São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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BOXE

Mulheres de nossas vidas

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas mulheres mudaram as vidas de Popó e Diego Corrales, rivais de amanhã à noite nos EUA (o canal Premiere da Globosat, DirecTV e TVA, entre outras operadoras, anunciam a transmissão do combate ao vivo para o Brasil em pay-per-view).
Em 2001, irritado por conta de ligações telefônicas que recebeu dizendo que estava sendo traído, Corrales encheu de socos sua mulher, Maria. Pior, ela estava grávida da terceira filha do casal.
Fiquei espantado com a história. Conheci Corrales durante a semana de Oscar de la Hoya x Shane Mosley 1. O então campeão superpena da FIB foi muito gentil e respondeu a todas as minhas questões, até as mais críticas.
Posteriormente, ao tomar conhecimento do que "Chico" fizera, comentei com um conhecido norte-americano que estava chocado, pois ao me atender Corrales pareceu "quase uma moça".
"É porque você não é a mulher dele", foi o comentário, irônico e nada sutil, de meu interlocutor.
A Justiça dos EUA ofereceu duas opções a Corrales: ou se considerava culpado de violência doméstica e aceitava dois anos de prisão, com possibilidade de redução da pena para um ano, ou seria julgado e correria risco de ficar preso por mais de 20 anos. Ele cooperou ("não poderia ficar tanto tempo longe de meus filhos").
Na opinião de Popó, o encarceramento fez mal ao norte-americano, que trocou de mulher depois de deixar a prisão -hoje em dia está casado com Michele.
"Corrales voltou pior fisicamente [retornou em 2003]. Um ano e meio preso não é um mês e meio, a idade vai chegando", analisa o brasileiro. "Tecnicamente também acho que Corrales era melhor quando conquistou o cinturão [dos superpenas da FIB, contra Roberto Garcia, em 1999]."
Sobre a agressão de Corrales à ex-mulher, o pugilista brasileiro, 27, tampouco ficou sem palavras.
"Corrales é um covarde, parece maluco. Na coletiva da Showtime, ficou todo cheio de graça para cima de duas mulheres da TV."
Mas Corrales não foi o único a ter a trajetória da carreira (e vida) alterada por uma mulher.
Eliana Guimarães foi a principal responsável pela separação de Popó da Oficina de Idéias, empresa que gerenciava a carreira do marido e contra a qual Popó move ação judicial por exploração.
Ela também é apontada como a responsável pela mais recente mudança no estafe do marido, com a saída de Antonio Garrido do "córner" de Popó (Garrido pilotava a ação contra a Oficina).
Sua presença também ajudou a aumentar o interesse da TV e publicações especializadas em Popó.
A Showtime não se cansa de exibir imagens de Eliana -especialmente suas reações durante o decorrer dos combates de Popó.
Eliana também despertou o interesse da "The Ring": certa vez, em vez de comentar uma das lutas de Popó, fez graça ao perguntar por que não organizam duelo entre ela e Lody, mulher do ex-campeão mundial Paulie Ayala.
 
Esta coluna retorna em setembro, depois do fim da cobertura dos Jogos Olímpicos.

Bad boy
Pode ser só uma desculpa, mas, em comunicado distribuído à imprensa, Shelly Finkell, manager de Mike Tyson, afirma que foi uma contusão no joelho esquerdo a responsável pela derrota de seu lutador. "A partir do momento em que Tyson perdeu a condição para girar, mover lateralmente ou utilizar sua perna esquerda como base, ele perdeu a habilidade para lançar socos significantes com a mão direita, que vinham sendo tão eficientes até aquele momento", afirmou Finkell. Faz algum sentido. Quem assistiu ao combate viu que os replays da Showtime mostraram Tyson fazer uma "dança louca" com as pernas em determinado momento do assalto inicial. Dito isso, sem querer ser chato, se Tyson quisesse ter um futuro, tinha, mesmo com apenas uma perna, a obrigação de ter passado por cima de Danny "Quem?" Williams.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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