UOL


São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Todas as seleções têm "europeus" no qualificatório sul-americano, que começa com quase 50% de atletas "gringos"

Eliminatórias viram reduto de repatriado

DA REPORTAGEM LOCAL

Praticamente a metade dos jogadores que vão disputar as eliminatórias sul-americanas para o Mundial de 2006 joga fora de seus países. Todas as seleções envolvidas na disputa contam com ""estrangeiros". E todas, sem exceção, têm ao menos um ""europeu".
A situação é bem diferente da verificada em eliminatórias anteriores, quando apenas as principais potências do continente convocavam estrelas do exterior.
Cinco seleções têm mais ""gringos" do que jogadores locais. Além de Brasil, Argentina e Uruguai, Colômbia e Chile contam com uma legião estrangeira para chegar à Copa da Alemanha.
Dos 222 atletas convocados para atuar na primeira rodada das eliminatórias sul-americanas, 110 atuam fora de seus países. Não fosse o corte do brasileiro Kleberson, do Manchester United, haveria exatamente 50% de ""estrangeiros".
A Argentina, que terminou as últimas eliminatórias em primeiro, continua apostando em sua força européia. Dos 22 atletas, 17 atuam no continente que reúne a nata do futebol -e dois jogam no México.
Só os argentinos superam o Brasil em número de convocados importados. Carlos Alberto Parreira, chega a Colômbia com 16 ""forasteiros" (isso porque teve que convocar na última hora o meia santista Elano).
Mesmo com seu futebol atravessando histórica crise, o Uruguai importou 14 atletas para as suas duas primeiras partidas.
A Colômbia também está utilizando 14 ""gringos", o que faz o duelo de Bogotá parecer até pouco sul-americano -25 dos 44 atletas destacados para a partida não vivem no continente.
Bolívia e Equador são as seleções menos ""estrangeiras". Cada uma conta com quatro selecionáveis do exterior. Apesar desse pequeno contingente, os equatorianos conseguiram uma das vagas para a Copa-02, fazendo campanha melhor no qualificatório que os europeizados brasileiros.
A Venezuela, tradicional ""saco de pancadas", já não está tão atrás da concorrência. Sete jogadores da lista de Richard Páez atuam em outro país. O destaque da equipe, o meia Urdaneta, joga na Suíça.
A crise financeira que assola o futebol mundial impede a permanência dos principais jogadores sul-americanos no continente.
Até mesmo o Brasil, maior força econômica da região, não consegue segurar os craques. Apenas dois jogadores que atuam hoje no país servem equipes estrangeiras nas eliminatórias: o atacante Aristizábal, do Cruzeiro e da Colômbia, e o meio-campista Gavilán, do Internacional e do Paraguai. (RODRIGO BUENO)


Texto Anterior: Alex e Emerson serão titulares
Próximo Texto: Pingue-pongue: Aristizábal fala em correr mais e encurralar Alex
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.