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FUTEBOL
Todas as seleções têm "europeus" no qualificatório sul-americano, que começa com quase 50% de atletas "gringos"
Eliminatórias viram reduto de repatriado
DA REPORTAGEM LOCAL
Praticamente a metade dos jogadores que vão disputar as eliminatórias sul-americanas para o
Mundial de 2006 joga fora de seus
países. Todas as seleções envolvidas na disputa contam com ""estrangeiros". E todas, sem exceção,
têm ao menos um ""europeu".
A situação é bem diferente da
verificada em eliminatórias anteriores, quando apenas as principais potências do continente convocavam estrelas do exterior.
Cinco seleções têm mais ""gringos" do que jogadores locais.
Além de Brasil, Argentina e Uruguai, Colômbia e Chile contam
com uma legião estrangeira para
chegar à Copa da Alemanha.
Dos 222 atletas convocados para atuar na primeira rodada das
eliminatórias sul-americanas, 110
atuam fora de seus países. Não
fosse o corte do brasileiro Kleberson, do Manchester United, haveria exatamente 50% de ""estrangeiros".
A Argentina, que terminou as
últimas eliminatórias em primeiro, continua apostando em sua
força européia. Dos 22 atletas, 17
atuam no continente que reúne a
nata do futebol -e dois jogam no
México.
Só os argentinos superam o Brasil em número de convocados importados. Carlos Alberto Parreira,
chega a Colômbia com 16 ""forasteiros" (isso porque teve que convocar na última hora o meia santista Elano).
Mesmo com seu futebol atravessando histórica crise, o Uruguai importou 14 atletas para as
suas duas primeiras partidas.
A Colômbia também está utilizando 14 ""gringos", o que faz o
duelo de Bogotá parecer até pouco sul-americano -25 dos 44
atletas destacados para a partida
não vivem no continente.
Bolívia e Equador são as seleções menos ""estrangeiras". Cada
uma conta com quatro selecionáveis do exterior. Apesar desse pequeno contingente, os equatorianos conseguiram uma das vagas
para a Copa-02, fazendo campanha melhor no qualificatório que
os europeizados brasileiros.
A Venezuela, tradicional ""saco
de pancadas", já não está tão atrás
da concorrência. Sete jogadores
da lista de Richard Páez atuam em
outro país. O destaque da equipe,
o meia Urdaneta, joga na Suíça.
A crise financeira que assola o
futebol mundial impede a permanência dos principais jogadores
sul-americanos no continente.
Até mesmo o Brasil, maior força
econômica da região, não consegue segurar os craques. Apenas
dois jogadores que atuam hoje no
país servem equipes estrangeiras
nas eliminatórias: o atacante Aristizábal, do Cruzeiro e da Colômbia, e o meio-campista Gavilán,
do Internacional e do Paraguai.
(RODRIGO BUENO)
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