São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Torcida empurra e Corinthians vence

Com 32 mil pessoas no Pacaembu, time acaba com jejum de oito jogos sem vitórias e foge da lanterna do Brasileiro

Corinthians 2
Atlético-PR 1

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o início do dia, a torcida do Corinthians foi a protagonista. Fez protestos contra a diretoria, brigou na porta do Pacaembu e proporcionou o maior público de um paulista em casa neste Brasileiro -a marca anterior era de 23.196 no Palmeiras x Paraná.
Com a vitória, o time paulista saiu da lanterna, com 13 pontos, e duas vitórias a mais do que o Fortaleza. Mas pode voltar à última posição se a equipe cearense pelo menos empatar contra o Palmeiras. Porém, segue na zona de rebaixamento.
Foi com o apoio dos mais de 32 mil corintianos que o time conseguiu acabar com o jejum de oito jogos sem vitórias, já que protagonizou duelo igual com o Atlético-PR. Foi o quarto maior público do Brasileiro.
"Foi bonito ver esse público quando estávamos em último", exaltou Rafael Moura.
A importância dos torcedores pôde ser percebida logo aos 3min, quando Ferreira aproveitou falha do zagueiro Sebá e abriu o placar.
Em vez de vaias, como prometido, os corintianos passaram a gritar o nome do time com ainda mais força do que no início. Era uma seqüência do comportamento dos torcedores visto antes da partida.
A organizada Gaviões da Fiel promoveu protesto contra a diretoria, com 13 caixões para dirigentes, entre eles os presidentes Alberto Dualib, do clube, e Kia Joorabchian, da MSI.
Cerca de quatro mil foram caminhando para o Pacaembu. E prometeram mais manifestações, em que pediram, por exemplo, a saída de Paulo Angioni, da parceira MSI.
Na porta do estádio, os corintianos brigaram entre si e depois entraram em confronto com a polícia. Bombas de efeito moral, gás de pimenta e pedradas fizeram parte da confusão.
O tumulto foi causado pela dificuldade de os torcedores entrarem no Pacaembu. E sobrou até para o fotógrafo do "Agora" Robson Ventura, que foi agredido por corintianos.
Dentro do estádio, a torcida passou a mostrar vontade apenas nos gritos para o time e para os seus ídolos. Antes do jogo, os corintianos já se reconciliaram com Tevez, que foi ovacionado quando teve seu nome anunciado. Até sua saída, em que voltou a ser homenageado, sobraram aplausos para ele, que sofreu um pisão.
Não foi à toa. No primeiro tempo, mostrou vontade: foi o segundo mais acionado em campo, com 23 bolas. Ainda concluiu duas vezes a gol, uma delas no gol de empate.
Aos 9min, Coelho cruzou da direita para Tevez, livre no meio da área, fazer o gol de cabeça. Dois minutos depois, Carlos Alberto driblou, também pela lateral direita, e cruzou para Rafael Moura virar o jogo.
Essa blitz foi um reflexo da atuação do Corinthians, com vontade e pegada, mas com o time ainda desorganizado. Em vantagem, o time paulista diminuiu o ritmo. E acabou a primeira etapa com sete conclusões a gol, contra cinco do rival.
Pior: o time paranaense passou a dominar o jogo no segundo tempo. Teve boas chances de gol, em falhas de posicionamento da defesa corintiana.
O Corinthians só conseguia criar oportunidade na pressão. E o rendimento caiu quando o time ficou sem Carlos Alberto e Tevez. O meia, por sinal, foi o coadjuvante na vitória.
"Tem gente que nem tinha mais condições de correr no final", contou Carlos Alberto.
A torcida até ficou meio impaciente no segundo tempo, mas seguiu apoiando. E vibrou quando Paulo Almeida salvou, de cabeça, o último perigo.
O público foi maior do que o do jogo com o River Plate, no mesmo Pacaembu, quando 31.800 pessoas viram o início da crise corintiana.


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