São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2001

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Altitude é pesadelo nas eliminatórias

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Seja em La Paz, Quito ou Bogotá, a seleção brasileira sempre sofreu na história das eliminatórias quando jogou "nas alturas".
Nas três cidades, localizadas a mais de 2.500 m acima do nível do mar, o time, que amanhã pega a Bolívia em La Paz, nunca conseguiu repetir o mesmo desempenho nos qualificatórios para as Copas do que em outros lugares.
Ao todo, foram seis confrontos, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas, o que significa um modesto aproveitamento, considerando sempre três pontos por vitória, de 44%.
Marcar gols também é um problema para o Brasil na altitude.
Em jogos nesses lugares pelas eliminatórias, foram apenas quatro em toda a história, média baixíssima de 0,67 por jogo. O país também tem sua defesa mais vazada em cidades muito acima do nível do mar -0,67 por encontro, contra 0,50 em outras localidades.
Se até a década de 80 o Brasil conseguia pelo menos vitórias "magras" na altitude, mais recentemente só colheu fracassos.
Nas últimas três vezes que atuou nessas condições por eliminatórias, perdeu duas vezes e empatou uma. Além disso, não conseguiu marcar nenhum gol.
Em 1993, no qualificatório para a Copa-94, começou o jejum de gols na primeira derrota brasileira na história das eliminatórias. Nos 3.600 m de La Paz, o país foi derrotado pela Bolívia por 2 a 0.
Agora, no classificatório para a Copa-02, o Brasil empatou nos 2.600 m de Bogotá com a Colômbia (0 a 0) e perdeu nos 2.850 m de Quito para o Equador (1 a 0).
"Sempre sinto dores de cabeça quando jogo em La Paz, mas isso não atrapalha tanto meu desempenho", diz o lateral Cafu sobre o desafio de jogar na altitude.
O estrago de jogar muito acima do nível do mar só não trouxe mais prejuízos para o Brasil por manobras da CBF.
Nas eliminatórias para a Copa-86, a entidade conseguiu transferir o jogo contra a Bolívia de La Paz para Santa Cruz de la Sierra. Para o Mundial de 1994, fez o mesmo contra o Equador, tirando a partida de Quito e a colocando em Guayaquil, no nível do mar.


Colaborou o enviado a Teresópolis

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