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ATLETISMO
Rixa do COI com federação americana coloca em risco participação nos Jogos da equipe mais vitoriosa da história
EUA podem ficar fora da pista em Atenas
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Insatisfeito com a postura da
USATF, a federação de atletismo
dos EUA, em casos de doping, o
Comitê Olímpico Internacional
resolveu tomar medidas mais duras contra a entidade.
O Comitê Executivo do COI,
reunido ontem em Lausanne
(Suíça), aprovou que a USATF
poderá não ser credenciada a participar dos Jogos de Atenas-2004.
A iniciativa, se for posta em prática, impediria estrelas do atletismo, como Tim Montgomery, recordista mundial dos 100 m, e
Marion Jones, primeira mulher a
ganhar cinco medalhas em uma
Olimpíada no atletismo, de estarem na Grécia no ano que vem.
"Essa é uma das medidas que
podem ser tomadas [excluir os
atletas americanos da Olimpíada]. Esperamos que não seja necessário", afirmou à Folha, por telefone, Emmanuele Moreau, gerente de comunicações do COI.
O atletismo é um dos esportes
que mais têm dado glórias aos
EUA na história olímpica. Ao todo, o país já subiu 688 vezes ao
pódio em competições da modalidade (297 ouros, 215 pratas e 176
bronzes). As provas do esporte-base da Olimpíada contribuíram
com 32,7% do total de conquistas
norte-americanas nos Jogos.
A rixa entre a USATF e o COI
começou após denúncia de que a
federação local havia liberado o
velocista Jerome Young, 27, a
competir em Sydney-2000 mesmo depois de ter sido flagrado em
antidoping no ano anterior.
Na Austrália, Young integrou o
time dos EUA que conquistou o
ouro no revezamento 4 x 400 m. O
caso foi investigado por uma comissão mista do COI com a Wada
(Agência Mundial Antidoping).
Depois do relatório final, o comitê nomeou um grupo de trabalho para estudar uma punição. Segundo o COI, a federação dos
EUA foi omissa no fornecimento
de documentação sobre o caso.
A USATF alega que o problema
já havia vindo à tona em 2001,
quando a Iaaf, entidade que comanda o atletismo, requisitou os
papéis sobre o doping de Young.
A federação dos EUA se recusou
a fornecê-los, alegando que o problema fora encerrado com a absolvição do atleta. A disputa chegou à Corte de Arbitragem do Esporte, última instância para julgamentos desse tipo. O tribunal deu
parecer favorável aos americanos.
O próximo round da batalha
entre USATF e COI acontecerá na
próxima reunião do Comitê Executivo, daqui a dois meses, em
Atenas. Até lá, a entidade também
pediu mais documentos ao Comitê Olímpico dos EUA sobre outros possíveis casos encobertos
ocorridos nas décadas de 80 e 90.
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