São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem tempo para treinar, técnico apela a futebol de resultados na Bolívia

Para Scolari, empate basta

Antônio Gaudério/Folha Imagem
O preparador Paulo Paixão, o técnico Luiz Felipe Scolari e o coordenador Antônio Lopes comandam a seleção na Granja Comary


SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, decidiu apelar para o futebol de resultados.
Sem tempo para treinar o time, o treinador interrompeu ontem várias vezes o primeiro trabalho tático da equipe nacional para alertar os jogadores de que o empate é um ""bom resultado" contra a Bolívia, amanhã, em La Paz, pelas eliminatórias da Copa-2002.
Preocupado com o ímpeto ofensivo dos atletas durante o treino, Scolari berrava sobre a importância do empate.
"Vamos ter calma. Se não tomarmos gol lá, já estamos classificados", gritou o técnico para os jogadores durante o treino.
Apesar do discurso otimista de Scolari em favor do empate, a seleção poderá se complicar se não vencer a já eliminada Bolívia.
Os uruguaios poderão se igualar à seleção em quarto lugar, caso vençam o Equador, em Quito. A seleção soma 27 pontos. Já o Uruguai tem 25 pontos.
De acordo com o regulamento das eliminatórias, os quatro primeiros se classificam para a Copa do Mundo. O quinto colocado decidirá a vaga com a Austrália em uma repescagem no fim do mês.
No dia 14, a seleção vai disputar a sua última partida nas eliminatórias contra a Venezuela, em São Luís, no Maranhão.
Scolari decidiu adotar o futebol de resultados contra a eliminada Bolívia por causa da série de problemas enfrentados pela seleção durante a preparação para o jogo.
Até ontem à tarde, o treinador ainda não havia conseguido reunir os 23 convocados.
A preparação da seleção foi prejudicada por causa da decisão da Fifa em favor dos clubes europeus na semana passada.
Na quinta-feira, a entidade determinou que os clubes europeus poderiam contar com os seus jogadores na rodada do final de semana. Com isso, a maioria dos atletas que atuam no exterior só se apresentou a Scolari ontem.
Antes da decisão da Fifa, a comissão técnica queria contar com os 23 convocados no sábado.
Com a ausência de vários jogadores, os dois primeiros dias de treino na Granja Comary foram quase perdidos. No sábado, apenas quatro jogadores treinaram, e ainda assim fisicamente.
Como se não bastasse a dificuldade para reunir todos os convocados, Scolari decidiu apelar pelo futebol de resultados também por causa da temida altitude de La Paz. A capital boliviana é localizada a cerca de 3.600 metros acima do nível do mar. Os principais sintomas na altitude são dor de cabeça, vômito e torneira.
Ontem, ele interrompeu o treino também em diversas oportunidades para pedir aos jogadores que atuem em ritmo mais cadenciado em La Paz.
"Calma pessoal. Lá, não pode haver correria", gritou Scolari, que pedia para os jogadores respirarem fundo a cada vez que a bola deixava o campo.
Hoje, o treinador vai definir o time que enfrentará os bolivianos. A tendência é de que ele mantenha a base do time que venceu o Chile no mês passado. No treino de ontem, o treinador escalou o time com várias formações.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Lata de atum tumultua clima do adversário
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.