chance de cair com um cara desses na primeira rodada", afirmou Guga, que nos últimos dias, em Cincinnati, treinou em dois períodos.
Será o quinto jogo entre Kuerten, 25, e Henman, 27, sendo que cada um venceu duas vezes.
Se Guga não jogar, sua situação no ranking vai ficar desconfortável. Campeão do torneio em 2001, ele perderá 500 pontos e ficará perto da 40ª posição, seu pior posto desde que venceu Roland Garros pela primeira vez, em 1997.