DA REPORTAGEM LOCAL

A Grécia, apesar do incidente na maratona que afetou o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, passou com louvor no quesito segurança na Olimpíada, mas não foi capaz de fazer o mesmo depois de um jogo de futebol -que nem aconteceu no seu território.
A violência explodiu no país depois da derrota da sua seleção por 2 a 1 para a Albânia, anteontem, em Tirana, na abertura das eliminatórias para a Copa-2006.
Os dois países alimentam uma imensa rivalidade histórica. Um homem de origem albanesa morreu e ao menos outras sete pessoas ficaram feridas em combates após a surpreendente derrota da Grécia, atual campeã européia.
O caso mais grave aconteceu na ilha de Zakynthos, onde um americano de origem grega, que foi preso, matou com uma faca um jovem de 20 anos e feriu outras duas pessoas que comemoravam a vitória da Albânia, que figura entre os maiores sacos de pancadas da bola na Europa.
Mas os atos de violência aconteceram em toda a Grécia. Em Atenas, cinco pessoas, quatro albanesas e uma grega, foram internadas esfaqueadas. A polícia precisou usar gás lacrimogêneo para dispensar um grupo de 200 torcedores da Albânia em uma praça do centro da cidade. Cinco carros e um caminhão foram incendiados durante os enfrentamentos.
Foram registradas também brigas em Pireus, Salônica e Corfu -nesta última localidade vive uma numerosa colônia de albaneses, que migram em grande número para a Grécia em busca de melhores condições de vida.
O governo grego divulgou ontem um comunicado condenando a violência, afirmando que ela vai contra o "espírito do esporte."
Para garantir a segurança durante a Olimpíada a Grécia gastou mais de US$ 1 bilhão.
Na próxima quarta a Grécia tem outro desafio no futebol em que também são temidos novos incidentes. Já pela segunda rodada do qualificatório para o próximo Mundial, a seleção grega recebe a Turquia, outro país com o qual alimenta relações conflituosas.


Texto Anterior: Bolívia ganha torcida e crê em reabilitação
Próximo Texto: Europa vê onda de zebras nas eliminatórias
Índice