DA REPORTAGEM LOCAL

Mais adiantada do que o Brasil nos preparativos para o jogo de amanhã, a Bolívia já definiu sua equipe titular, mas tem duas preocupações para a partida: o regime de economia total imposto ao grupo e uma eventual ajuda do árbitro aos brasileiros.
No final de semana, o hotel onde bolivianos estão hospedados, em La Paz, se recusou a mandar uma lata de atum para o quarto de um atleta. O motivo: o pedido seria considerado um "extra", e o hotel não tem garantias de que a federação boliviana arcaria com a despesa.
O caso causou grande polêmica na imprensa do país.
A situação é tão crítica que o presidente da federação, Wálter Castedo, conclamou os torcedores a irem ao estádio não apenas para apoiar a seleção. Para o dirigente, com a Bolívia já sem chances de ir à Copa, o principal objetivo da partida é levantar caixa para a sua entidade.
"Vamos gastar US$ 60 mil nesse jogo. Contra Equador e Venezuela [as últimas partidas da Bolívia em casa", tivemos prejuízo", afirmou ao jornal "La Razón", de La Paz.
Além do aspecto financeiro, os bolivianos estão receosos com a arbitragem. Eles receberam com revolta a tentativa da CBF de adiar a partida para quinta-feira.
"O ambiente está muito estranho", disse o zagueiro Peña ao diário "Los Tiempos", de Cochabamba. "Já nos prejudicaram antes. E, agora, os brasileiros tentaram adiar o jogo pensando só no lado deles. Não vêem que nós já estamos treinando há quase uma semana."
Em termos de preparação, pelo menos, a Bolívia está muito à frente do Brasil.
Enquanto o time de Luiz Felipe Scolari realizará hoje seu único coletivo para o jogo, os bolivianos já fizeram um jogo-treino no domingo -golearam a equipe do Iberoamericana por 4 a 0.
Enquanto Scolari tem dúvidas, o técnico boliviano, Carlos Trucco, já definiu seu time: Soria; Gatty Ribeiro, Peña, Paz García e Colque; Rojas, Olivares, Gutiérrez e Baldivieso; Castillo e Botero.
"Vamos fazer 10 a 0 e recuperar os gols que tomamos nos últimos jogos", disse Trucco. (FÁBIO SEIXAS)


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