JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

O Palmeiras tentou, mas não conseguiu uniformizar seu discurso. No treino de ontem, jogadores e comissão técnica davam explicações desencontradas sobre a crise que abateu o time.
A pouco mais de três semanas do jogo mais importante de sua história -decisão do Mundial interclubes, contra o Manchester United, no Japão-, o ambiente no clube continua dos piores.
Apesar de uma reunião de Luiz Felipe Scolari com seus comandados, as discussões prosseguiram.
O meia Zinho, por exemplo, lamentava a postura do treinador e de alguns de seus companheiros em relação às chances de classificação no Brasileiro.
""Não devíamos jogar a toalha. Podemos chegar a 34 pontos e nos classificar. Tanto eu ainda acredito que fiz questão de jogar'", afirmou, referindo-se ao jogo das 16h, contra o Botafogo-RJ.
Para ele, o fato de o Palmeiras, que precisa vencer seus dois últimos jogos e torcer por outros resultados, entrar no Parque Antarctica com uma equipe mista mostra a descrença do grupo na classificação.
Mas o técnico palmeirense, demonstrando muita irritação, disse que está sendo obrigado a usar jogadores que não vinham atuando. Citou os casos de Galeano e Júnior, suspensos por estarem com cinco amarelos cada, e os de César Sampaio e Alex, o primeiro contundido, o segundo, com gastrite. E explicou ainda que Oséas e Paulo Nunes iniciarão um trabalho à parte com o preparador físico Paulo Paixão e, apenas por isso, não jogarão.
A declaração de Scolari seria desmentida minutos depois por Paixão. ""Eles estão bem fisicamente. Se o Paulo (Nunes) não vai jogar, deve ser problema médico. E o Oséas acho que está suspenso por cartões amarelos. Da minha parte, eles estão liberados."
Hostilizado pela torcida no início da semana, Paulo Nunes ganhou o apoio de Zinho, um dos líderes do time. ""Torcedor não tem que se meter na vida particular de ninguém", disse o meia, sobre as críticas de torcedores ao atacante, que estaria saindo muito à noite e treinando pouco.
""Tínhamos tudo para ter vencido o Guarani (0 a 0, no meio da semana), mas problemas internos foram passados à torcida, e o time foi prejudicado", disse Zinho, lamentando que Scolari tenha pedido para os torcedores cobrarem mais dos atletas.
""Ele age com a paixão, a emoção, e isso dificultou", completou, referindo-se ainda ao treinador.
Já sobre as chances de classificação, Scolari, que na véspera chegara a dizer que eram de 1%, voltou atrás. ""Não estudei matemática (para ficar fazendo contas)", desabafou o técnico, antes de anunciar o retorno do zagueiro Cléber, afastado há mais de dois meses por contusão, pelo menos durante parte do jogo.
NA TV - Bandeirantes (menos para MG e cidade de São Paulo) e Globo (menos para MG), ao vivo, às 16h


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