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os intocáveis Reservas fracos de Brasil e Argentina sobrecarregam os titulares
DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL
Há mais semelhanças entre Brasil e Argentina do que
serem times com técnicos do
mesmo país no Mundial de
basquete da Turquia.
Ambas as equipes, que
duelam amanhã em mata-mata das oitavas de final,
passaram pela primeira fase
sem dar muito descanso para
suas estrelas. Por isso os atletas acumulam médias altas
de minutos em quadra.
O treinador Sergio Hernández, da Argentina, recorre ao menos por 30 minutos à
rapidez do armador Pablo
Prigioni (média de 31 minutos), à eficiência do ala Carlos
Delfino (35) e à ofensividade
do pivô Luís Scola (31).
Já o argentino Rubén Magnano, treinador da seleção
brasileira, confia em Marcelinho Huertas (26 minutos),
em Leandrinho (29), em Alex
(25) e em Tiago Splitter (24).
Além de desgastar o atleta
em uma competição curta como o Mundial (que tem apenas duas semanas de duração), a alta média de tempo
em quadra expõe a falta de
opção de nível no banco de
reservas das duas equipes.
Magnano prefere ver a estatística por outro ângulo.
"Cada time possui referências que provavelmente vão
jogar por mais minutos, isso
é normal", justificou-se o
treinador do Brasil. "O que
conta para ter mais tempo em
quadra é a experiência. Isso
[experiência] não se compra", complementou Magnano, que ganhou o ouro olímpico nos Jogos de Atenas-
-2004 à frente da Argentina.
Entre os atletas brasileiros,
não há reclamação por jogar
mais. "Magnano sabe o que é
melhor para a equipe, mas
quem está na quadra quer
continuar jogando", resumiu
o pivô Tiago Splitter.
As médias dos brasileiros
são menores do que as dos
argentinos porque Magnano
usou mais o banco de reservas contra times mais fracos.
No caso, Irã e Tunísia.
Diferentemente de Hernández, que manteve Scola e
Delfino por 32 e 34 minutos,
respectivamente, na folgada
vitória por 91 a 70 contra Angola, por exemplo.
No jogo que valia a liderança do Grupo A, contra a
Sérvia, na quinta-feira passada, Delfino não descansou
um minuto sequer. Permaneceu em quadra durante os 40
minutos, pegou sete rebotes,
roubou quatro bolas dos adversários e anotou 13 pontos.
Ainda assim os argentinos
perderam por 84 a 82.
Os adversários de amanhã
do Brasil ainda contam com
mais dois jogadores com alta
média de tempo em quadra,
mas não tanto quanto às de
Delfino, Scola e Prigioni.
O ala Leonardo Gutierrez,
exímio arremessador de longa distância, joga pelo menos 20 minutos por partida.
Exatamente o mesmo período do ala-pivô Hernan Jasen.
Assim, Sergio Hernández
muda sua estratégia sem precisar tirar suas principais peças do tabuleiro graças à versatilidade do elenco.
Delfino pode deixar a escolta do armador para ser
ala, enquanto Gutierrez se
desloca para o garrafão para
ser ala-pivô, e Scola passa a
fazer as vezes de pivô.
A Argentina disputa o
Mundial desfalcada do armador Manú Ginóbili, que pediu
dispensa para acompanhar o
nascimento da filha, e do ala
Fabricio Nocioni, cortado
uma semana antes da competição por causa de uma lesão na coxa esquerda.
Além disso, o ala-pivô Fabricio Oberto, titular absoluto da seleção argentina, sofre
de uma gastroenterite desde
que chegou à Turquia e
atuou apenas na primeira
partida, contra a Alemanha.
Ele melhorou nos últimos
dias e deve estar apto para
atuar na partida de amanhã.
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