São Paulo, Sexta-feira, 06 de Agosto de 1999
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Duplas recém-formadas dão dois ouros ao Brasil no tênis

Associated Press
Ao lado de André Sá, o tenista Paulo Taicher (dir.) grita após ponto do Brasil na final de duplas masculinas, contra o México


dos enviados a Winnipeg

Após 12 anos sem medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos, o tênis brasileiro conquistou ontem, no Canadá, duas com parcerias recém-formadas.
No feminino, Vanessa Menga e Joana Cortez, que estão juntas desde abril e haviam feito apenas um torneio como preparação a Winnipeg, obtiveram uma inédita vitória ao derrotar na final as chilenas Barbara Castro e Paola Cabezas por 2 sets a 1, com parciais de 6/0, 6/7 (5/7) e 7/5.
No masculino, André Sá e Paulo Taicher, que se juntaram somente uma semana antes do início da competição, bateram os mexicanos Oscar Ortiz e Marco Osório por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (8/6) e 6/2. Eles repetiram o feito de Thomaz Koch e Edson Mandarino, de 1967.
As partidas que decidiram as duplas foram muito diferentes. A partida do feminino foi marcada pelo equilíbrio e pela irregularidade das duas equipes, enquanto no masculino os brasileiros dominaram quase do começo ao fim.
O torneio de tênis do Pan deste ano foi marcado pela ausência de estrelas -na chave masculina de simples, por exemplo, houve só dois dos cem mais bem colocados no ranking mundial.
Na primeira final, as das mulheres, houve desde boas trocas de bolas, com voleios de todos os tipos, até uma profusão de erros não forçados, que iam de smashes (golpes acima da cabeça) na rede a toques de aproximação que iam para fora.
"O jogo foi um sufoco. Mas isso foi assim no torneio inteiro. Parece que elas gostam disso", afirmou depois da partida Paulo Cleto, o técnico brasileiro.
Ele creditou a irregularidade das brasileiras à inexperiência. ""Elas são muito jovens". Vanessa tem 22 anos, e Joana, 20.
O final do jogo foi uma sucessão de erros. Dos últimos quatro lances, três foram assim. Mas o decisivo foi um voleio certo de Joana, entre as chilenas.
Foi a primeira conquista de uma medalha de ouro do tênis brasileiro desde o Pan desde 1987, quando Fernando Roese e Gisele Miró venceram em simples.
Depois do jogo, as brasileiras destacaram a garra como sua principal qualidade, conforme Cleto havia dito antes. Vanessa exibiu um objetivo ambicioso. ""Meu sonho é ganhar a medalha de ouro olímpica". Mas, em 178º no ranking mundial, ela nem deve ir a Sydney-2000.
Na Olimpíada, o torneio de tênis de cada sexo é composto por 64 jogadores, no máximo dois por país. Desses, 48 vão por índice técnico, a posição no ranking da respectiva associação. Os demais são preenchidos por convites, para aumentar o número de países.
Pelo cargo do pai (Eduardo Menga, vice-presidente da ATP, que comanda o tênis masculino), Vanessa teria boas chances de receber um convite. O problema é que o Comitê Olímpico Brasileiro) não leva mais ninguém por convite desde Atlanta-96.
Já no masculino Taicher e Sá mantiveram durante o jogo todo o mesmo estilo: um sacava e o outro, na rede, fechava o ponto. Após vencer o tie-break no primeiro set, os brasileiros obtiveram quebras no primeiro e no quinto games do segundo para ganhar o ouro. (EA e MD)


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