São Paulo, Sexta-feira, 06 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Jogadores do Brasil creditam ao desequilíbrio emocional a perda do título da Copa das Confederações
Falta controle à seleção, dizem atletas

do enviado à Cidade do México

A falta de experiência e controle emocional para disputar uma final foi, na opinião dos próprios jogadores da seleção brasileira, o motivo da perda do título da Copa das Confederações para o México, anteontem à noite, no estádio Azteca, na capital mexicana.
Os anfitriões venceram por 4 a 3 e marcaram todos os gols em falhas individuais dos brasileiros.
Dida, no primeiro, Odvan, no segundo, Vampeta e Serginho, no terceiro, e Ronaldinho, no quarto, cometeram os erros que ocasionaram os gols mexicanos.
"Perdemos para nós mesmos. Faltou experiência para disputar uma final fora de casa. Não se pode errar quatro vezes em uma final", queixou-se o capitão Émerson, um dos mais aborrecidos com o comportamento do Brasil.
Foi a segunda decisão em pouco mais de um ano perdida pela seleção para a equipe da casa. Em julho de 98, o Brasil foi batido por 3 a 0 pela França na final da Copa.
A equipe que foi a campo anteontem tinha uma média de idade de 24,2 anos e três jogadores que já disputaram um Mundial (Émerson, Dida e Zé Roberto).
"A derrota foi muito mais por erro nosso do que por acerto do México. Não sei se é porque o time é novo, está começando um trabalho, não tem experiência necessária e talvez se perca...", analisou o volante Vampeta.
A seleção disputou a Copa das Confederações sem seis titulares (Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos, Cafu, Amoroso e Antônio Carlos), que pediram folga após a conquista da Copa América.
O técnico da seleção, Wanderley Luxemburgo, também reconheceu que as falhas causaram a derrota, mas isentou seus jogadores de culpa pela perda do título.
"Os erros acontecem no futebol, e cometemos alguns, mas o mérito maior foi do México", disse.
Para resumir seu pensamento, cunhou uma frase curiosa: "A falha individual é do coletivo".
O treinador disse que a disputa foi um "aprendizado" para seu time. "Tínhamos apenas três jogadores que disputaram uma Copa. Fico feliz em ter chegado à final com um time jovem. Saímos do México fortalecidos com a experiência", afirmou Luxemburgo.
Do lado mexicano, o técnico Manuel Lapuente foi espirituoso ao comentar a conquista de sua equipe, a primeira em um torneio oficial da Fifa e considerada a mais importante da história do futebol do país.
"Contra o Brasil, não se ganha de 1 a 0. Tínhamos que marcar gols o tempo todo. Meus rapazes jogaram ofensivamente, jogaram para ganhar", declarou Lapuente. (FÁBIO VICTOR)

Texto Anterior: Sparring - Eduardo Ohata: Passando o chapéu
Próximo Texto: Prioridade, defesa volta a frustrar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.