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FUTEBOL
Time desacelera na 2ª etapa e chega a 17 jogos sem golear nas eliminatórias
"Seleção ideal" joga apenas 45 minutos e estica jejum
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil dos sonhos durou apenas 45 minutos. A seleção brasileira equilibrada, eficiente e letal
-tão sonhada pelo técnico Carlos Alberto Parreira- esteve ontem no Morumbi, mas deixou o
campo após o primeiro tempo.
Não foi à toa que os três gols
brasileiros saíram na etapa inicial.
A formação que começou a partida contra a Bolívia foi responsável
por um futebol mais eficiente do
que regularmente a seleção apresenta nas eliminatórias.
Diferentemente de outras performances, o Brasil dos primeiros
45 minutos trocou mais passes e
errou menos, detendo a posse de
bola na maior parte do tempo.
Segundo o Datafolha, a seleção
trocou 229 passes na etapa inicial,
com um aproveitamento quase
perfeito: 92,1% e concentrou 12
das 20 finalizações que fez.
Já no período final, o desempenho foi inferior. O time brasileiro
trocou menos passes (212), cometeu mais faltas (6 contra 7 no primeiro tempo) e tomou menos vezes a bola dos bolivianos (53 na
etapa inicial e 47 na final).
A queda de rendimento no segundo tempo fez com que o treinador brasileiro lamentasse a
chance perdida de golear o frágil
adversário, que entrou em campo
apenas para se defender.
"Perdemos uma grande oportunidade de melhorar nosso saldo
de gols", reclamou Parreira.
Entre os jogadores, o tom também foi de lamento, apesar do
triunfo. "Espero que sejamos um
pouco mais constantes nos próximos jogos", declarou Juninho
Pernambucano.
O lamento ganha ainda mais
força se for levada em conta a
campanha da seleção nas eliminatórias. Próximo de completar todo o primeiro turno da competição, o time de Parreira não conseguiu aplicar nenhuma goleada.
O jejum de placares elásticos em
eliminatórias é longo. O último
foi aplicado há quase quatro anos:
um 6 a 0 sobre a Venezuela em
outubro de 2000. Ontem, o Brasil
completou 17 partidas sem massacrar seus rivais no torneio.
Tamanho foi o abismo entre as
performances dos dois períodos
que em alguns fundamentos o desempenho do Brasil na etapa inicial foi quase equivalente ao que
faz durante toda uma partida.
Um exemplo foram os cruzamentos. A seleção fez 14 na primeira parte do jogo de ontem -a
média da equipe durante 90 minutos é de 18,4.
A boa exibição do primeiro
tempo se anunciou logo aos 46 segundos. Ronaldo furou a retranca
boliviana, que se defendia com até
nove jogadores no campo defensivo. Ronaldinho, aos 13min, de
pênalti, e Adriano, aos 44min do
primeiro tempo, de cabeça, marcaram os outros gols brasileiros.
Na segunda etapa, o meio-campista e capitão Cristaldo, 35, marcou para a Bolívia aos
4min.
(PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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