São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Time desacelera na 2ª etapa e chega a 17 jogos sem golear nas eliminatórias

"Seleção ideal" joga apenas 45 minutos e estica jejum

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil dos sonhos durou apenas 45 minutos. A seleção brasileira equilibrada, eficiente e letal -tão sonhada pelo técnico Carlos Alberto Parreira- esteve ontem no Morumbi, mas deixou o campo após o primeiro tempo.
Não foi à toa que os três gols brasileiros saíram na etapa inicial. A formação que começou a partida contra a Bolívia foi responsável por um futebol mais eficiente do que regularmente a seleção apresenta nas eliminatórias.
Diferentemente de outras performances, o Brasil dos primeiros 45 minutos trocou mais passes e errou menos, detendo a posse de bola na maior parte do tempo.
Segundo o Datafolha, a seleção trocou 229 passes na etapa inicial, com um aproveitamento quase perfeito: 92,1% e concentrou 12 das 20 finalizações que fez.
Já no período final, o desempenho foi inferior. O time brasileiro trocou menos passes (212), cometeu mais faltas (6 contra 7 no primeiro tempo) e tomou menos vezes a bola dos bolivianos (53 na etapa inicial e 47 na final).
A queda de rendimento no segundo tempo fez com que o treinador brasileiro lamentasse a chance perdida de golear o frágil adversário, que entrou em campo apenas para se defender.
"Perdemos uma grande oportunidade de melhorar nosso saldo de gols", reclamou Parreira.
Entre os jogadores, o tom também foi de lamento, apesar do triunfo. "Espero que sejamos um pouco mais constantes nos próximos jogos", declarou Juninho Pernambucano.
O lamento ganha ainda mais força se for levada em conta a campanha da seleção nas eliminatórias. Próximo de completar todo o primeiro turno da competição, o time de Parreira não conseguiu aplicar nenhuma goleada.
O jejum de placares elásticos em eliminatórias é longo. O último foi aplicado há quase quatro anos: um 6 a 0 sobre a Venezuela em outubro de 2000. Ontem, o Brasil completou 17 partidas sem massacrar seus rivais no torneio.
Tamanho foi o abismo entre as performances dos dois períodos que em alguns fundamentos o desempenho do Brasil na etapa inicial foi quase equivalente ao que faz durante toda uma partida.
Um exemplo foram os cruzamentos. A seleção fez 14 na primeira parte do jogo de ontem -a média da equipe durante 90 minutos é de 18,4.
A boa exibição do primeiro tempo se anunciou logo aos 46 segundos. Ronaldo furou a retranca boliviana, que se defendia com até nove jogadores no campo defensivo. Ronaldinho, aos 13min, de pênalti, e Adriano, aos 44min do primeiro tempo, de cabeça, marcaram os outros gols brasileiros.
Na segunda etapa, o meio-campista e capitão Cristaldo, 35, marcou para a Bolívia aos 4min. (PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)

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