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Hipismo almeja popularizar eventos
Organizadores do Concurso de Saltos Athina Onassis dão sugestões até na forma de transmissão na TV
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Transformar o hipismo em
um esporte popular ainda é
utopia em um país como o Brasil. Mas é possível fazer das
competições eventos cada vez
mais atrativos. É o que esperam
os organizadores do Concurso
de Saltos Athina Onassis, encerrado ontem, em São Paulo.
"Queremos popularizar o
show. Fazer com que as pessoas
gostem e se acostumem a ver
provas de saltos, ao vivo ou na
TV. Este é o primeiro passo para aumentar a penetração do
esporte", diz André Beck, um
dos organizadores do torneio.
Para isso, eles deram pitacos
até na transmissão da TV e convenceram patrocinadores de
que não era vantagem ficar por
muito tempo com os cavalos ao
vivo na programação.
"As disputas são longas, arrastadas, cansam muito. As
pessoas mudam de canal. O
ideal é mostrar a prova quando
afunila, como no desempate
[passagem final, com apenas os
melhores do dia]", diz ele.
Anteontem, a principal prova
do Athina Onassis foi transmitida apenas a partir da segunda
passagem, com 18 cavaleiros. A
primeira etapa, com 40 conjuntos, durou quase duas horas.
Com mais holofotes sobre as
competições, acredita Beck, o
número de praticantes deve aumentar. O crescimento, no então, pode não significar necessariamente mais atletas.
"Fazer aula em uma escolinha duas vezes por semana custa a mesma coisa que aulas de
natação ou de tênis. A classe
média pode fazer", afirma.
"Quando a pessoa começa a
competir, a parte financeira
complica mais", acrescenta.
Um cavalo para iniciantes
custa cerca de R$ 5.000. Nas
cocheiras do Athina Onassis ficaram hospedados cerca de R$
260 milhões em animais. Um
cavalo de elite custa entre R$
2,6 milhões e R$ 13 milhões.
"Por isso não temos a idéia de
massificar o esporte. Mas podemos encher as escolinhas, mostrar que as pessoas podem praticar hipismo", declara Beck.
Anteontem pela manhã, para
estimular os novatos, houve
uma disputa dos ginetes mirins
com as estrelas do concurso.
"É uma chance única para
eles. Sentir a pressão de competir contra um ídolo pesa muito. Quando estiverem em competições importantes, já terão a
experiência de lidar com esse
estresse", afirma Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, organizador do torneio e melhor
brasileiro em ação na pista.
Para o ano que vem Doda
quer aumentar a capacidade de
torcedores. Nos quatro dias do
evento, cerca de 13 mil pessoas
passaram pela Sociedade Hípica Paulista. Os ingressos mais
baratos custavam R$ 50.
Os cavaleiros brasileiros, que
carecem de eventos de ponta
no país, aproveitaram para
aprender com os europeus.
"Esse tipo de evento faz falta.
É uma grande chance de competir em alto nível, o que não
costuma acontecer no país",
afirma César Almeida, único
atleta radicado no Brasil titular
da equipe campeã do Pan.
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