São Paulo, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Multinacional, que já veste a seleção e o Flamengo, acertou bases do acordo com o time mais popular de São Paulo

Nike terá também o Corinthians em 2003

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

A Nike vestirá o Corinthians a partir de janeiro de 2003.
As cúpulas da empresa e do clube já acertaram as condições do contrato, que deve durar no mínimo três temporadas, e já festejam o acordo que está sendo celebrado como o mais vultoso feito por um time brasileiro com uma fornecedora de material esportivo.
Com a parceria, a multinacional passa a ter em sua órbita os dois mais populares clubes do país, Corinthians e Flamengo, assim como a seleção brasileira.
Nem a cúpula da Nike nem a diretoria do Corinthians confirmam oficialmente o acordo, que deve injetar anualmente no Parque São Jorge algo entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.
O segredo tem um único motivo: o contrato do Corinthians com a Topper, que expira em 31 de dezembro próximo, prevê pagamento de multa caso o clube atrapalhe a comercialização de seus produtos com a divulgação de uma nova parceria.
Às vésperas do Natal e com o Corinthians na final do Brasileiro, a oficialização da Nike como nova fornecedora de material esportivo faria com que as vendas de camisas corintianas da Topper diminuíssem consideravelmente. O anúncio do casamento, por isso, só deve ocorrer em janeiro.
Se mantêm sigilo publicamente, tanto Alberto Dualib como a cúpula da Nike no Brasil já anunciaram a interlocutores que o martelo da negociação já foi batido.
A avaliação da multinacional é que, com a parceria com o Corinthians, a empresa terá supremacia no mercado nacional. Tendo o Flamengo sob contrato até 2005 -acordo que rende R$ 6,5 milhões à Gávea por ano- e associada ao principal jogador do país, o atacante Ronaldo, a matriz da Nike queria vestir um clube no maior mercado consumidor do Brasil, o Estado de São Paulo.
Para vestir o Corinthians, a Nike venceu acirrada concorrência com a Adidas, sua principal rival no mercado mundial, e com a Topper, que pretendia se manter vinculada ao clube.
Além de dinheiro, os norte-americanos ofereceram um projeto de "internacionalização" da marca Corinthians, prometendo valorizar a conquista do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000. A empresa também colocará à venda a camisa corintiana em suas lojas espalhadas por todo o mundo.
Derrotada no Parque São Jorge, a Topper, empresa do grupo Alpargatas, fechou acordo de três anos com o time do Morumbi.


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