São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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três é demais

Rei de SP, Santos afunda Corinthians

Time de Luxemburgo vence sétimo clássico na temporada e aproxima equipe de Leão uma vez mais do rebaixamento

EDUARDO ARRUDA
JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanderlei Luxemburgo passou apuros nas mãos de Emerson Leão durante 41 minutos. Mas no final, foi o santista quem deixou seu desafeto corintiano com um problemão. Impôs a ele um 3 a 0, subiu para o terceiro lugar no Brasileiro e manteve o rival a um passo da zona de rebaixamento -em 16º lugar, com apenas 32 pontos, a dois apenas do descenso.
Luxemburgo venceu o quinto clássico paulista neste Nacional -ganhou sete no ano, em oito jogos. Já o Corinthians não venceu nenhum. De quebra, passou à frente no confronto direto com Leão na era dos pontos corridos -3 a 2.
Ontem, Leão sentiu na pele o fato de ter o pior ataque do Brasileiro, com 25 gols. E Luxemburgo agradeceu por ter um goleiro reserva, de 18 anos, em noite inspirada, além de um dos melhores ataques, com 43 gols.
O time do Parque São Jorge finalizou 27 vezes ao gol, nove certas. Enquanto os santistas arremataram 14 bolas, cinco certas, três no fundo das redes.
"O Corinthians esteve próximo de ganhar. Os 3 a 0 não mostram como o jogo foi equilibrado", disse Luxemburgo.
Não demorou cinco minutos, e o Santos sofreu importante baixa. Ao dividir uma bola na área, Fábio Costa deslocou o ombro e teve de ser substituído por Felipe. E o goleiro tornou-se o nome do jogo.
No sistema 3-6-1, o Corinthians não jogava defensivamente. Quando tinha a posse de bola, partia em bloco para o ataque. O técnico corintiano deu liberdade aos alas Rosinei e César e aos meias Roger e Renato. Amoroso, como pedira, desta vez não jogaria isolado.
O time chegava, até com certa facilidade, mas falhava demais na pontaria. Que o diga Rosinei, que perdeu dois gols feitos na frente de Felipe. Renato desperdiçou outro.
Luxemburgo, no banco de reservas, gesticulava demais. Leão, óbvio, estava manso. Bastou, um lance, porém, para a sorte mudar. Marcelo Mattos fez falta em Dênis. Os corintianos reclamaram. Kléber cobrou e fez 1 a 0, aos 41min.
O árbitro Wilson Luiz Seneme virou o vilão da vez. A serenidade de Leão foi para o espaço. E o técnico, para o chuveiro, expulso por reclamação. Luxemburgo, com as mãos para trás, demonstrava satisfação, enquanto os corintianos cercavam inutilmente o árbitro.
E eles voltaram nervosos para a etapa final, sem a volúpia do começo. O esquema de Leão já não surpreendia mais Luxemburgo. Os santistas estavam melhores, tinham mais espaços e sabiam fazer o tempo passar com a bola nos pés.
Algumas vezes, o time dava o bote, com certo perigo. O Corinthians, mais na base da raça, continuou atacando, mas quando não errava o alvo, Felipe salvava o Santos.
Leão, então, resolveu arriscar. Tirou o zagueiro Marquinho e pôs o meia Ramon. O atacante Rafael Moura entrou no lugar do meia Renato. A pressão corintiana se intensificou, mas sem criar chances claras.
Só que o Santos liquidou o jogo em dois minutos, com Zé Roberto. Em contragolpe, o meia rolou para Leandro, que acertou belo chute: 2 a 0, aos 33min. Logo depois, em falha da defesa, Zé Roberto, com leve toque, definiu o placar. Correu para a torcida, a corintiana, e foi expulso por provocação.
Descontrolados, os corintianos ainda perderam Magrão, que levou vermelho após entrada violenta em um santista.


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