São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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os intocáveis
Reservas fracos de Brasil e Argentina sobrecarregam os titulares

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

Há mais semelhanças entre Brasil e Argentina do que serem times com técnicos do mesmo país no Mundial de basquete da Turquia.
Ambas as equipes, que duelam amanhã em mata-mata das oitavas de final, passaram pela primeira fase sem dar muito descanso para suas estrelas. Por isso os atletas acumulam médias altas de minutos em quadra.
O treinador Sergio Hernández, da Argentina, recorre ao menos por 30 minutos à rapidez do armador Pablo Prigioni (média de 31 minutos), à eficiência do ala Carlos Delfino (35) e à ofensividade do pivô Luís Scola (31).
Já o argentino Rubén Magnano, treinador da seleção brasileira, confia em Marcelinho Huertas (26 minutos), em Leandrinho (29), em Alex (25) e em Tiago Splitter (24).
Além de desgastar o atleta em uma competição curta como o Mundial (que tem apenas duas semanas de duração), a alta média de tempo em quadra expõe a falta de opção de nível no banco de reservas das duas equipes.
Magnano prefere ver a estatística por outro ângulo.
"Cada time possui referências que provavelmente vão jogar por mais minutos, isso é normal", justificou-se o treinador do Brasil. "O que conta para ter mais tempo em quadra é a experiência. Isso [experiência] não se compra", complementou Magnano, que ganhou o ouro olímpico nos Jogos de Atenas- -2004 à frente da Argentina.
Entre os atletas brasileiros, não há reclamação por jogar mais. "Magnano sabe o que é melhor para a equipe, mas quem está na quadra quer continuar jogando", resumiu o pivô Tiago Splitter.
As médias dos brasileiros são menores do que as dos argentinos porque Magnano usou mais o banco de reservas contra times mais fracos.
No caso, Irã e Tunísia.
Diferentemente de Hernández, que manteve Scola e Delfino por 32 e 34 minutos, respectivamente, na folgada vitória por 91 a 70 contra Angola, por exemplo.
No jogo que valia a liderança do Grupo A, contra a Sérvia, na quinta-feira passada, Delfino não descansou um minuto sequer. Permaneceu em quadra durante os 40 minutos, pegou sete rebotes, roubou quatro bolas dos adversários e anotou 13 pontos.
Ainda assim os argentinos perderam por 84 a 82.
Os adversários de amanhã do Brasil ainda contam com mais dois jogadores com alta média de tempo em quadra, mas não tanto quanto às de Delfino, Scola e Prigioni.
O ala Leonardo Gutierrez, exímio arremessador de longa distância, joga pelo menos 20 minutos por partida. Exatamente o mesmo período do ala-pivô Hernan Jasen.
Assim, Sergio Hernández muda sua estratégia sem precisar tirar suas principais peças do tabuleiro graças à versatilidade do elenco.
Delfino pode deixar a escolta do armador para ser ala, enquanto Gutierrez se desloca para o garrafão para ser ala-pivô, e Scola passa a fazer as vezes de pivô.
A Argentina disputa o Mundial desfalcada do armador Manú Ginóbili, que pediu dispensa para acompanhar o nascimento da filha, e do ala Fabricio Nocioni, cortado uma semana antes da competição por causa de uma lesão na coxa esquerda.
Além disso, o ala-pivô Fabricio Oberto, titular absoluto da seleção argentina, sofre de uma gastroenterite desde que chegou à Turquia e atuou apenas na primeira partida, contra a Alemanha.
Ele melhorou nos últimos dias e deve estar apto para atuar na partida de amanhã.


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